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‘Tem um limite de banho de água fria para jogar no empreendedor’, diz Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP

‘Tem um limite de banho de água fria para jogar no empreendedor’, diz Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP


Executiva acredita que resiliência dos fundadores de startups tem sido testada por indecisões por parte do governo Priscila Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e líder de fundos de fundos alternativos da XP Asset, acredita que o empreendedorismo está no DNA do brasileiro, mas a resiliência do empreendedor tem sido testada pelo governo. “Tem um limite da quantidade de banho de água fria que você joga na cabeça desse empreendedor até ele falar ‘quer saber? Deixa para lá’”, afirmou, em entrevista a PEGN, durante a ABVCAP Experience 2025.
Na opinião da executiva, a nação arrisca muito sobre os limites de resiliência. “A gente tinha de deixar o empreendedor um pouco em paz para tocar o negócio dele porque isso faz parte do crescimento econômico, gera emprego, aumenta arrecadação”, declarou.
Rodrigues está à frente da associação que representa gestoras de private equity e venture capital, que investem em negócios para acelerar seus crescimentos, desde julho de 2023 — e é a primeira mulher a assumir o posto de presidente da ABVCAP. Ela acrescenta que, para que a indústria de alternativos continue investindo, é preciso que existam empreendedores dispostos a tirar ideias do papel.
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Em ano de comemoração pelos 25 anos da associação, Rodrigues celebra o que já foi feito até hoje – o que chama de copo meio cheio –, mas contesta que poderia ter sido feito mais. “Impulsionamos e alavancamos os negócios, levamos muitas empresas para a Bolsa, desenvolvemos ecossistemas. Mas ainda tem muita coisa para fazer. Somos sonhadores eternos e criticamos onde tem problema porque queremos fazer mais”, disse.
Segundo levantamento da ABVCAP, a indústria de investimentos alternativos cresceu 15 vezes no Brasil nos últimos 25 anos. São 370 gestoras de private equity e venture capital no país e mais de 4,3 mil aportes foram realizados desde 2011. Nos últimos 10 anos, mais de R$ 122 bilhões foram investidos em venture capital e R$ 165 bilhões em private equity.
Apesar do crescimento, a indústria ainda tem pouca penetração no país, representando apenas 0,1% do PIB nacional – enquanto representa 1,1% no Reino Unido e 1,6% nos Estados Unidos.
Volatilidade
Segundo dados da KPMG, em levantamento para o Valor Econômico, os fundos de venture capital globais tiveram, em 2025, a pior captação para um primeiro trimestre desde 2017, com US$ 26 bilhões distribuídos entre 191 fundos. No mesmo período de 2024, o valor levantado foi de US$ 31 bilhões.
A volatilidade macroeconômica ocasionada por decisões políticas, como os tarifaços de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, geram insegurança, o que afasta os investidores dos fundos. Questões tributárias, fiscais e econômicas no Brasil também dificultam a captação por gestoras nacionais – como a recente discussão em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Os investimentos são de longo prazo e o investidor precisa entender as regras, elas não podem ficar flutuando de lá para cá. Quando há insegurança, ele decide alocar em outro lugar. E existe o ponto da responsabilidade fiscal. Sempre defendemos que temos uma política fiscal controlada para atrair capital estrangeiro. Mudar esse discurso é muito ruim”, afirmou.
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Segundo Rodrigues, existe abertura do governo para entender as demandas do setor, mas é difícil mensurar o quanto é absorvido. “Temos uma interlocução muito boa com reguladores, com o ministério, e conseguimos passar a nossa percepção. Fizemos muitos avanços para atração de capital estrangeiro nos últimos anos e alguns desses avanços estão sendo colocados em xeque, enquanto deveríamos estar fazendo outros e não retrocedendo”, lamentou.
Futuro
A executiva aponta que a indústria amadureceu nos últimos 25 anos e, olhando para o que se desenha para o futuro, vê maior colaboração entre as gestoras, com consolidações de estratégias e investimentos conjuntos. “Um faz a primeira fase, de crescimento super acelerado, depois outro arruma a casa, depois entra alguém para integrar as consolidações. Os gestores vão trabalhando em pedaços, nos ciclos das companhias, mas criando colaborações”, pontuou.
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