Infoproduto: o que é, qual é o mais vendido e como começar a empreender no segmento
De cursos online a e-books, veja como ganhar dinheiro com produtos digitais A presença e a venda de conteúdos e produtos digitais não param de crescer. Nos próximos quatro anos, a creator economy (economia do criador) deve quase dobrar de tamanho no mundo, saindo de uma movimentação de US$ 250 bilhões em 2023 para US$ 480 bilhões em 2027. Os dados são da Goldman Sachs Research, que ainda aponta um crescimento de 10% a 20% por ano na média anual de criadores ao redor do mundo durante os próximos cinco anos.
Dentro do segmento de economia criativa, que envolve tudo o que gira em torno de criação e consumo de conteúdo online, é possível encontrar os chamados infoprodutos. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 54% dos brasileiros que usam a internet de forma regular consumiram algum tipo de infoproduto entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023.
Para te ajudar a aproveitar este mercado que não para de crescer, PEGN preparou um guia com tudo o que você precisa saber sobre infoprodutos. Confira:
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O que é um infoproduto?
Os infoprodutos compreendem qualquer tipo de conteúdo em formato digital que transmita algum tipo de conhecimento, seja para entreter, gerar engajamento ou atender qualquer necessidade de determinado público. Para isso, é possível usar formatos que incluem e-books, podcasts, vídeo-aulas, planilhas e aplicativos.
Quais são os infoprodutos mais vendidos no Brasil?
Segundo a CNDL e o SPC Brasil, estes foram os infoprodutos mais consumidos entre os brasileiros entre 2022 e 2023:
Serviços de Streaming: segundo o estudo, os serviços de streaming foram o infoproduto mais adquirido, seja em plataformas de filmes e séries, consumidas por 31,5% dos respondentes, ou de música (14,8%);
Cursos online: adquirido por 17,4% dos usuários, os cursos online formam a segunda categoria de infoprodutos mais vendidos. Nesse cenário, de acordo com a pesquisa, 53% dos consumidores afirmam preferir a realização de cursos online com especialista aos cursos realizados em instituições tardicionais. Flexibilidade de horários, facilidade de acesso e praticidade estão entre os principais motivos da preferência pela opção digital;
E-books e apostilas: com a possibilidade de acesso por meio de diferentes dispositivos e de comercialização em diferentes formatos, como PDF e e-pub, o e-book é uma forma prática e até mesmo barata de vender conhecimento sobre diferentes assuntos;
Consultoria, mentoria ou coaching: apesar de pressupor uma conexão maior com o cliente, atividades de consultoria, mentoria e coaching também podem ser oferecidas de forma digital. De acordo com o levantamento, 58% daqueles que adquiram algum destes serviços afirmaram que os encontros aconteceram de forma inteiramente online e 18% de modo híbrido;
Eventos online, workshops, palestras e webinars: podendo reunir diferentes públicos e especialistas, os eventos online permitem conexão em tempo real e, se desejado, a gravação para acesso posterior;
Podcasts e audiolivros: com a possibilidade de acesso em diferentes plataformas, os podcasts e audiolivros permitem a monetização por meio da venda direta do conteúdo, de assinaturas ou, até mesmo, a partir de publicidades inseridas no produto;
Infográficos e planilhas: materiais como infográficos e planilhas podem ser usados para compartilhar informações de pesquisas, dados mais complexos ou um template para ser baixado e modificado pelo usuário, como planilhas de controle de hábitos e de organização financeira, por exemplo.
Ainda de acordo com o levantamento do CNDL e SPC Brasil, as categorias mais compradas dos infoprodutos foram: música (16%), cursos preparatórios (12%), beleza e estética (12%), empreendedorismo (11%), tecnologia (11%) e marketing / marketing digital (11%). Lazer (27%), desenvolvimento profissional (27%) e busca por ganhar dinheiro (26%) foram os principais motivos para as compras dos produtos digitais.
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Como empreender com infoprodutos?
