Sign In

Notícias

Ultimas Notícias
Psicóloga empreende com clínica focada na saúde da população negra, indígena e LGBTQIAP+ na Bahia

Psicóloga empreende com clínica focada na saúde da população negra, indígena e LGBTQIAP+ na Bahia


Laíse Brito fundou a Baobá Saúde em janeiro deste ano no Caminho das Árvores, bairro localizado em Salvador (BA). Unidade alcançou R$ 55 mil de faturamento mensal A psicóloga Laíse Brito, de 35 anos, aprendeu com os pais que o empreendedorismo era uma ferramenta importante para enfrentar dificuldades financeiras e realizar sonhos ao longo da vida. Foi com a venda de roupas que ela conseguiu pagar as mensalidades da sua faculdade na cidade de Salvador, na Bahia. Em janeiro deste ano, ela resolveu que daria mais um passo na sua trajetória empreendedora aliado ao propósito de cuidar da saúde física e mental de populações minorizadas: negros, indígenas e a comunidade LGBTQIAP+.
A partir dessa perspectiva, Brito abriu a clínica Baobá Saúde, que traz no nome a importância do resgate da ancestralidade africana por meio da conexão com a comunidade. Localizada no bairro Caminho das Árvores, um dos centros empresariais da capital baiana, a unidade alcançou uma receita de R$ 55 mil por mês, com cerca de 70 atendimentos (as sessões custam a partir de R$ 80) e outras fontes de receita, como o aluguel de salas para outros profissionais. Entre as especialidades ofertadas estão psicologia, psiquiatria, microfisioterapia, estética e psicopedagogia.
Segundo ela, a ideia nasceu do desejo de contemplar as demandas dessa população de forma acolhedora e humanizada, incluindo o olhar para a saúde mental e física. A psicóloga ressalta que essa abordagem está presente em todo o processo de atendimento, que possibilita que o paciente fale diretamente com o profissional para marcar sua sessão. A equipe é formada apenas por mulheres até o momento.
“A psicologia ainda está distante, muito dentro dessa lógica burguesa. O principal objetivo é realmente aproximar esse cuidado da pessoa negra, indígena e LGBTQIAP+. Muitas pessoas não acessam serviços de saúde, com medo de sofrer violência, porque já sofreram muita discriminação em torno da raça e orientação sexual. Isso é uma reparação histórica que precisa acontecer. Estamos falando de Salvador, que é o segundo lugar com maior população negra depois da África”, pontua.
Entrada da Baobá Saúde, clínica focada no cuidado da saúde de pessoas negras, indígenas e LGBTQIAP+
Divulgação
Para a abertura do espaço, o investimento foi de R$ 200 mil na compra do imóvel e mais R$ 100 mil para reforma e equipamentos da clínica, todo de capital próprio. Além das especialidades da clínica, as salas também podem ser alugadas por profissionais de saúde que já possuam uma carteira de clientes e estejam em busca de um local para atendimento. A proposta tem relação com o início da carreira da psicóloga, que já chegou a ampliar seu primeiro consultório para receber outros especialistas após a pandemia de covid-19.
“Sabia que quando me formasse, a psicologia também seria um lugar de negócio para mim. Segui individualmente, mas tive um estalo durante a pandemia ao perceber que tantos colegas estavam fechando as portas. Aí tive a ideia de abrir outro negócio, dividi meu consultório em duas salas para alugar para outros profissionais”, lembra.
A Baobá ainda sedia ações e eventos gratuitos voltados para a discussão da saúde de populações minorizadas, a exemplo de oficinas e capacitações. Brito diz que a programação inclui opções online para alcançar pessoas de outras cidades e estados do Brasil. Neste mês, por exemplo, a unidade inaugurou um grupo terapêutico voltado para cuidadores de crianças negras com encontros quinzenais.
“Estamos realizando um ciclo mensal de oficinas e intercalamos o presencial com o online para poder atender o máximo de pessoas. Abordamos temas sobre saúde da população negra, indígena e LGBTQIAP+ com o olhar para essa dimensão coletiva”, explica.
Leia também
Para o futuro da clínica, a psicóloga vislumbra a ampliação da cartela de especialidades e o lançamento de um novo negócio até 2028, também focado no atendimento de pessoas negras, indígenas e LGBTQIAP+.
“Sou uma sonhadora, que anda com os pés no chão e a cabeça nas nuvens. A minha proposta com a Baobá é construir um spa com hospedagem para que o paciente possa descansar e ser cuidado de uma forma que talvez nunca tenha sido antes. Muitas pessoas negras, inclusive as que não estão em vulnerabilidade social, ou até as que estão, dificilmente vivenciaram um cuidado do corpo”, diz.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da PEGN? É só clicar aqui e assinar!

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *