Paraense fatura R$ 1,7 milhão com restaurante especializado em culinária da região amazônica em SP
Com cerca de 90% dos insumos comprados diretamente de produtores da região Norte, Pedro Amaral fundou o Namazônia com o objetivo de perpetuar suas raízes Natural de Belém, capital do Pará, Pedro Amaral, 41 anos, cresceu com uma forte conexão com a gastronomia. Quando se mudou para São Paulo (SP) a trabalho, há 11 anos, notou que a saudade que sentia da comida de sua terra natal poderia se tornar uma oportunidade de negócio. Em 2018, ele criou o próprio restaurante, agora batizado de Namazônia. Localizado na Zona Sul da capital paulista e focado na culinária da região amazônica, o negócio faturou R$ 1,7 milhão em 2024.
Formado em administração, o interesse de Amaral pela gastronomia surgiu ainda na infância, quando o pai comandava um negócio de açaí. O produto era vendido para consumo na hora, acompanhado de farinha de tapioca ou farinha d’água, além de uma opção de proteína, como peixe frito. Em São Paulo, o costume paulistano de consumir o açaí como um doce levou Amaral a se unir com um primo que já empreendia no Rio de Janeiro (RJ) com o açaí tradicional da região Norte.
Assim, em 2018, eles fundaram o Amazônia Soul, com um investimento inicial de R$ 250 mil, de capital próprio. Na época, o restaurante surgiu como uma versão adaptada da unidade que já operava no Rio, mas com um cardápio que incluía alguns itens além do açaí. Contudo, após a pandemia, Amaral desfez a sociedade com o primo e reestruturou o restaurante que, com um rebranding e mudanças nas práticas de gestão, teve um crescimento de 50% no faturamento mensal.
A remodelação começou em 2022, quando o estabelecimento passou a se chamar Namazônia. Além de mudanças na identidade visual, com destaque para o verde e tons terrosos, o espaço teve os equipamentos renovados a fim de melhorar a eficiência da operação e passou a contar com novos fornecedores para a aquisição de insumos. Hoje, além do Pará, o restaurante conta com parcerias com produtores de estados como Acre, Rondônia e Roraima. Ao todo, cerca de 90% dos insumos utilizados no negócio vêm da região Norte.
“Nessa nova fase, decidi viajar mais, estar in loco e entender mais das necessidades de cada local para conseguir trazer isso para dentro do restaurante, quer seja num prato ou novo ingrediente. Além disso, com os investimentos em equipamentos mais modernos, melhoramos nossa capacidade e qualidade produtiva, o que se reflete no tempo de espera do cliente, na capacidade de atender mais pessoas por hora e em coisas que o consumidor pode não enxergar, mas que influenciam em sua experiência”, diz Amaral.
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Para as mudanças, o empreendedor fez um investimento de cerca de R$ 300 mil, que, em 2024, se somaram a mais R$ 45 mil, que foram dedicados sobretudo a um novo espaço para armazenamento. “Como consequência das melhorias, notei que precisávamos de um local apropriado para fazer um estoque maior. Com esse espaço, passamos a sofrer menos com a sazonalidade dos insumos, que até então era um dos principais desafios, e conseguimos uma economia, já que, com um maior volume, conseguimos negociar melhor os preços de compra”, aponta. De acordo com Amaral, o espaço dedicado ao estoque, que abriga tanto alimentos secos como refrigerados, fica separado do restaurante, em uma localidade estratégica para a chegada via caminhão e por aeroportos.
Com um tíquete médio de cerca de R$ 150 por pessoa, o salão do restaurante tem capacidade para até 50 pessoas e tem mais de dois giros por dia em finais de semana comuns. O espaço ainda conta com um empório destinado a produtos da região amazônica. “Funciona como uma vitrine para os produtores parceiros e ainda nos permite contar mais da história que está por trás de tudo o que fazemos lá, o que é uma forma de agregar valor à experiência”, diz Amaral. De acordo com o empreendedor, cerca de 45% dos clientes que visitam o estabelecimento compram algum item do empório.
O negócio também trabalha com vendas por delivery, que representam cerca de 30% do faturamento. Depois de faturar R$ 1,7 milhão em 2024, a projeção é encerrar 2025 com um aumento de até 15%. Segundo Amaral, as mudanças feitas a partir de 2022 permitiram um fluxo de caixa maior que vem sustentando reinvestimentos constantes, o que corrobora para a projeção de um aumento progressivo na receita. Para o empreendedor, o resultado previsto para este ano ainda pode ser impulsionado pela COP30, que acontecerá em Belém. “Acredito que isso evidenciará a Amazônia de diferentes formas e estaremos aqui sempre dispostos a apoiar na visibilidade da gastronomia da região”, conclui.
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