Startup de psiquiatria conecta pacientes a profissionais e mira faturamento de R$ 1 milhão
Abra começou a operar este ano e já conta com mais de 200 pacientes cadastrados. “Match” é feito com base em características identitárias e queixas específicas Médica em processo de especialização em psiquiatria, Maria Esther Delgado, 30 anos, viu no empreendedorismo uma oportunidade de resolver problemas que a incomodavam na prática. De olho no alto custo de atendimentos de qualidade e na dificuldade de identificação dos pacientes com os médicos, ela decidiu fundar a Abra, uma startup que visa democratizar o acesso à saúde mental e conectar pacientes a psiquiatras a partir de características identitárias e queixas específicas.
A empresa, que iniciou suas operações no segundo semestre deste ano, é resultado de dois anos de estruturação e da parceria de Delgado com outros dois sócios, Henrique Padrão, 30 anos, e Nina Van Riet, 31. “Eu nunca tinha empreendido, mas esse universo sempre me atraiu. Como eu precisava de auxílio tanto para desenvolver a plataforma quanto para estruturar um bom plano de negócios, busquei ajuda. No início, a colaboração com meus sócios foi, na verdade, uma consultoria. Na reta final do projeto, eles propuseram a entrada no quadro societário”, diz Delgado, que é CEO do negócio.
Com um investimento de cerca de R$ 500 mil, de capital próprio, os empreendedores lançaram uma plataforma que oferece consultas online com psiquiatras por R$ 250, com 45 minutos de duração. A proposta da empresa é contar com uma equipe diversificada de profissionais a fim de garantir a compreensão de vivências específicas de cada paciente. O nome Abra, que remete ao abraço, foi escolhido para representar sobretudo um espaço de acolhimento.
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Dessa forma, os profissionais contam não apenas com especializações sobre os assuntos, mas características identitárias diversas. Isso inclui desde mulheres que buscam psiquiatras que também sejam mães até profissionais com escuta ativa para questões raciais, LGBTQIA+ e xenofobia.
“Quis trazer isso porque eu sempre ouvia pessoas dizendo que não sentiram um ‘match’ com o profissional e que, por isso, não deram prosseguimento com o tratamento, por exemplo”, aponta a médica. Além da possibilidade de filtrar os profissionais com base em características identitárias, a plataforma conta com filtros específicos de acordo com a queixa do paciente, como depressão, ansiedade, bipolaridade e fobias diversas.
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Atualmente, a startup conta com 15 profissionais, que recebem 50% do valor da consulta. De acordo com Delgado, a expectativa é aumentar o valor do repasse aos médicos na medida em que a plataforma conquistar um volume maior de pacientes. Hoje, são mais de 200 cadastrados. “É muito difícil o médico fazer uma boa consulta, de longa duração, se o repasse não é honesto. Eu já recebi R$ 40 por uma consulta que custou R$ 160 ao paciente. É o que me motiva a oferecer algo melhor para os profissionais e que, por consequência, se torna também algo melhor para os pacientes”, afirma a empreendedora.
Apesar do início da operação apenas no modelo B2C, a startup já está estruturando uma frente B2B, com o objetivo de oferecer serviços de mapeamento da saúde mental em ambientes de trabalho. Para expandir a atuação com empresas e aumentar a base de usuários, a Abra planeja passar por uma rodada de investimento em janeiro de próximo ano. A expectativa da empresa é atingir R$ 1 milhão de faturamento até o final de 2025.
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