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Startup já ajudou 40 mil clientes a amortizar mais de R$ 160 milhões em dívidas

Startup já ajudou 40 mil clientes a amortizar mais de R$ 160 milhões em dívidas


Ela foca em educação financeira para mudar hábitos de consumo e administrar melhor as contas A Plano Fintech, startup que atua com educação financeira, começou como um projeto pessoal de Ricardo Hiraki, 38 anos, em 2018. Após vender seu negócio anterior, uma agência de marketing digital, decidiu trabalhar nesse novo segmento. Quando a ideia estava encaminhada e mais madura, convidou José Leonardo de Campos e Ítalo Santos, ambos de 38 anos, para serem seus sócios. Eles cofundaram a empresa em 2019.
O que chamou a atenção de Hiraki, CEO da Plano, sem dúvidas, foi a falta de educação financeira do brasileiro e os desdobramentos que ela provoca. “É incrível como em países em desenvolvimento como o nosso, o número de pessoas endividadas, com nome negativado e impedidas de ter crédito é altíssimo. Isso leva muita gente a problemas como estresse, depressão e até burnout”, afirma.
Por outro lado, ele conta, teve um exemplo de sucesso em casa, que mostrou como é possível, com organização, não apenas fugir de dívidas, mas conquistar bens. “Minha mãe, filha de imigrantes japoneses, veio para São Paulo sem nada e, mesmo sendo vendedora de rua [vendia Yakult em carrinhos], construiu um patrimônio interessante com muita disciplina, apesar de investir mal, em poupança”, diz.
Uma pessoa cheia de dívidas fica refém dessa situação e, muitas vezes, não consegue pensar em nenhuma saída. É como se aceitasse a condenação, perde a força e o discernimento para lutar. É nesse cenário que a Plano entra. O modelo de negócios contempla três clientes: o consumidor que chega por conta própria, funcionários de empresas que oferecem a consultoria financeira como benefício e instituições financeiras que disponibilizam o serviço para seus clientes ao adquirir a versão white label (onde podem colocar a própria marca) da plataforma da startup.
Hiraki aponta que as corporações que contratam a Plano para atender seus colaboradores notam uma melhora significativa no humor e na concentração deles. De acordo com o empreendedor, quem está passando por problemas financeiros fica mais ansioso e tende a render menos. Indicadores importantes para as áreas de RH, como o bem-estar dos funcionários, melhoram quando eles entendem que podem resolver essa situação.
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Direção para mudar hábitos
Em todos os casos, o usuário tem a consultoria de um educador financeiro e encontros online para acompanhamento. Desde o início de atuação, a Plano registra mais de 500 mil horas de atendimento; mais de 40 mil clientes que se livraram de dívidas; mais de 20 mil clientes que passaram a investir e mais de R$ 160 milhões otimizados, ou seja, dinheiro amortizado de endividamentos.
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Para Ricardo Hiraki, a educação financeira é uma construção de mudança de hábitos e ter alguém acompanhando de perto essa jornada é fundamental. “Porque é preciso coragem e método para enfrentar o problema. Muitas pessoas percebem que estão se enrolando, mas acabam em negação. Preferem deixar aquele ‘monstro’ quieto. Mas é preciso despertar e se planejar de forma racional para equilibrar o orçamento, ter disciplina e constância para resolver a questão. Não dá para sair do endividamento de um mês para outro. É um processo de repetição, disciplina, controle e foco”, explica.
Para Ricardo Hiraki, dá para enfrentar o problema com tranquilidade. Não se trata de abrir mão de coisas para pagar dívidas, mas de se organizar para ser mais feliz depois, com equilíbrio. “A maioria está endividada porque está pagando juros absurdos, não porque fizeram uma viagem ou consumiram coisas caras. Ao se planejar para quitar dívidas, a pessoa não deve enxergar aquilo como economizar e deixar de aproveitar a vida, mas como uma forma de aproveitar melhor os recursos que possui. Costumo falar que a gente joga contra o mercado. O mercado luta pelo consumo. A gente luta pelo consumo consciente”, diz.
Quando um cliente da Plano adere e se compromete a trabalhar para sair dessa situação e consegue, é uma vitória de todos. “A satisfação que sentimos é indescritível. Já vimos casais que estavam se separando por divergências sobre como lidar com dinheiro; mãe que declarou que colocar as finanças em dia mudou o futuro do filho recém-nascido, gente que saiu de quadros de depressão. Para mim, isso mostra que é possível conciliar propósito com empreendimento. Que dá para ganhar dinheiro empreendendo com impacto”, acredita Hiraki.
A Plano não divulga faturamento, mas conta 500 mil usuários na base do aplicativo e, no último ano, teve mais de 2 milhões de acesso ao site. Em 2024, recebeu um aporte de R$ 2,2 milhões em rodada que contou com a participação da Anjos Do Brasil, Poli Angels, FEA Angels e dos fundos BossaInvest, Sai do Papel, Quintal Ventures, Levain Ventures e Westwood Capital.
A startup vem utilizando esses recursos para tornar a plataforma mais atraente ao usuário final. “Estamos investindo em tecnologia para aumentar o engajamento e impactar potenciais clientes de modo mais escalável”, explica o CEO. Para ele, isso pode viabilizar um crescimento sustentável para a empresa – a expectativa otimista é de 50% ao ano, pensando nos próximos cinco anos.
Um ponto positivo nessa caminhada, segundo Hiraki, é estar entre as 100 Startups to Watch. “É um reconhecimento importante, uma chancela de peso, inclusive entre os ‘startupeiros’, e nos dá alguns pontos nessa corrida”, acredita.

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