Funcionário de empresa no Japão posta jornada de trabalho longa, com jantar quase à 0h, e choca internautas
Publicação já soma 1,1 milhão de visualizações no YouTube. Nos comentários, os usuários criticaram o modelo de trabalho do país asiático Um funcionário, que não se identificou, resolveu compartilhar sua jornada de 18 horas trabalhando em uma empresa localizada em Tóquio, no Japão. O vídeo, publicado há duas semanas, chocou os internautas e atingiu 1,1 milhão de visualizações no YouTube.
Na publicação, o homem detalha um dia de trabalho, do momento que levanta da cama, às 7h, até a preparação do jantar, às 23h50. O registro ainda mostra o trajeto de 1h30 que faz de trem da cidade. Ao sair de casa às 7h16, ele chega a mencionar que não “estava com vontade de trabalhar”, mas segue até a empresa, onde chegou às 8h53. “Que comecem os jogos”, declara.
Após sua chegada, o funcionário trabalha das 9h às 13h, com uma pausa para o café às 11h35. Nesse momento, ele alega que “muitas empresas se concentram em contratar recém-formados porque eles são inexperientes e menos propensos a resistir a duras condições de trabalho”.
Ele retoma as atividades após um intervalo de 45 minutos para o almoço. O expediente chega ao fim às 20h15, quando o profissional afirma se sentir exausto. “Trabalhar muitas horas não é produtivo”, continua.
O funcionário ainda segue fazendo críticas ao modelo de trabalho. “Ouvi dizer que o Japão está implementando uma semana de trabalho de quatro dias. Acho que eram só boatos. Meu horário de trabalho não mudou nada este ano”, disse.
A declaração do funcionário remete ao anúncio do Governo Metropolitano de Tóquio, que anunciou a redução da carga horária para seus funcionários públicos a partir de abril de 2025. A medida visa melhorar a taxa de natalidade e promover equilíbrio entre vida profissional e pessoal, conforme divulgado em veículos locais. Isso porque a cultura de trabalho excessivo no Japão tem sido associada a problemas de saúde e baixa taxa de natalidade.
Ao sair do trabalho, ele visita rapidamente algumas lojas e segue de volta para sua casa. Depois de um trajeto de 1h30, ele chega às 22h45, prepara o jantar às 23h30 e vai dormir à 1h15.
Na legenda do vídeo, o homem descreve a empresa como “black company”. No Japão, o termo é usado para definir empresas que tratam mal os funcionários e tem um ambiente “explorador”.
A publicação gerou indignação entre os internautas. Nos comentários, alguns deles criticaram a rotina exaustiva do funcionário e modelo de trabalho do país asiático. “Turista: ‘O Japão é incrível’. Cidadão japonês: ‘A vida é um inferno'”, escreveu um usuário. “Jesus Cristo, você está cozinhando seu jantar às 23h depois de acordar às 7h. Estou meio sem palavras. Quer dizer, eu reclamo de não ter tempo suficiente para ir à academia depois do trabalho, mas isso é outro nível”, declarou outro.
A jornada vivida pelo funcionário é superior a carga horária de trabalho em diversos países. No Brasil, o limite é de 8 horas diárias e 44 horas semanais, conforme prevê a Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No entanto, o modelo brasileiro também tem sido alvo de críticas e possíveis mudanças propostas em projetos de lei, a exemplo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca acabar com a escala de trabalho 6×1.
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