Funcionário que foi demitido por enviar e-mail para 180 filiais reclamando da chefe é indenizado em R$ 92 mil
Ex-empregado alegou que e-mail teria sido enviado por acidente. Juiz justificou que erro “poderia ter sido cometido por qualquer um” Um funcionário da Wetherspoon – empresa de pubs que opera no Reino Unido e na Irlanda – recebeu uma indenização de mais de £ 12.502 mil (equivalente a R$ 92.686,07 mil na cotação atual) após ser demitido por enviar um e-mail por engano para 180 filiais da empresa com uma reclamação sobre sua chefe. Na decisão, o juiz responsável pelo caso afirmou que o erro do profissional poderia “ter sido cometido por qualquer um”.
O funcionário, identificado como Thomas Batsford, enviou a mensagem com “alegações sérias” para todos os bares da rede no leste da Inglaterra e não apenas para seu gerente regional, conforme informações do Daily Mail. Ao perceber o erro no e-mail, o chef de turno da cozinha no The Swan & Angel, na cidade de St. Ives, na Inglaterra, pediu para que o conteúdo fosse apagado imediatamente, mas a mensagem já havia sido enviada para todos os contatos.
Após a falha do e-mail, o funcionário foi acusado de violação de dados “difamatória” e má conduta grave. Assim, foi demitido sem aviso prévio. Ele processou a rede por demissão injusta após ter descoberto que a empresa teria realizado uma investigação sobre sua conduta no trabalho. Com isso, ele recebeu a decisão favorável ao pedido de indenização por danos.
Batsford começou a trabalhar na empresa em setembro de 2018, mas passou a ter problemas depois da substituição da chefia em dezembro de 2022. De acordo com a publicação, a chefe Theresa Temperley teria tido um conflito com ele após descobrir a mentira sobre o motivo de sua ausência em abril de 2023.
Ao ser questionado por ela, o funcionário relatou que não havia comparecido ao trabalho porque se sentia “maltratado e intimidado” pela chefe e outra colega, identificada como Jess Lent. Ele ainda disse que chorou devido ao tratamento que recebeu no dia anterior e, por isso, não teria conseguido ir ao trabalho no dia seguinte.
Anteriormente, ele contou que havia sido constrangido por Temperley, que questionou seu trabalho na cozinha. Em resposta, ele afirmou que trabalhava conforme o treinamento do antigo gerente. Nesse período, ele chegou a receber uma suspensão e a chefe decidiu iniciar uma audiência disciplinar sobre os atritos com o profissional.
Antes de ela dar início ao procedimento, Batsford enviou o e-mail acidental reclamando sobre como havia sido tratado por ela, relatando ter recebido mensagens de WhatsApp “de natureza altamente antiprofissional”.
A mensagem, que deveria ser enviada apenas para o gerente regional no dia 5 de maio, foi recebida por 180 filiais da empresa. Segundo a decisão judicial, o juiz trabalhista Kevin Palmer considerou a demissão do funcionário injusta, afirmando que as duas mulheres tinham “antagonismo contra ele e o trataram mal em comparação aos outros”.
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