NRF 2025: Evento debate Inteligência Artificial e a busca pela transformação do varejo
Temas foram destaque no primeiro dia da NRF 2025: Retail’s Big Show, principal evento de varejo do mundo, que acontece nesta semana em Nova York A Inteligência Artificial e seu uso segue no centro das atenções das principais varejistas do mundo, desde a personalização da experiência do cliente até a otimização de cadeias de suprimentos. O tema foi discutido no último domingo (12/2), primeiro dia da NRF 2025: Retail’s Big Show, principal evento de varejo do mundo, que acontece até esta terça-feira (14/1) em Nova York, nos Estados Unidos.
O primeiro dia contou com nomes como John Furner, CEO do Walmart; Doug Herrington, CEO da Amazon Stores; Azita Martin, vice-presidente da Nvidia e responsável pela área de varejo na empresa; e Josué Schulman, diretor executivo da Burberry.
De acordo com os insights de especialistas brasileiros que estão participando do evento, a IA não é mais tendência, pois já mudou diversos segmentos e as empresas devem entender melhor sobre esse universo o mais rápido possível.
“É preciso entender de tecnologia sim, sem esquecer do aspecto humano. Essa transformação só será possível realizando treinamento dos líderes e colaboradores sobre o tema e ferramentas utilizadas, para [que as empresas] se tornem mais competitivas em um mundo que não para de mudar”, destaca Luis Gustavo Imperatore, sócio da Praxis Business.
Segundo Juarez Leão, CEO da Leão Group e membro do conselho da Associação Brasileira de Franchising (ABF), os especialistas destacaram como a IA está redefinindo a forma como varejistas operam e atendem seus consumidores.
Os chamados gêmeos digitais, por exemplo, foram destaque no evento. A tecnologia simula lojas e centros de distribuição e, para Leão, ajuda a reduzir riscos operacionais antes que a empresa faça investimentos físicos. Já a IA generativa personaliza interações, desde buscas otimizadas até assistentes virtuais, promovendo engajamento e fidelização.
Para Tom Moreira, presidente da ABF, os exemplos práticos de empresas como Starbucks e Levi’s foram alguns dos destaques da abertura do evento. “A Starbucks tem como meta unificar as tecnologias de todos os canais, incluindo operações licenciadas, e implementar sistemas que melhorem a eficiência operacional, como o uso de algoritmos para otimizar pedidos e o trabalho dos baristas. Já a Levi’s centrou sua transformação digital na criação de experiências melhores para consumidores e funcionários, além de plataformas baseadas em dados”, conta Moreira.
Na visão de Julio Monteiro, CEO da Megamatte e vice-presidente da ABF-Rio, no evento ficou claro que “as empresas estão redefinindo suas operações para atender às demandas de um consumidor exigente e em constante evolução”.
“Os destaques foram: cultura organizacional como motor para enfrentar volatilidades, uso estratégico da IA para personalização e otimização operacional e reimaginação de lojas físicas como hubs de experiência e conexão cultural”, diz Monteiro.
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De acordo com Imperatore, da Praxis, Bill Forbes, diretor sênior de engenharia de software móvel na Gap, levou um estudo sobre como fazer o uso inteligente da tecnologia, focando na melhor experiência omnichannel e na personalização da interação com o cliente.
“À medida que o varejo cresce em complexidade, contar com inteligência de dados potencializa toda a gestão e a satisfação do cliente”, destaca Imperatore.
Para o especialista, a palestra trouxe dicas importantes sobre o uso da IA para melhorar a experiência do consumidor. Por exemplo, o desenvolvimento de funcionalidades proprietárias feitas exclusivamente para uma marca. Além de desenhar muito bem a persona do cliente de uma empresa, baseado em dados exclusivos da interação com o público-alvo.
A Amazon, por exemplo, criou uma equipe que fica responsável, em tempo real, por reescrever títulos de seus anúncios em seu aplicativo e site. De acordo com a palestra de Doug Herrington, CEO da Amazon Stores, os textos utilizam a IA para entender como e quais produtos os clientes procuram.
Em busca de ampliar capacidades humanas, auxiliando assistentes de compras, a Nvidia anunciou o lançamento de uma inteligência artificial que busca mapear interações e processos internos das empresas varejistas. De acordo com Cristina Franco, presidente do Conselho da ABF, será possível que estes agentes treinem robôs em ambientes simulados que serão novos agentes autônomos treinados em conteúdo específico.
“Um mundo com uma força de trabalho híbrida está logo ali. O uso de IA requer altíssimo investimento e foco. É o meio e não o fim para os varejistas, mas vital para sua perpetuidade”, destaca Franco.
Para Leão, a combinação de tecnologia, cultura organizacional sólida e o foco na experiência do cliente é essencial para o sucesso no mercado global. “À medida que os consumidores se tornam mais exigentes, empresas que investirem estrategicamente em IA, omnichannel e desenvolvimento humano estarão na vanguarda da inovação e da transformação no varejo”, diz o especialista.
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