O que é IPCA e como pode impactar empreendedores
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é um dos indicadores de preços produzidos pelo IBGE para medir a inflação brasileira. Veja como variações podem afetar seu negócio Divulgado mensalmente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o termômetro oficial da inflação do Brasil. O resultado mostra se os preços de produtos e serviços consumidos pela população aumentaram ou diminuíram de um mês para o outro. Mais do que apenas dados relativos à economia, os números do IPCA devem estar no radar dos empreendedores, que podem aprimorar estratégias de gestão com base no índice.
Para te ajudar a entender o que é esse indicador e como ele pode ajudar a sua empresa, PEGN conversou com Marcos Crivelaro, professor de finanças da Fundação Vanzolini, e Gecilda Esteves, professora de economia do Ibmec-RJ. Confira:
O que é IPCA?
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O IPCA é um dos índices de preços produzido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com o objetivo de medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população. Os produtos analisados são definidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também do IBGE. A pesquisa pondera o que a população consome e quanto do rendimento familiar é gasto em cada produto, considerando diferentes categorias, como alimentação e bebida, transporte, habitação e educação.
Um dos diferenciais do indicador, lançado mensalmente, é a abrangência da análise. O IPCA aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de um a 40 salários-mínimos. Além disso, de acordo com o IBGE, o levantamento considera, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais de todas as regiões brasileiras.
O cálculo é feito com base em uma comparação dos preços em relação ao mês anterior, o que resulta em um único valor capaz de indicar a variação geral de preços ao consumidor no período, ou seja, se os preços aumentaram ou diminuíram.
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Por que o IPCA é importante?
Sendo utilizado pelo Governo Federal como o índice oficial do sistema de metas da inflação do Brasil, o IPCA funciona como uma referência para diversas respostas econômicas do governo e do mercado financeiro. Entre os impactos do índice, Gecilda Esteves, do Ibmec, ressalta possíveis interferências no orçamento do governo, como ajustes em salários, benefícios e programas sociais, além de mudanças na taxa Selic (a taxa básica de juros).
Além disso, o indicador de inflação aponta para a capacidade de consumo da população. “É o famoso desenho do que uma nota de R$ 100 comprava há cinco anos e o que compra hoje. Portanto, o IPCA afeta o poder de compra dos consumidores. Se um item fica mais caro, isso afeta a quantidade de vezes que uma pessoa fica disposta a pagar por este item”, indica a professora de economia.
Como o IPCA impacta empreendedores?
De acordo com Crivelaro, da Fundação Vanzolini, os empreenderes devem acompanhar o IPCA para se antecipar a possíveis impactos nos negócios. Para o especialista em finanças, o índice, bem como suas previsões, pode apoiar em decisões estratégicas de uma empresa, seja para considerar ajustes na precificação dos produtos e serviços ou para buscar melhores condições de compra ou estoque de insumos que tendem a sofrer uma alta de preços.
“No caso de uma empresa de alimentação, por exemplo, o empreendedor pode considerar ajustes no cardápio para reduzir o uso de insumos mais caros. Pensar em produtos mais regionais, que sofram menos variações, pode ser uma alternativa. O acompanhamento do índice permite um planejamento para reduzir custos e para pensar em como melhorar as condições de compra para o consumidor final”, diz Crivelaro.
Esteves destaca que o IPCA deve ser acompanhado por empresas de todos os portes. Além dos impactos mais diretos como os apontados pelo professor de finanças, o índice que mede a inflação pode antecipar impactos indiretos, como um aumento na taxa básica de juros. Assim, a partir de olhar atento às tendências de indicadores financeiros, é possível buscar inovações para manter o negócio competitivo e diluir riscos associados à variação de preços. “Empreender não é apenas um ato de coragem, é um ato de gestão, que implica ser atento às finanças e ao cenário econômico”, conclui Esteves.
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