Rhino capta segundo aporte em seis meses; iFood aumenta a aposta no salão: os destaques da semana no ecossistema
Startup de mobilidade com carros blindados levantou mais R$ 5,7 milhões, dobrando seu valor de mercado Junho iniciou movimentado para o ecossistema de startups. A Rhino, startup de mobilidade com carros blindados, voltou a captar seis meses após ter fechado uma rodada seed. A injeção de capital dobrou seu valuation. Outros aportes anunciados nos últimos dias incluem a rodada mista de equity e dívida da Principia, que levantou R$ 190 milhões.
Unicórnios brasileiros também tiveram movimentações relevantes nos últimos dias. O iFood adquiriu o software para food service da Videosoft, com quem já trabalhava nos totens de autoatendimento do iFood Salão. A Vtex aproveitou o seu evento, realizado em São Paulo, para falar sobre a estratégia de crescimento para 2025. Já o QuintoAndar anunciou o encerramento da operação da garantia locatícia oferecida para os inquilinos por meio de imobiliárias parceiras.
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Aportes
Rhino. A startup de mobilidade urbana com foco em carros híbridos e blindados levantou US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,7 milhões) em rodada com os fundos internacionais AngelsDeck Global Ventures (Dubai) e Clapper Venture (EUA). O investimento será destinado à ampliação da frota e a melhorias tecnológicas no aplicativo. Lançada em janeiro de 2024, a empresa havia captado US$ 3,2 milhões em uma rodada seed há seis meses e, com o novo aporte, dobrou o valuation. Atualmente presente na Grande São Paulo, a startup planeja se expandir para o Rio de Janeiro e outras capitais, além de lançar futuramente uma solução voltada ao público corporativo.
Principia. A plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para o setor educacional anunciou a captação de R$ 190 milhões para expandir seu software de gestão acadêmica e uma solução de zero inadimplência, que já atendem mais de 500 mil alunos em 600 instituições em todo o Brasil. Do total, R$ 80 milhões vieram em troca de equity, com uma extensão da rodada Série A liderada por Valor Capital Group com participação de investidores como AXA IM Alts e Crestone Venture Capital; os outros R$ 110 milhões foram levantados via estruturas de dívida. Fundada em 2022, a edtech usa inteligência artificial para automatizar tarefas como cobranças, rematrículas e ensalamento.
Omnichat. A startup de comércio conversacional levantou R$ 50 milhões em uma rodada liderada por Quartzo Capital e Altitude Ventures, com participação de Honey Island e Kaszek Ventures, que já haviam investido na empresa anteriormente. O investimento será direcionado à aceleração do desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para vendas, incluindo o lançamento do Whizz, plataforma que permite criar agentes autônomos de IA sem necessidade de programação. O novo capital também será usado para expandir a atuação da empresa para outras verticais, como educação, saúde e seguros, e fortalecer sua liderança no mercado nacional de chat-commerce, com a meta de ultrapassar o número de 80 milhões de conversas até o fim de 2025. Entre os clientes da startup estão marcas como Natura, Acer e Decathlon.
Simetrik. A plataforma SaaS voltada à automação de processos financeiros recebeu um novo aporte de US$ 30 milhões (R$ 168 milhões) em rodada liderada pela Growth Equity, da Goldman Sachs Alternatives. O investimento elevou o total da sua rodada Série B para US$ 85 milhões. Outros participantes incluem Cometa, FinTech Collective, Moore Capital Management, Monashees e Upload Ventures. Do valor captado, 25% será destinado ao Brasil, onde a empresa vem expandindo rapidamente sua operação. O dinheiro será usado para fortalecer a equipe local, aprimorar a plataforma e ampliar a atuação comercial no país, com o objetivo de tornar o Brasil seu principal mercado na América Latina. Atualmente, a Simetrik atende 23 clientes brasileiros, entre eles Nubank, Neon, Ebanx e Loggi, e projeta continuar crescendo em mercados regulados e de rápido crescimento, como EUA e Brasil.
M&A
iFood. Como parte de sua estratégia de expansão para o atendimento offline, o unicórnio do delivery anunciou a aquisição do software de food service da Videosoft que já era utilizado em totens de autoatendimento. A ferramenta, testada desde 2024 em cerca de 500 restaurantes por meio do projeto iFood Salão, permite acompanhar a jornada do cliente e gerar dados para os estabelecimentos. Com a compra, cujo valor não foi divulgado, o iFood pretende ter mais controle sobre o desenvolvimento da solução. A Videosoft mantém seus softwares para outras frentes, como supermercados, redes de varejo, academias e instituições financeiras, e a parceria com o iFood para a produção do hardware.
