Panacotta em formato de capivara viraliza e restaurante do MS aumenta faturamento em 30%
O vídeo viral acumula 1,5 milhão de visualizações e mostra a sobremesa sendo servida ao som de uma música criada com inteligência artificial O restaurante Canto do Cupim, localizado em Campo Grande (MS), virou sensação nas redes sociais após lançar uma sobremesa inusitada: uma panacotta de chocolate meio amargo com Nutella, coberta com uma farofa crocante de bolacha amanteigada e castanhas moldada no formato de capivara. A combinação entre criatividade, o apelo afetivo do animal na região e uma boa estratégia de marketing impulsionaram o vídeo do prato a ultrapassar 1,5 milhão de visualizações, resultando em um aumento de 30% no faturamento do restaurante.
A ideia surgiu no final de 2024, segundo o proprietário do estabelecimento Gustavo Venturini, 41 anos. “Aqui em Campo Grande, capivaras andam pelas ruas, atravessam semáforos, são o xodó da cidade. Queríamos fazer algo que se conectasse com essa identidade local”, explica. Depois de uma busca internacional, o restaurante encomendou a forma personalizada de uma empresa chinesa. O desenvolvimento da receita, que mistura diversos tipos de chocolate com Nutella, levou cerca de três meses até atingir a consistência ideal. Recentemente, um restaurante de São Paulo apostou em uma sobremesa similar.
O Canto do Cupim já era uma referência na capital sul-mato-grossense, conhecido principalmente pelo cupim casqueirado — um corte típico do interior paulista, feito em finas lâminas crocantes. “Sou engenheiro civil, mas sempre gostei de gastronomia. Em 2013, abrimos o restaurante trazendo esse corte de cupim do interior de São Paulo para cá. Deu tão certo que em 2015 mudamos o nome para Canto do Cupim e ampliamos o espaço”, conta Venturini.
Hoje, o restaurante tem capacidade para 350 pessoas e recebe entre 30 e 35 mil clientes por mês. Com ambiente rústico, parquinho infantil de quase 300 metros quadrados e um marketing criativo gerenciado internamente, o Canto do Cupim consolidou-se como um dos principais pontos gastronômicos do estado.
A cupimvara
A equipe de marketing do empreendimento foi essencial para transformar a panacotta de capivara em fenômeno. O vídeo viral que mostra a sobremesa sendo servida ao som de uma música criada com inteligência artificial conquistou milhares de internautas. “Desenvolvemos tudo aqui: desde a gravação até a trilha sonora. Nossa ideia era transformar a sobremesa em uma experiência inesquecível”, destaca o proprietário.
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O resultado surpreendeu até os donos. “A gente não imaginava que ia ter essa repercussão. Hoje, em um dia bom, vendemos cerca de 60 unidades da sobremesa. No Dia das Mães, foram mais de 110!”, celebra.
O prato, que custa em média R$ 48, rapidamente se tornou o item mais pedido, superando até a tradicional Coca-Cola, brinca Gustavo. O investimento total na criação da sobremesa foi de aproximadamente R$ 4.500, valor recuperado em apenas uma semana. Atualmente, a margem de lucro com a venda é superior a 80%.
O poder do engajamento
Para manter o movimento em alta, a equipe do Canto do Cupim criou ações complementares, como o sorteio de uma pelúcia de capivara entre os clientes que pedem a sobremesa. “Já temos mais de 860 cupons em menos de um mês. Isso incentiva a repetição de consumo, cria um vínculo afetivo e mantém o movimento constante”, explica.
O Canto do Cupim conta hoje com cerca de 55 funcionários, entre fixos e freelancers. A movimentação intensa, somada ao recém-inaugurado playground, consolidou o espaço como um ambiente familiar e turístico, principalmente para visitantes de cidades vizinhas como Dourados e Maracaju.
“Já teve caso de criança chorando porque as capivaras haviam acabado no dia. Tivemos que produzir na hora, colocar para gelar e atender a família que veio de longe só para experimentar”, lembra o empreendedor.
Apesar do sucesso, o dono do restaurante mantém os pés no chão: “A gente sabe que tudo passa. Por isso, estamos sempre buscando novas formas de surpreender o cliente. O mais importante é cultivar quem já confia no nosso trabalho”.
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