Jovens empreendem com bala energética de olho em público universitário
Cada bala contém 40 mg de cafeína e apenas 6,5 quilocalorias, com efeitos em 2 a 5 minutos após o consumo Os universitários Camila Bevilacqua, Eric Araújo e Lucas Dib identificaram uma necessidade crescente entre seus colegas de faculdade: um produto que aumentasse o foco e a produtividade sem o consumo excessivo de café ou bebidas energéticas, muitas vezes carregadas de açúcar. Com isso em mente, o trio criou a Dot Energy, uma bala energética que promete os mesmos benefícios de um energético tradicional, mas de forma mais prática e saudável.
O negócio começou a operar em abril deste ano, com o produto sendo lançado em sachês contendo duas balas. De acordo com Bevilacqua, cada bala contém 40 mg de cafeína e apenas 6,5 quilocalorias, oferecendo um efeito rápido de absorção, que começa entre 2 a 5 minutos após o consumo — bem mais ágil que os energéticos tradicionais, que podem demorar de 15 a 30 minutos para surtir efeito.
“Ao analisar o mercado, percebemos que os jovens estavam migrando de opções tradicionais, como o café, para outras alternativas, como chá, mate e géis de carboidratos. Foi nesse contexto que descobrimos o conceito de balas funcionais”, explica Bevilacqua.
No entanto, o desenvolvimento do produto não foi simples. Durante dois anos, o trio trabalhou ao lado de uma consultora química para criar uma fórmula que mascarasse o gosto amargo da cafeína, um dos principais estimulantes do produto, tornando-o agradável ao paladar. Hoje, as balas têm sabor de menta.
Esse processo envolveu diversos testes e só foi possível graças a um investimento-anjo de R$ 200 mil. No final de 2023, a fórmula ideal foi finalmente alcançada e o produto estava pronto para ser lançado.
“Aqui no Brasil, alguns alimentos saudáveis só se popularizaram quando começaram a ter bom sabor, como aconteceu com as barrinhas proteicas. Nosso desafio era criar algo saboroso. Levamos dois anos entre testes de laboratório e industriais para chegar à receita ideal”, comenta a fundadora.
Ao longo desse tempo, os empreendedores também trabalharam na estratégia de lançamento e na construção da marca. Em 2024, a Dot Energy foi oficialmente lançada, e em poucas semanas, o trio foi convidado a participar do programa Shark Tank Brasil. Os empreendedores receberam uma proposta conjunta de Caito Maia, fundador da Chilli Beans, e Monique Evelle, influenciadora e empresária, que investiram R$ 300 mil por 20% da empresa, que foi avaliada em R$ 1,5 milhão.
A participação no programa alavancou o negócio. Segundo Bevilacqua, o perfil da Dot no Instagram recebeu quase 1 milhão de visitas após a exibição do episódio, e a demanda de distribuidores pelo produto aumentou. Atualmente, a Dot Energy já está presente em pontos de vendas perto de universidades renomadas como Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), com planos de expansão para lojas de conveniência e farmácias.
Eric Araujo, Camila Bevilacqua e Lucas Dib, fundadores da Dot
Divulgação
O foco inicial nas universidades é estratégico, já que o público-alvo da Dot são jovens de 19 a 30 anos, no início de suas carreiras, em busca de maior produtividade. “Temos um capital limitado, então não podemos atirar para todos os lados. É essencial focar nos canais de vendas certos. Até o final do ano, nosso objetivo é estar presente principalmente nas universidades”, explica Bevilacqua.
O modelo de negócio da Dot Energy abrange tanto o B2B quanto o B2C, com o produto sendo comercializado para distribuidores e estabelecimentos, além de estar disponível para o consumidor final. Cada sachê contém duas balas, com o preço que varia entre R$ 5 e R$ 6.
A produção atualmente é terceirizada em uma farmacêutica parceira. O objetivo é produzir 500 mil sachês no próximo ano. “Nossa meta é alcançar um faturamento de R$ 2,5 milhões até o final de 2025, com foco na distribuição para farmácias, lojas de conveniência, minimercados e escritórios”, conclui.
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