Geração Z defende divulgação da faixa salarial durante processo seletivo, diz pesquisa
Falta de transparência sobre a questão é um dos principais motivos para desistência de candidaturas desse público em vagas de emprego A ausência de informações sobre a faixa salarial de uma vaga de emprego pode ser um dos principais motivos para a desistência de candidaturas de jovens recém-formados e graduandos da Geração Z. Segundo um relatório recente da Monster, empresa de recolocação de trabalho, 44% dos entrevistados estão dispostos a ignorar um empregador caso a remuneração não seja divulgada durante o processo seletivo. O levantamento contou com a participação de 1 mil pessoas nos Estados Unidos.
A postura tem relação com a tendência crescente entre os jovens de discutir a questão dentro do local de trabalho, algo que era considerado tabu pelas gerações anteriores. Além disso, a mudança se deve, em partes, à aprovação de leis que exigem a transparência salarial em 10 estados norte-americanos, entre eles Califórnia, Colorado e Nova York.
Vicki Salemi, especialista em carreiras da Monster, reforça a importância da transparência salarial no processo de tomada de decisão acerca de uma oferta de emprego para a Geração Z. “Como muitas descrições de cargos oferecem isso como uma prática comum, quando outros empregadores não o fazem, os graduados podem simplesmente ignorar essas listas de empregos que não compartilham isso”, disse em entrevista à Fortune.
Embora haja expectativa para o início da carreira, os entrevistados demonstram que estão dispostos a aguardar o cargo certo que atenda seus requisitos. Segundo o levantamento, 54% deles rejeitariam um emprego sem oportunidades de crescimento, e 62% afirmam que o salário é o principal fator a ser considerado ao avaliar ofertas.
Com as mudanças nas tendências e formas de trabalho, a exemplo da adoção dos modelos híbridos e remotos nas companhias, os entrevistados priorizam a flexibilidade na rotina profissional. A pesquisa mostra que quase 7 em cada 10 formandos (69%) têm maior probabilidade de se candidatar a vagas remotas, e 42% afirmam que não aceitariam um emprego sem opções híbridas. Nesse recorte, as estruturas tradicionais também são criticadas pelos jovens: 67% afirmaram que a jornada de trabalho das 9h às 17h está ultrapassada, e 64% disseram o mesmo sobre a semana de trabalho de cinco dias.
Os valores no ambiente profissional também estão moldando as decisões de carreira desse público. Agora, o alinhamento político desempenha um papel importante: 71% não aceitariam trabalhar para uma empresa com visões conflitantes com seu posicionamento, em comparação com 67% há apenas um ano. Diversidade, equidade e inclusão (DE&I) seguem sendo relevantes: 35% dos respondentes recusariam um emprego em uma empresa sem uma liderança diversificada.
Apesar das altas expectativas, nem todos da Geração Z têm tanta certeza de que vão encontrar o emprego ideal logo de cara. Mais de 80% dos recém-formados acreditam que encontrarão um trabalho em algum momento, mas apenas 63% acreditam ter influência no mercado.
Outro destaque da pesquisa se refere aos motivos para pedidos de demissão: 47% dos formandos pediriam demissão se o ambiente de trabalho se tornasse tóxico, e 39% solicitariam o desligamento para buscar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
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