Mercado pet: pequenos negócios são preferência dos consumidores; veja como ter sucesso no segmento
Estudo realizado pelo Sebrae-SP revelou desejos de clientes. Especialista cita três dicas para quem empreende ou deseja entrar no nicho O estado de São Paulo tem mais de 65 mil pequenos negócios atuando no mercado pet, segundo dados do estudo Consumo e Necessidade dos Donos de Pets, realizado pelo Sebrae-SP, aos quais PEGN teve acesso exclusivo. Do total, mais da metade (55%) está enquadrado como microempreendedor individual (MEI), seguido das microempresas (ME), com 41%, e empresas de pequeno porte (EPP), 4%. Entre os segmentos com maior número de pequenos negócios estão o comércio varejista de animais vivos e artigos e alimentação para animais, higiene e embelezamento de animais domésticos e atividade veterinária.
O mercado pet no Brasil registrou um crescimento de mais de 180% nos últimos 10 anos, saindo de um faturamento de R$ 24,3 bilhões, em 2013, para R$ 68,7 bilhões, em 2023. No ano passado, as pequenas e médias empresas (PMEs) foram responsáveis por metade da movimentação no mercado, de acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB).
Para Vanessa Lima, consultora de negócios do Sebrae-SP, o crescimento dos pequenos negócios no mercado pet é resultado da busca dos consumidores por manter uma relação mais próxima entre o animal e os profissionais que o atendem. “A relação entre os tutores e os animais mudou. Vemos uma busca crescente por tudo o que colabore para o bem-estar do pet. A proximidade com os profissionais da área, que costuma ser encontrada em pequenos negócios, é um exemplo disso”, aponta.
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Pequenos negócios se destacam em todas as categorias analisadas pelo Sebrae-SP:
Medicamentos e suplementos: 66% compram em pequenos negócios, 26% em grandes negócios e 8% não compram;
Alimentos para animais de estimação: 61% compram em pequenos negócios e 39% em grandes negócios;
Acessórios (coleiras, gaiolas, camas, roupas, brinquedos etc.): 58% compram em pequenos negócios, 30% em grandes negócios e 12% não compram;
Produtos de higiene e beleza: 55% compram em pequenos negócios, 29% em grandes negócios e 16% não compram;
Serviço veterinário: 80% fazem em pequenos negócios, 9% em grandes negócios e 12% não utiliza;
Banho e tosa: 62% fazem em pequenos negócios, 4% em grandes negócios e 34% não utiliza;
Hotel: 16% contratam em pequenos negócios, 2% em grandes negócios e 82% não utiliza;
Creche/escola: 12% contratam em pequenos negócios, 2% em grandes negócios e 86% não utiliza.
De acordo com a pesquisa, que contou com a participação de 670 pessoas do estado de São Paulo, 67% dos clientes dos pequenos negócios compram com frequência entre 15 e 30 dias, e 51% compram os produtos de forma totalmente presencial.
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Como empreender e ter sucesso no mercado pet
Mesmo com o aumento no número de negócios no setor, Lima afirma que ainda há espaço para quem deseja empreender no segmento. Seja para quem quer entrar, seja para quem já está no mercado, alguns fatores podem colaborar para o sucesso do empreendimento. Confira:
1. Traçar e seguir um plano de negócio
Ainda que o gosto por animais possa ser um dos motivadores para estar no mercado pet, é necessário ter em mente que o sucesso do negócio também depende de uma gestão estratégica da empresa. Para isso, traçar e seguir um plano de negócio é o primeiro passo.
A consultora de negócios do Sebrae-SP destaca que um bom plano deve contar com uma análise de mercado (que deve conter pesquisas sobre os consumidores, fornecedores e concorrentes), um plano de marketing/comunicação, um plano operacional e um plano financeiro.
“Quando o negócio estiver operando, é necessário colocar todo o plano em prática. Quando pensamos nisso, garantir um gerenciamento financeiro adequado é um dos principais pontos para que o empreendedor alcance seus objetivos. Para isso, é essencial manter uma precificação adequada para todos os produtos e serviços para que, de fato, haja lucro. Também é importante ter estratégias para reinvestir parte do dinheiro no próprio negócio”, aponta Lima.
2. Manter uma boa gestão de pessoas
De acordo com o estudo, para 30% dos consumidores que compram de pequenos negócios do setor pet, o atendimento ao cliente é um dos fatores que exerce maior influencia na escolha. Nesse sentido, Lima lembra que, para manter um diferencial na relação com o consumidor e uma conexão com os clientes, é necessário cuidar da gestão de pessoas, ou seja, manter bons colaboradores e evitar a rotatividade de funcionários.
Oferecer benefícios corporativos atrativos e apostar na capacitação dos profissionais são alguns dos aspectos que devem ser considerados pelos empreendedores. “Fidelizar os funcionários pode ajudar a fidelizar os clientes, já que a busca pelos pequenos negócios está muito ligada à busca por profissionais que passem segurança para os tutores”, comenta Lima.
3. Analisar tendências do mercado
Apesar do crescimento do mercado, alguns serviços ainda são considerados difíceis de ser encontrados. Para os clientes de pequenos negócios, faltam ofertas de serviços como plano de saúde (para 31% dos consumidores), adestramento (20%), telemedicina (19%), especialização veterinária (10%) e plano funerário (7%).
Lima indica buscar diferenciação a partir do acompanhamento de tendências que ainda não são plenamente atendidas. De acordo com a consultora, todas as soluções pensadas no bem-estar dos animais podem ser interessantes para os negócios. Para os negócios que estão começando, outra dica é integrar pequenos diferenciais nas ofertas já realizadas pelo estabelecimento.
“Se você já oferece serviço de banho e tosa, por exemplo, pode ser interessante pensar em como melhorar a experiência e o bem-estar do animal, com mudança na luz, massagem ou serviços relacionados à estética, por exemplo”, conclui Lima.
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