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IIA Brasil promove debate estratégico sobre reforma tributária e o papel da Auditoria Interna

IIA Brasil promove debate estratégico sobre reforma tributária e o papel da Auditoria Interna


Webinar discutiu os impactos da nova tributação para o setor público e privado à luz da Lei Complementar 214/2025 Divulgação
PressWorks
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) realizou nesta semana o webinar “Nova Tributação ao Governo à Luz da Auditoria Interna: desafios e oportunidades na implementação da reforma tributária”, reunindo especialistas e profissionais do setor para debater as implicações da nova legislação fiscal. O evento, transmitido ao vivo pelo canal oficial do Instituto no YouTube, também contou com a presença de convidados no Espaço FIT, em São Paulo, fortalecendo a troca de experiências entre participantes de diferentes setores.
A programação abordou os principais pontos da Lei Complementar 214/2025, que estabelece a substituição de tributos como ICMS, ISS, PIS, COFINS e IPI por novos impostos unificados, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). As palestrantes convidadas foram Queli Morais, Sócia da Consultoria Tributária da BDO Brazil, e Sarah Mila Barbassa, Sócia da Prática de Tributos Indiretos e Controvérsias da Ernst & Young, que trouxeram reflexões técnicas sobre os impactos da reforma e destacaram o papel estratégico da Auditoria Interna na adaptação das organizações às novas exigências legais.
O evento reforça o compromisso do IIA Brasil em promover conhecimento, fomentar o desenvolvimento da profissão e contribuir para a integridade e a transparência das instituições públicas e privadas diante de transformações regulatórias relevantes.
De acordo com Queli Morais, a primeira premissa que é preciso estabelecer com clareza é que a reforma tributária não é um “problema do fiscal”. “Essa percepção é comum, mas extremamente limitada. A reforma não é uma atualização pontual das regras tributárias, mas sim uma reestruturação profunda do sistema de arrecadação, que impacta a forma como os negócios são feitos no Brasil”.
Ela afirma que tratá-la como uma pauta exclusiva do departamento fiscal não é apenas um erro, mas um risco estratégico. “O fiscal pode ser o capitão do time, sim, mas não joga sozinho. Para garantir uma transição suave e uma adaptação eficaz às novas regras, todas as áreas da empresa precisam estar atentas, envolvidas e preparadas”.
Quando se fala que a reforma afeta o jurídico, o financeiro, a contabilidade, o marketing e até a área comercial, Sarah Mila Barbassa acredita que não é exagero. “Basta pensar, por exemplo, que a definição de preço pode mudar”.
“Afinal, a carga tributária embutida será diferente, e isso altera margens e estratégias de precificação. O jurídico precisará revisar contratos, reavaliar cláusulas de responsabilidade tributária e entender os novos riscos de litígio. O marketing, por sua vez, pode se deparar com desafios na comunicação de preços ou promoções que envolvam tributos seletivos. E o financeiro terá que acompanhar com atenção o fluxo de caixa, já que o momento do recolhimento e a lógica de créditos mudam. Ou seja, essa reforma atravessa transversalmente o funcionamento do negócio”.
Sarah acredita que a transversalidade exige um novo tipo de governança interna: integrada, ágil e colaborativa. “Empresas que seguirem tratando o tema com isolamento funcional correm o risco de perder prazos, tomar decisões equivocadas ou comprometer a eficiência operacional. Mais do que nunca, será essencial promover fóruns internos de discussão, estimular a capacitação técnica contínua e manter um canal aberto entre as áreas”.
A executiva acredita ainda que essa integração será o diferencial entre quem vai simplesmente se adequar à nova legislação, muitas vezes às pressas e com remendos, e quem vai usar esse momento para redesenhar processos, buscar eficiência e ganhar competitividade no novo cenário tributário do país.

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