O papel da energia solar na transição energética brasileira: entraves e soluções
Especialista aponta que, apesar do enorme potencial, país ainda enfrenta desafios regulatórios e precisa fortalecer políticas públicas para acelerar o uso de fontes limpas Divulgação
PressWorks
O Dia Mundial da Energia, celebrado em 29 de maio, reforça a importância de uma matriz energética mais limpa, sustentável e acessível. No Brasil, país com abundância de recursos renováveis, a energia solar desponta como peça-chave na transição energética. No entanto, especialistas alertam que entraves políticos, regulatórios e burocráticos ainda limitam a expansão do setor e dificultam o acesso à tecnologia por parte da população de baixa renda.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil ultrapassou a marca de 37 gigawatts de potência instalada em energia solar, ocupando posição de destaque no cenário global. Ainda assim, o país está longe de explorar todo o seu potencial. Grande parte das instalações está concentrada em setores com maior poder aquisitivo, enquanto famílias em situação de pobreza energética continuam enfrentando dificuldades para acessar uma fonte que poderia reduzir significativamente seus custos com eletricidade.
“O Brasil tem um potencial gigantesco de ser líder global na transição energética, mas ainda esbarra em desafios políticos e regulatórios. A energia solar já provou seu valor – é limpa, acessível e cria empregos. Mas precisamos de um ambiente regulatório estável, políticas de incentivo e menos burocracia”, afirma Maurício Crivelin, CEO da Kinsol, empresa especializada em soluções solares com foco em impacto social.
Para o executivo, é fundamental que o país avance em políticas públicas que integrem a energia solar às estratégias de combate à pobreza energética e desenvolvimento sustentável. Isso inclui modelos de financiamento acessíveis, subsídios direcionados e programas que estimulem a geração distribuída em regiões vulneráveis.
“A Kinsol acredita que a solução está na união entre iniciativa privada e poder público, com foco em inovação e impacto social”, acrescenta Crivelin. “A transição energética não pode ser apenas tecnológica – ela precisa ser inclusiva.”
Com as metas globais de descarbonização ganhando força e o Brasil sendo pressionado a cumprir compromissos ambientais, o avanço da energia solar no país se torna não só desejável, mas urgente. A data é uma oportunidade para fortalecer o debate e impulsionar ações concretas rumo a um futuro mais justo e sustentável.