Rede de moda masculina fundada por pai e filho em Fortaleza cresce com franquias e fatura R$ 70 milhões
Com 65 lojas, sendo 16 próprias, a Skyler quer crescer 10% neste ano Em 1997, pai e filho decidiram criar uma marca de roupas masculinas em Fortaleza (CE). Com vendas realizadas entre amigos e uma loja improvisada dentro de casa, Emilio Guerra, 52 anos, e Antônio Silva Guerra, 80 anos, fundaram a Skyler: empresa que hoje conta com 65 lojas, sendo 16 próprias, e faturou R$ 70 milhões em 2024.
Emilio conheceu o mundo do empreendedorismo ainda jovem. Aos 15 anos, abriu uma empresa de sonorização com um primo e um amigo. Dois anos depois, em 1991, usou o dinheiro guardado do negócio e auxílio financeiro da família para fazer um intercâmbio para os Estados Unidos, onde trabalhou cortando grama e limpando neve para ajudar nas despesas.
De volta ao Brasil, no ano seguinte, ele ingressou na faculdade de Direito na Universidade de Fortaleza (Unifor). Paralelamente, trabalhou como corretor de imóveis, recepcionista bilíngue em hotel e representante comercial de uma empresa de roupas — quando conheceu o setor de moda e varejo.
A ideia de abrir um negócio próprio surgiu após a leitura de um livro sobre canais de distribuição e o valor de marcas próprias. “Ali, o desejo de construir a minha se transformou em decisão”, afirma.
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Segundo Emilio, a proposta era criar “moda masculina com preço competitivo e qualidade superior”. Inicialmente, as peças seriam voltadas ao público universitário. “Em Fortaleza, tínhamos poucas monomarcas. Eram empresas que operavam em larga escala, com preço alto e sem a qualidade que muitos procuravam”, diz.
O projeto foi apresentado ao pai, economista aposentado que comprou a ideia. O nome Skyler foi escolhido em homenagem ao filho recém-nascido do “irmão americano” da família com quem Emilio viveu durante o intercâmbio.
A primeira loja foi aberta na casa da família, mas as roupas também eram vendidas na universidade. Seis meses depois, a necessidade de uma vitrine logo levou à abertura de uma loja no centro de Fortaleza. Em 1999, veio a terceira unidade, também em um centro comercial.
Entretanto, Emilio afirma que as primeiras lojas não trouxeram o retorno esperado. “Estávamos trabalhando o triplo, uma pressão financeira o tempo todo e o resultado não vinha. Precisamos parar e entender o que estava acontecendo”, diz.
Os ponteiros se acertaram em 2000, quando na busca por melhorar a performance, investiram R$ 100 mil — 50% emprestado de uma tia e o restante pago em cinco parcelas — na abertura de uma quarta unidade em um shopping center. Segundo Emilio, a loja teve desempenho superior, o que levou a uma mudança na estratégia: o foco em centros comerciais. Na sequência, foram inauguradas mais sete unidades todas em shoppings — hoje, 60% das lojas da Skyler estão localizadas em centros do tipo, o restante fica em pontos de rua, geralmente em cidades menores.
O franchising veio como modo de expansão, já que os empreendedores viam a capital cearense como saturada. Sem encontrar consultorias especializadas na cidade, pai e filho passaram quatro anos entendendo o setor: padronizaram processos, desenvolveram contratos e estruturaram o negócio. A primeira franquia foi aberta em 2005, em Cajazeiras (PB). A franqueada era amiga de uma cliente.
“Nós fortalecemos muito a marca na capital. Quando chegamos ao interior, éramos vistos como premium pela qualidade que tínhamos. Os clientes sentiam que podiam ter o mesmo padrão da capital em cidades menores”, afirma.
Com produção terceirizada, a marca está presente principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Em 2024, os empreendedores iniciaram a expansão com unidades próprias para outras regiões e abriram uma em Araguaína (TO) e outra no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. Segundo Emilio, essas inaugurações fazem parte do plano estratégico para 2025, que prevê 10 novas lojas.
Em 2024 a Skyler inaugurou sua primeira loja no Sudeste
Divulgação
“Estamos conhecendo melhor os novos mercados, entendendo o consumidor e seus hábitos de compra. Além disso, estamos investindo em marketing para destacar a nossa proposta de custo-benefício”, diz o empreendedor.
Com um tíquete médio de R$ 270, a marca trabalha com cinco linhas de roupas: peças básicas, casuais, para o ambiente de trabalho, descontraídas e premium (com tecidos nobres como algodão pima e alfaiataria em malha).
“Começamos focados no público universitário, mas fomos evoluindo. O Brasil hoje tem muitas ofertas e decidimos acompanhar todas as fases da vida dos nossos clientes”, destaca Emilio. Neste ano, pai e filho esperam crescer 10%.
O investimento inicial para uma franquia Skyler fica entre R$ 300 mil (modelo light) e R$ 500 mil (modelo standard). De acordo com a marca, a expectativa de payback fica em torno de 36 meses.
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