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Relações entre empresas e startups, inovação para PMEs e equipes multigeracionais estão no foco do Hacktown 2024

Relações entre empresas e startups, inovação para PMEs e equipes multigeracionais estão no foco do Hacktown 2024


Evento que acontece em Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais) até este domingo (4/8) tem atividades de tecnologia a gastronomia Aprimoramento de relação entre grandes empresas e startups, inovação dentro das pequenas e médias empresas (PMEs) e equipes multigeracionais foram alguns dos temas debatidos no Hacktown 2024, que acontece em Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais), até este domingo (4/8). O evento, que está em sua 8ª edição, recebe 30 mil pessoas e tem mais de 1,2 mil atividades em diferentes locais da cidade, envolvendo tecnologia, inovação, música e gastronomia.
“Para escolher os temas trabalhados, fazemos um estudo do que está sendo discutido no mundo, mas com a perspectiva brasileira”, diz João Rubens Costa Fonseca, cofundador do Hacktown. “Nossa linha de curadoria é identificar tendências. Não é um evento de respostas, mas de hipóteses para que as respostas sejam construídas.”
PEGN está por lá e mostra os destaques:
Novo olhar para startups
A relação entre grandes empresas e startups não é novidade dentro do ecossistema de inovação. “A nossa descoberta, depois de todo esse tempo, é que a startup e a grande empresa precisam uma da outra para crescer. A grande empresa tem de sobra burocracia, segurança e gestão. Já a startup tem agilidade na tomada de decisão”, afirma Caio Felipe dos Santos, especialista em inovação da Oxigênio Aceleradora, criada pela Porto Seguro, em 2015.
Porém, a relação ainda encontra desafios. Uma das barreiras nessa parceria é a falta de conhecimento de ambas as partes, segundo Francis Aquino, corporate success da Órbi, hub de empreendedorismo e inovação. “Muitas vezes, quando a empresa está querendo acelerar uma startup, ela ainda está em processo de descobrir de qual solução precisa. Ao mesmo tempo, as startups não vivenciaram o ambiente corporativo, e não entendem todo o risco e a governança envolvidos essa transação”, afirmou durante painel.
“Agora, o que temos feito é descobrir com profundidade o que as empresas precisam. Então, olhamos para as startups e encontramos formas de construir um pitch mais maduro para que, quando os dois estejam preparados, ocorra uma aproximação.”
Hector Gusmão, CEO e cofundador da Bolder (antiga Fábrica de Startups), reconhece as evoluções da parceria nos últimos anos — com a clareza do que significam os conceitos inovação aberta, Corporate Venture Capital (CVC) e Venture Builder. “Mas me frustra a falta de visibilidade sobre como a startup faz parte da estratégia das corporações e qual é o papel [da grande empresa] dentro do ecossistema”, afirma.
“Os bons empreendedores já estão em sua segunda ou terceira startup de sucesso. Eles já têm noção de dinheiro, e veem a corporação como mais um cliente ou parceiro estratégico. Ou seja, se a corporação não estiver preparada para aproveitar essa parceria estratégica, o empreendedor vai cair fora.”
Para Gusmão, as companhias devem abandonar a ideia de que são tutoras da startup ou de usá-las como uma fábrica de serviços. “Existem muitos problemas no mundo em que as corporações não estão colocando as startups como centro do desenvolvimento da solução. Ainda estamos falando de startups para o backoffice em vez de startups atuando na transição energética, descarbonização e democratização do aprendizado de IA para todos. Acredito que essa maturidade é o próximo passo.”
Maneiras de inovar em pequenas e médias empresas
A inovação de PMEs também foi um dos assuntos abordados durante o Hacktown 2024. “Temos que mostrar para os empreendedores tradicionais que embutir tecnologia é um fator fundamental para aumentar a competitividade do negócio” diz Thiago Cunha, gestor de inovação do Sebrae. “Muitos pequenos negócios têm dúvidas sobre como iniciar o processo de inovação. O primeiro passo é querer.”
Mas como entender qual é a tecnologia que aprimorar o seu negócio? Para Cunha, não tem segredo: o empreendedor deve ir atrás de conhecimento para se capacitar. “Temos muita informação disponível dentro da comunidade e em eventos. Se todo mundo está falando de inteligência artificial, o empreendedor deve se informar e entender se a tecnologia faz sentido para o seu negócio. Se sim, ele pode se aprofundar no assunto. Se não, tudo bem também. O importante é não ficar aéreo no que está acontecendo.”
O gestor de inovação também diz que o empreendedor pode ouvir os consumidores para terem ideias inovadoras — mas a escuta deve ser feita com cautela. “O cliente não é inovador. É preciso saber ouvir o que ele fala, mas depurar o que ele diz”, afirma. “Por exemplo, se o cliente fala que não tem mais tempo de passar na padaria, isso pode significar que o estabelecimento deve implementar o delivery. O cliente é o consultor mais barato para transformar o negócio.”
Já Alexandre Magno, presidente do SindVale e diretor da Fecomércio MG, alerta que é preciso encontrar um meio termo ao inserir tecnologia, e não esquecer do diferencial do pequeno negócio — que é o atendimento presencial e personalizado. “Às vezes, um cliente entra em uma loja de rua para escutar um bom dia. Ee ele for bem recebido, pode acabar fazendo uma compra. Processos, tecnologia e pessoas são os pilares fundamentais de uma empresa, e só funcionam juntos. Esta é a forma de ter negócios mais saudáveis”, finaliza.
Empresas multigeracionais
Muito se fala sobre a entrada da geração Z no mercado de trabalho. Porém, as empresas enfrentam outro desafio que é a permanência de pessoas mais velhas — que serão uma parte importante da força de trabalho nos próximos anos. “Temos uma perspectiva de envelhecimento e longevidade ao redor do mundo, e é preciso entender como as gerações vão se desenvolver juntas e trabalhar juntas”, diz Fabi Granzotti, gerente de projetos e especialista da Maturi, empresa de recolocação de pessoas 50+ no mercado de trabalho.
A especialista diz que existe um preconceito para diferentes cargos. “Muitas empresas preferem pessoas mais juniores em cargos de liderança porque acreditam que elas são mais inovadoras, o que é um grande estereótipo”, diz Granzotti. “Da mesma forma, existem líderes com receio de contratar funcionários mais velhos com uma longa carreira profissional, com um currículo de altos cargos. Eles devem entender que estas pessoas estavam em outro momento da carreira, e não estão querendo aquele emprego como presidente de uma empresa.”
O custo da contratação de alguém mais experiente — e com o currículo mais cheio — também pode ser uma barreira para as empresas, lembra Granzotti. “Existem alternativas para inserir a pessoa de alguma maneira na equipe. Por exemplo, contratá-la para uma consultoria ou para um projeto específico como freelancer”, sugere.
Para a especialista, o caminho para a inserção de pessoas 50+ no mercado de trabalho é a conscientização de que a diversidade etária é boa para os negócios. “A mistura de gerações traz essa potência. Pela primeira vez, temos quatro gerações no mercado de trabalho, e a maturidade das pessoas mais velhas traz a experiência e relevância para o time”, diz Granzotti. “A colaboração entre diferentes gerações traz perspectivas únicas, contribuindo para um ambiente de trabalho mais inclusivo e inovador. Cada geração tem uma contribuição valiosa a oferecer.”
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