UAUBox. A startup de assinaturas de produtos de beleza adquiriu a Experimentaí, voltada ao segmento de wellness e lifestyle, como parte de sua estratégia de expansão. Fundada em 2018, a UAUBox agora incorpora a identidade e o know-how da Experimentaí, criada por Francisco Prado, Lars Kunath e Cauã Gonzatto. A aquisição visa ampliar o portfólio do grupo com novas frentes de produtos e serviços, redesenhando a marca adquirida em uma nova fase integrada à estrutura da UAU, reforçando o foco em tecnologia, personalização e um modelo de negócios sustentável e escalável. O valor da transação não foi divulgado.
Selbetti. O ecossistema de soluções de tecnologia anunciou a aquisição da Unirede Inteligência em TI, de monitoramento de ambientes físicos e digitais. O valor do negócio não foi divulgado, mas a expectativa é de que a operação, agora integrada ao portfólio da Selbetti, atinja um faturamento de R$ 40 milhões nos próximos dois anos. Com mais de 300 clientes e atuação internacional, a Unirede fortalece a Selbetti em soluções de monitoramento e segurança da informação. Esta é a 42ª aquisição da Selbetti desde 2014, e a segunda em 2025, reforçando sua estratégia de expansão — que levou a um faturamento de R$ 655 milhões em 2024.
CVC
A plataforma de dados Sling Hub divulgou nesta semana a nova edição do relatório “Corporate Investments in the Brazilian Ecosystem” (Investimentos corporativos no ecossistema brasileiro, em português), levantamento realizado em parceria com Alya Ventures, EY e ABCVC para mapear a participação de corporações no financiamento de startups brasileiras em 2024.
Os dados mostraram que do total investido em startups em 2024 (US$ 2,6 bilhões) 31% vieram de corporações (US$ 815 milhões), um crescimento de 18% em relação ao volume aportado em 2023. O capital foi injetado em 61 rodadas, 36% a menos do que em 2023. 51 investidores corporativos investiram em startups brasileiras no ano passado, uma queda de 20% em comparação com o ano anterior.
19 investimentos corporativos registrados no período foram abaixo de US$ 1 milhão. A pesquisa também indicou que 60% dos aportes vieram de corporações brasileiras e 34% deles foram feitos em fintechs. “A gente ainda percebe que a maioria dos corporate ventures estão em fase inicial. A tendência é, conforme amadurecerem, ir mais para o late stage. O mercado brasileiro ainda tem muito a evoluir no processo de consolidação de CVC”, afirmou Cassio Spina, cofundador da Alya Ventures, durante a apresentação dos dados.
No ranking de maiores investidores, a pesquisa mostrou maior diversidade entre as corporações – nos anos anteriores, o Top 3 era dominado por bancos. Em 2024, algumas empresas empataram no terceiro lugar, com três investimentos feitos ao longo do ano: Vivo, Sicredi, Grupo Globo, BTG Pactual, Braskem e Banco do Brasil. O segundo lugar foi do Softbank, com quatro investimentos e, em primeiro, a L4 Venture Builder, da B3, com sete investimentos.
Leo Monte, presidente da Associação Brasileira de Corporate Venture Capital (ABCVC), declarou que o advento da inteligência artificial trará mais urgência para as corporações inovarem. “Pode ser gerador de aceleração. Acredito que trará necessidade de um olhar mais atento sobre a tecnologia. Dificilmente as empresas conseguirão internalizar e construir suas próprias áreas de IA, vejo bastante espaço [para startups].”
Unicórnios
QuintoAndar. A proptech anunciou o encerramento do QuintoCred Garantia, produto voltado a imobiliárias para locação sem fiador. O movimento resultou na demissão de 43 dos 250 funcionários da equipe — os demais foram realocados internamente. Lançado após a aquisição da startup Velo em 2021, o QuintoCred tinha alcance nacional, com 3 mil imobiliárias parceiras e 45 mil contratos ativos. A empresa informou que a decisão é parte de uma estratégia para focar em áreas prioritárias, e que locações feitas diretamente pela sua plataforma seguem com garantia sem fiador. Os contratos atuais não serão renovados, e a parceria com imobiliárias se encerra em 2 de agosto.
