Vendas de micro e pequenos negócios caem 6,48% em fevereiro, segundo ISM
Fatores econômicos, como inflação e Selic, influenciaram resultado do Índice SumUp do Microempreendedor (ISM) As vendas de micro e pequenos negócios tiveram uma queda de 6,48% em fevereiro em relação ao mês anterior, segundo o Índice SumUp do Microempreendedor (ISM). Comparada a fevereiro de 2024, a queda é de 7,93%. Com isso, o indicador está em 90,62 pontos. Para chegar ao resultado, a SumUp considera fatores como o volume de vendas processadas pelos produtos da empresa e a participação de cada estado brasileiro no Produto Interno Bruto (PIB).
Fatores econômicos influenciaram o resultado, segundo Lilian Parola, economista e diretora de Mercado de Capitais e Tesouraria da SumUp. “A alta da inflação diminui significativamente o poder de compra, os consumidores ficam mais sensíveis a preços e freiam o consumo – ou pelo menos buscam alternativas mais baratas. Neste movimento, os pequenos negócios acabam tendo dificuldade em competir com grandes empresas, que têm maior poder de negociação com fornecedores e podem oferecer preços mais competitivos, por exemplo”, diz a especialista, acrescentando que a alta da taxa básica de juros também tem influência no resultado.
“Com a Selic alta, o crédito fica mais caro, o que também desestimula o consumo”, afirma. No momento, a taxa básica de juros está em 14,25% ao ano, depois de dois aumentos consecutivos de um ponto percentual em 2025.
O resultado do índice, porém, varia dependendo da região. Em São Paulo, o ISM de fevereiro registrou queda de 0,63%, chegando à marca de 90,37 pontos. Já em Minas Gerais, o indicador passou de 99,25 para 97,60.
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Alguns estados se movimentaram na contramão. O ISM do Rio de Janeiro registrou crescimento de 2,78%, em relação a janeiro. Na Bahia o aumento foi de 3,63%, e no Ceará, 3,34%. Segundo Parola, o resultado pode ter sido influenciado pelo Carnaval de rua. “Com a festa, o movimento dos negócios também ganha força, principalmente nessas regiões de destaque”, diz a economista.
A especialista diz que espera uma melhora para os pequenos negócios nos próximos meses — e que o início do ano tende a ser mais calmo historicamente. “Em abril, por exemplo, teremos a Páscoa, que deve aumentar as vendas no período, e em maio o Dia das Mães, que é uma grande data do varejo, sendo até o segundo melhor dia para vendas no ano, ficando atrás apenas do Natal.”
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