Marca de cookies do PR faz sucesso nas redes e vende até 4 mil unidades por dia
Com filas aos fins de semana, a Baudelaire Cookies acumula 5,6 milhões de curtidas no TikTok O que começou com pequenas fornadas caseiras vendidas no campus da faculdade virou um negócio de sucesso. Em 2019, Júnior Broiato, 30 anos, e Giovani Tosi, 28, transformaram a paixão por doces na Baudelaire Cookies, marca que já soma duas lojas físicas em Apucarana e Londrina, no Paraná — e milhares de curtidas nas redes sociais.
Um dos últimos virais da marca, publicado no dia 3 de maio, mostra a rotina de produção e acumula 2,3 milhões de visualizações no TikTok. No post, é possível ver diversas bandejas com os biscoitos que seriam vendidos no dia, além de uma longa fila de clientes que se forma na porta de uma das unidades.
Embora a quantidade de cookies pareça exagerada à primeira vista, Broiato explica que os doces são suficientes apenas para atender a demanda da abertura da loja em um feriado. Com 16 sabores fixos no cardápio, a empresa chega a vender entre 2,5 mil e 4 mil itens por dia, custando de R$ 8 a R$ 24,90 cada unidade. Segundo ele, a viralização das publicações nas redes sociais impulsionou o movimento das lojas, que costuma receber pessoas de todo o Brasil.
Quanto ao faturamento do negócio, Tosi explica que a receita triplicou a partir do segundo semestre de 2024, quando decidiram produzir mais conteúdos no TikTok. No mês de julho, a marca viralizou com o vídeo da produção do cookie Baudelaire, que leva diversas gotas de chocolate na massa. O interesse veio do desejo da dupla em expandir a visibilidade da marca e alcançar novos públicos. Anteriormente, as publicações eram mais focadas no Instagram, onde somam 297 mil seguidores.
“Tínhamos uns 25 mil seguidores no Instagram e usávamos os mesmos conteúdos no TikTok. Não tinha uma produção específica para lá, mas comecei a notar a importância e alcance da rede para a nossa marca. Os clientes chegavam nas lojas falando que viram nosso vídeo, inclusive de outras cidades”, afirma Tosi.
Initial plugin text
Os conteúdos, que envolvem a rotina das lojas, costumam ser produzidos por Broiato. Ele diz que identifica os momentos interessantes para fazer as gravações. “Sempre fico com o celular na mão para gravar o dia a dia das lojas, uso o tripé. Tem gente que pensa que outros profissionais cuidam disso, mas somos nós que fazemos essa produção nas redes sociais”, diz.
Nos posts virais, um dos destaques é a explosão de recheio das receitas dos cookies. Ele explica que a proposta “doce e exagerada” se tornou uma das marcas registradas dos produtos, gerando curiosidade entre os internautas. “Deixamos isso bem evidente porque a Baudelaire nasceu desse desejo de criar um cookie bem ‘chocolatudo’. É o lugar para esse exagero”, continua.
Toda a produção é feita na unidade de Apucarana. O processo é acompanhado pela dupla, que desenvolve as receitas. Hoje, a empresa possui 17 funcionários.
Trajetória inicial
Antes do boom nas lojas, a dupla relembra o período em que começou a vender os cookies na faculdade. Inicialmente, a ideia era só produzir os doces para consumo próprio, mas a fama da receita foi se espalhando entre os amigos. Em 2018, Broiato conta que chegou a compartilhar as experiências na cozinha em seu perfil pessoal e, depois disso, uma amiga passou a pedir que eles vendessem o produto.
“Começamos a fazer os cookies porque queríamos comer e não tinha nenhuma loja na cidade, mas uma amiga começou a pedir muito. Resolvemos vender na faculdade porque conseguiríamos conciliar com as outras demandas do dia e teríamos maior acesso a possíveis clientes”, diz.
No início da empreitada, a dupla vendia 15 cookies por dia, custando R$ 3,50 a unidade. O número aumentou após a participação em uma feira realizada na própria faculdade em janeiro de 2019. Tosi relata que eles saíram de um faturamento de R$ 120 para R$ 2 mil. Com a repercussão da feira, eles foram convidados para um outro evento da cidade no mês de maio do mesmo ano, com a proposta de expor os produtos em uma barraca.
“O cookie tem a característica de exalar o cheiro da baunilha enquanto assa no forno e isso foi chamando a atenção das pessoas. Nossa barraca era a única com uma fila em volta e vendemos entre 400 e 500 cookies no dia. Foi nesse momento que despertou o interesse de investirmos na nossa marca e abrirmos nossa loja física”, conta.
Júnior Broiato (à esquerda) e Giovani Tosi (à direita)
Divulgação
Para a abertura da primeira unidade, a dupla vendeu um carro e levantou a quantia de R$ 25 mil. O montante foi investido no aluguel do ponto, na reforma do espaço e na compra de equipamentos e utensílios necessários para a produção dos cookies. Localizada em Apucarana (PR), a loja foi inaugurada em novembro de 2019.
No terceiro mês depois da inauguração, a dupla se deparou com a pandemia de covid-19 e precisou reinventar o modelo de negócio, que teve o funcionamento suspenso. Foi nesse momento que eles apostaram no delivery para continuar vendendo os cookies. Para surpresa deles, o faturamento superou ao alcançado na loja física.
“Foi uma virada de chave porque inauguramos em novembro e, em março começou o lockdown. Nosso maior medo era não conseguir vender, mas conseguimos mais até do que fazíamos na loja. O faturamento mensal ficou em torno de R$ 30 mil”, lembra.
Nesse momento, Broiato também decidiu deixar o emprego para se dedicar exclusivamente à Baudelaire. Após a flexibilização do isolamento, a loja passou por uma reforma para ampliação do espaço. Isso porque a marca se fortaleceu com o delivery e passou a receber mais pedidos dos clientes, faturando entre R$ 50 e R$ 70 mil por mês.
Expansão
Com o aumento das vendas, eles sentiram a necessidade de dar mais um passo e abrir a segunda unidade da Baudelaire Cookies na cidade de Londrina. A escolha se deve à proximidade da matriz e ao potencial de mercado identificado pelos empreendedores. O lançamento aconteceu em outubro de 2023, mas não saiu conforme o planejado pela dupla. Tosi afirma que foi um momento desafiador para equilibrar todas as despesas que haviam sido geradas pela reforma do espaço, que é maior que a primeira unidade.
O resultado inicial serviu de aprendizado para a redução de despesas e elaboração de estratégias para reverter o quadro, a exemplo do posicionamento digital. “Estamos em muitos processos de organizar o que já temos, porque nesse crescimento desenfreado podemos deixar algumas coisas importantes para trás”, pondera Tosi.
Mesmo com cautela, os empreendedores vislumbram a abertura de novas unidades no médio e longo prazo, incluindo outros estados do país. “É um sonho nosso poder levar a marca para outras cidades, estados, mas estamos buscando crescer de forma equilibrada. Prezamos muito pelo atendimento e a forma como os clientes se sentem aqui”, acrescenta Broiato.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da PEGN? É só clicar aqui e assinar!
Leia também