Número de empresas ativas cresce 16% no Brasil com impulso de MEIs, diz pesquisa
Estudo da BigDataCorp mostra avanço de 20,90% de microempreendedores individuais nos últimos 12 meses; pejotização e negócios ligados à economia sob demanda explicam O Brasil ultrapassou a marca de 64 milhões de CNPJs registrados no primeiro trimestre de 2025. O dado faz parte da segunda edição do estudo “CNPJs do Brasil”, realizado pela BigDataCorp, que coleta informações de mais de 1,5 bilhão de fontes públicas e privadas para mapear o comportamento empresarial no país. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o número total de registros cresceu 7,72%. O ritmo foi ainda mais acelerado entre as empresas ativas: um salto de 16,11%, passando de 21,8 milhões para 25,3 milhões de negócios em operação.
O crescimento é puxado principalmente pelos microempreendedores individuais (MEIs), que aumentaram em 20,90% nos últimos 12 meses e já representam 78,74% de todos os CNPJs ativos. Na sequência, aparecem as pequenas empresas familiares — aquelas com dois ou mais sócios da mesma família — que correspondem a 9,75% do total. Juntas, essas duas categorias somam 88,49% das empresas brasileiras, evidenciando o protagonismo dos pequenos empreendedores na dinâmica econômica do país.
Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, dois movimentos principais ajudam a explicar o cenário. “Primeiramente, temos o forte fenômeno da pejotização das relações de trabalho. Nesse contexto, muitos profissionais que antes atuavam com carteira assinada passaram a trabalhar como pessoas jurídicas, prestando serviços de forma autônoma”, afirma.
CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues
Assessoria
Esse comportamento se reflete diretamente no tipo de atividade econômica declarada nos novos CNPJs. No ano anterior 6,76% das empresas abertas tinham como atividade principal a promoção de vendas ou o apoio administrativo — funções regularmente utilizadas por quem migra para o modelo PJ.
A segunda tendência apontada pelo estudo é a formalização de negócios que antes eram informais, sobretudo vinculados à chamada gig economy (Modelo de trabalhos temporários, freelance e sob demanda). O crescimento foi expressivo em setores como transporte de passageiros e cargas, além de pequenos comércios e serviços essenciais.
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“O que vemos é um ambiente de negócios em constante transformação, com empreendedores buscando se formalizar para acessar benefícios como crédito, meios de pagamento e plataformas digitais. Isso mostra um amadurecimento importante do ecossistema”, acrescenta Rodrigues.
Empreender, mas por quanto tempo?
Embora o número de empresas ativas tenha crescido, o estudo também apontou um aumento na mortalidade empresarial em 2024, o maior desde 2021, ano marcado pelos impactos da pandemia. De acordo com a BigDataCorp, o fechamento de empresas voltou a crescer em ritmo preocupante, especialmente em setores que haviam se expandido artificialmente durante o isolamento social.
Um dos exemplos é o setor de preparação de alimentos para entrega, que teve grande impulso entre 2020 e 2022. No ano passado, 1,66% das empresas que encerraram atividades pertenciam a esse ramo, indicando um movimento de redução com o retorno da normalidade no consumo fora de casa.