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Lição de desapego: o conselho de Guilherme Benchimol, fundador da XP, para empreendedores

Lição de desapego: o conselho de Guilherme Benchimol, fundador da XP, para empreendedores


Empreendedor fundou a empresa em uma pequena sala em Porto Alegre e atualmente ocupa a cadeira de Presidente do Conselho da companhia, que abriu o capital nos Estados Unidos em 2019 Quando Guilherme Benchimol iniciou a XP Investimentos em 2001, ele havia acabado de ser demitido da empresa de investimentos em que trabalhava e usou o dinheiro da rescisão para empreender, abrindo um escritório em uma sala de 25 metros quadrados em Porto Alegre (RS) para formar uma rede de agentes de investimentos autônomos. 18 anos depois, a empresa abriu capital na Nasdaq, bolsa eletrônica dos Estados Unidos, e Benchimol precisou se reinventar como empreendedor.
Em participação no ABVCAP Experience 2025, realizado pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) na última semana, em São Paulo (SP), Benchimol recordou os anos como CEO da XP – ele deixou o cargo em 2021 e, atualmente, ocupa a cadeira de Presidente do Conselho da empresa –, falou sobre a importância do private equity na história da empresa de investimentos e avaliou a sua trajetória como empreendedor.
Para ele, o principal desafio para empreendedores é entender que a fórmula que te levou até certo estágio da companhia não será a mesma para seguir crescendo. “Você tem de se transformar muitas vezes, abandonar aquilo que faz bem feito e aprender a fazer algo que nunca fez. Olha quantas mudanças eu tive de fazer e hoje nem CEO sou mais”, comentou. Atualmente, Thiago Mafra ocupa o cargo.
Importância do investidor
Para Benchimol, a entrada de investidores como sócios do negócio foi importante para levar a empresa a outro nível. Segundo ele, é comum que o empreendedor esteja “frenético” com a operação e alguém de fora, com outra experiência, pode trazer uma nova visão para o negócio.
“Se você tem um sócio inteligente e você é uma pessoa humilde, que quer aprender, a troca vai te fazer evoluir e deixar de ser um CEO operador para entender as alavancas para os estágios seguintes. Se eu não tivesse ajuda externa, alguém que me fizesse olhar a empresa de outro jeito, talvez continuasse naquele ciclo vicioso”, afirmou.
O que mudou nele
Benchimol diz que acreditava que um conselho engessaria a empresa, porque era ansioso, pronto para agir, e acreditava que o planejamento era burocracia, uma perda de tempo. “Eu tinha essa crença de que a execução era muito mais importante do que montar um plano. Eu confiava muito no meu feeling e vejo que eu era errático com isso”, contou. Ele afirmou que se tivesse ido mais devagar, talvez tivesse chegado mais longe.
Hoje, a visão é diferente. Ele entende que vale planejar com calma, garantir que as hipóteses são corretas, analisar os dados, antes de começar a correr. Benchimol diz que quanto mais uma empresa se estrutura e cresce, mais é necessário ser analítico.
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Visão de longo prazo
Benchimol contou que deixou de ser executor por volta de 2010, quando Chu Kong entrou como investidor no negócio e o ajudou a “levantar a cabeça e ter uma visão de longo prazo”. Mas o fundador da XP lamentou que a indústria leva empreendedores a acreditar que o projeto acaba depois do IPO.
“Eu acho que falta educar o empreendedor da importância de construir um negócio de longo prazo, algo que possa ser sólido, com sucessores, sem linha de chegada. Hoje vejo alguns fundos com a pressão de vender o ativo, de colocar as empresas de forma antecipada no IPO ou na venda da companhia. Dessa forma, a gente acaba não tendo histórias tão longas de empreendedorismo”, opinou.
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