Vtex. No primeiro dia do Vtex Day, realizado nesta semana em São Paulo, o unicórnio de comércio digital destacou o uso estratégico da tecnologia para enfrentar os desafios macroeconômicos, como juros altos, reforçando seu foco em crescimento para 2025. Com receita superior a R$ 1 bilhão em 2024 e atuação em 43 países, a empresa aposta em três frentes: expansão no mercado B2B com soluções para grandes empresas como Mondeléz e Motorola; atração de clientes que antes usavam tecnologia própria, como Americanas e Fast Shop; e investimento em retail media, após a aquisição da startup Newtail, feita em janeiro de 2025. Com cerca de US$ 200 milhões em caixa, a Vtex segue aberta a novas aquisições de startups.
Raio x de setores
Edtechs. A plataforma de dados Distrito lançou o Report EdTech 2025, destacando o amadurecimento do setor de tecnologia para educação na América Latina, com 1.326 edtechs ativas, das quais 67,7% estão no Brasil. O pico de fundações aconteceu em 2017, quando 136 startups foram criadas – em 2024, foram apenas sete. De 2014 até o início de 2025, o setor captou US$ 912,4 milhões em 553 rodadas, sendo US$ 656,4 milhões no Brasil. Desde então, o volume investido vem caindo ano a ano, mas o primeiro trimestre de 2025 mostrou sinais de recuperação, superando os dois anos anteriores com US$ 12,3 milhões aportados em seis rodadas.
Entretenimento. A Liga Ventures, em parceria com o Rio2C, lançou um estudo sobre o cenário de startups de entretenimento e content economy no Brasil. Os dados revelam que, nos primeiros meses de 2025, já foram investidos cerca de R$ 415 milhões em nove aportes de venture capital, superando o total do ano anterior. O levantamento mapeou 527 startups ativas no setor, com destaque para categorias como produção de conteúdo, gestão de campanhas de influência e plataformas de streaming. Cerca de 25% dessas startups foram fundadas a partir de 2020, e 146 já utilizam inteligência artificial em suas soluções. São Paulo lidera como o estado com maior concentração (53%) dessas empresas. O estudo também mostra que 63% das startups têm foco B2B.
Oportunidades
Inovação. Startups de todo o Brasil podem se inscrever para a 6ª edição do BRDE Labs Paraná, iniciativa de inovação aberta que conecta empresas paranaenses a soluções desenvolvidas por negócios inovadores. A edição deste ano é totalmente online e tem como foco a inteligência artificial, com objetivo de desenvolver e apresentar provas de conceito para os desafios propostos por dez empresas de setores como varejo, indústria, energia, setor automotivo e agronegócio. Cada empresa participante apresentou dois desafios, e as startups podem se candidatar a mais de um. Para participar, é necessário ter ao menos seis meses de fundação e oferecer soluções inovadoras em produtos, serviços ou processos. O programa oferece conexão com empresas, acesso a fundos de investimento e suporte da HOTMILK PUCPR. As inscrições vão até 7 de julho pelo site oficial.
Santa Catarina. O Sebrae-SC e a WK Sistemas abriram inscrições para o InicIA – Jornada de Desenvolvimento de Startups e Ideias Inovadoras com IA, programa voltado a estudantes, profissionais e empreendedores do Vale do Itajaí que estejam iniciando negócios baseados em inteligência artificial. Com início em 11 de junho, a iniciativa oferece sete workshops presenciais com mentorias e ferramentas práticas. Ao final do processo, os selecionados farão pitches na Feira de Negócios do Conexão WK, que acontece nos dias 3 e 4 de julho em Blumenau (SC). As vagas são limitadas a 40 participantes, e serão priorizadas soluções com aplicação em serviços B2B, indústria e terceiro setor. As inscrições podem ser feitas pelo site.
Amazônia. A Axcell, em parceria com o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) coordenado pelo Idesam, lançou o edital de chamada para seleção de startups 2025, com o objetivo de investir em startups da bioeconomia que atuem ou tenham interesse na Amazônia Ocidental (Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima) e no Amapá. A iniciativa busca negócios em fase de operação ou tração, com soluções sustentáveis, escaláveis e voltadas a conservação da floresta, geração de renda e uso responsável da biodiversidade. As 10 startups selecionadas poderão receber aportes entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões, com participação societária negociada conforme o valuation, além de suporte, mentoria e acesso à rede da Axcell e do Idesam. As inscrições vão até 31 de julho pelo link.
Curtas
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