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Preso por furto de obras de arte: fundador da Hurb criou empresa que acumula R$ 100 milhões em dívidas

Preso por furto de obras de arte: fundador da Hurb criou empresa que acumula R$ 100 milhões em dívidas


Ex-Hotel Urbano é alvo de 34 mil ações judiciais de clientes e perde autorização para operar no país A Polícia Civil prendeu em flagrante, na última sexta-feira (25/4), o empresário João Ricardo Mendes, acusado de furtar obras de arte em um hotel de luxo e em um shopping center na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mendes é fundador da Hurb — antiga Hotel Urbano —, plataforma de vendas de pacotes de viagem que acumula mais de 34 mil processos movidos por clientes na Justiça, a maioria a partir de 2023.
As execuções fiscais contra a empresa superam R$ 100 milhões. Em abril, a Hurb perdeu a autorização para atuar no setor turístico em todo o país, conforme decisão do Ministério do Turismo. As principais reclamações de consumidores e de órgãos administrativos dizem respeito a pacotes vendidos a preços promocionais durante a pandemia de Covid-19, que deveriam ser utilizados após a crise sanitária. No entanto, os serviços não foram entregues, impactados pela alta da inflação e por outras variáveis financeiras. A empresa foi alvo de diversas multas e sanções nos últimos meses em razão dos descumprimentos contratuais.
Sem apresentar soluções para os clientes lesados, a Hurb teve o cadastro cancelado pelo Ministério do Turismo neste mês, e o site da companhia foi retirado do ar por determinação judicial. Caso a empresa volte a vender pacotes sem autorização, está sujeita a multa diária de R$ 80 mil.
Demissões, fim do escritório e esvaziamento de contas
João Ricardo Mendes fundou o Hotel Urbano, atual Hurb, em 2011, junto com o irmão José Eduardo Mendes, e ocupou o cargo de CEO até 2023. Após se envolver em polêmicas, incluindo interações inadequadas com clientes — que chegaram a ser xingados em grupos de WhatsApp —, João Ricardo renunciou ao posto. Apesar disso, continuou à frente das decisões da empresa, liderando a demissão de 200 colaboradores e o esvaziamento do escritório localizado no edifício Península Corporate, na Barra da Tijuca, em fevereiro deste ano.
As execuções fiscais contra a Hurb esbarram na falta de recursos financeiros nas contas bancárias da agência de viagens. Devido a isso, dezenas de advogados e oficiais de Justiça foram até o escritório abandonado e recolheram objetos de valor, como estações de trabalho avaliadas em cerca de R$ 2 mil cada, para envio à penhora. A informação foi publicada pela coluna Capital, do GLOBO.
Ainda em abril, a coluna de Lauro Jardim, também do GLOBO, revelou que a empresa de processamento de pagamentos Adyen reteve milhões de reais da Hurb, por determinação judicial, para ressarcir mais de 1.500 clientes que acionaram a agência na Justiça.
Na ocasião do bloqueio judicial de valores, João Ricardo Mendes foi a um grupo de WhatsApp mantido com clientes para alegar que a medida prejudicava o cumprimento das viagens contratadas. Ele também divulgou os endereços de e-mail de executivos da Adyen, pedindo que os consumidores fizessem pressão pela liberação do dinheiro.
Essas não foram as únicas interações consideradas inadequadas por parte de Mendes nos últimos anos. Em março de 2025, ele afirmou que daria prioridade ao reembolso de clientes lesados que, ainda assim, falassem bem da marca na internet.
Em 2023, João Ricardo renunciou ao cargo de CEO da Hurb após virem a público ameaças e xingamentos dirigidos a clientes em um grupo de WhatsApp.
Histórico criminal de Mendes
O histórico criminal de João Ricardo Mendes registra investigações por ameaça, dano, calúnia, estelionato e lesão corporal. A maior parte dos procedimentos foi encaminhada a Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Jecrim).
Procurada neste sábado, a Hurb não enviou resposta até o fechamento desta reportagem. Em 15 de abril, porém, a empresa afirmou ao jornal O Globo que, “por questões legais, não comenta processos administrativos e/ou ações em andamento, mas segue à disposição dos órgãos responsáveis para sanar eventuais dúvidas”.
A defesa de João Ricardo Mendes também não foi encontrada para comentar os casos recentes.
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