Conferir os produtos em alta é uma das estratégias adotadas na hora de definir um inforproduto para empreender. Silmara Souza, consultora de negócios do Sebrae-SP, alerta que trabalhar com um tipo de produto de grande demanda não é garantia de sucesso. “O infoproduto precisa ter conteúdo de qualidade, experiência de compra positiva e atender à necessidade do público, sendo uma resposta para uma dor. Também é necessário ter uma divulgação estratégica”, aponta.
Para desenvolver uma boa ideia de produto, a consultora de negócios indica fazer uma pesquisa de mercado completa. O objetivo é entender quem é o público, quais são suas necessidades e conhecer quem já oferece produtos semelhantes. Para se destacar diante da concorrência, Souza ressalta a importância do infoprodutor demonstrar que é especialista no assunto abordado e oferecer um conteúdo de alta qualidade.
Para Gabriela Domingues, empreendedora que trabalha com cursos e consultoria para quem também deseja empreender com infoprodutos, o cuidado com a produção de conteúdos de qualidade é o primeiro passo para ter sucesso no ramo. Em quatro anos no mercado, a empreendedora já faturou mais de R$ 400 mil, entre seus próprios conteúdos e aqueles feitos em parceria com outros especialistas.
“Depois de trabalhar com conteúdo em diversos segmentos, como maternidade, emagrecimento, idiomas, finanças e empreendedorismo, percebi que muita gente fica apegada às vendas, ao marketing e não foca no produto em si. Ter clareza, construir bem o infoproduto, pensando no público e garantindo que as dores podem ser resolvidas por meio do que você tá oferecendo, é essencial para a ideia dar certo”, comenta Domingues.
De acordo com o levantamento do CNDL e da SPC Brasil, 86% dos consumidores de infoprodutos pesquisam sobre o especialista/vendedor antes da compra, sendo que 38% buscam informações sobre credibilidade, 37% sobre a qualidade do conteúdo nas redes sociais e 35% avaliações sobre o produto.
Depois de traçar a pesquisa de mercado e desenvolver um produto de qualidade, o próximo passo é validar a ideia. Para isso, uma opção é procurar amigos e conhecidos que entendem e consomem produtos no nicho que se quer trabalhar. Após a validação, o empreendedor deve escolher a plataforma que utilizará para a comercialização.
“É importante entender o que está sendo vendido. Tem plataformas que são generalistas e tem vários tipos de infoprodutos, e tem plataformas que são de nicho, como as de cursos online, por exemplo. Também vale pesquisar as funcionalidades, as taxas de transação, o sistema de antecipação de saques e a facilidade de navegação”, diz Souza.
Como precificar um infoproduto?
Apesar de não contar com alguns custos fixos comuns a outros empreendimentos, os infoprodutos exigem estratégias de precificação adequadas para garantir resultados de sucesso para o empreendedor. Segundo Alan Tanno, consultor de negócios do Sebrae-SP, a precificação de infoprodutos combina uma análise interna com uma análise de sensibilidade ao mercado.
Internamente, o consultor afirma que é necessário levantar todos os custos de produção. “Mesmo que infoprodutos não exijam matérias-primas, há custos significativos a considerar, como tempo investido na criação, ferramentas, softwares e despesas de marketing. Esses gastos são fundamentais para calcular o custo-base”, explica. Após essa análise, é necessário definir uma margem de lucro saudável, ou seja, que não só cubra os gastos e ofereça retorno financeiro para o criador, mas que permita reinvestimento e crescimento.
Já a análise do mercado deve considerar os valores que os clientes estão dispostos a pagar e quanto os concorrentes semelhantes cobram pelo produto. Para Tanno, nesta etapa, o empreendedor deve ter em mente o impacto e os diferenciais do próprio negócio, já que uma proposta de valor única pode justificar preços mais elevados. “A combinação desses elementos — custos internos e valor percebido externamente — permitirá estabelecer um preço competitivo e justo, que atraia consumidores e sustente o crescimento do negócio”, conclui.
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