Franquia gaúcha de pastel se reergue após ter maioria das lojas atingidas por enchente, e agora mira SP
Em 2023 a Hora do Pastel faturou R$ 15 milhões e projeta chegar a uma receita de R$ 18 milhões em 2024. Primeira unidade paulistana abriu as portas neste semestre O empreendedorismo chegou cedo à vida de Giovani Prass. Natural de Bom Princípio (RS), ele saiu de casa em 2004, com 11 anos, para trabalhar em uma fazenda com colheita de frutas. Nas horas vagas, o jovem recolhia as frutas que seriam descartadas por apresentarem algum defeito, cortava-as em pedaços e vendia pelas ruas de Porto Alegre. Hoje, com 31 anos, o empreendedor comanda a Hora do Pastel, uma marca que projeta faturar R$ 18 milhões em 2024 — receita que poderia ser maior, se não fossem as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano.
Das 18 lojas, somente seis conseguiram funcionar em meio à tragédia e todas as outras unidades ficaram fora de operação por um longo período, incluindo as de Canoas, Matias Velho, Montenegro e São Leopoldo, que enfrentaram alagamentos. Além disso, dois casos resultaram em perda total e precisaram ser relocadas. Canoas foi a primeira reabrir e a loja de Porto Alegre só deverá voltar a operar em 2025.
“Em dois meses nós tivemos uma perda de R$ 400 mil e estimamos que se não fossem as enchentes, nós teríamos faturado em torno de R$ 21 milhões. As lojas que não tiveram perda total, sofreram com falta de insumos e muitos funcionários ficaram sem casa”, conta Prass.
Mesmo com os desafios, o empreendedor resolveu manter os planos de expansão. No segundo semestre deste ano, a Hora do Pastel abriu sua primeira unidade fora do RS, em São Paulo. É também a primeira em formato de dark kitchen e a operação é própria. “Agora é hora de recomeçar”, diz.
Para o próximo ano, o empreendedor planeja abrir mais 15 lojas, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Ele ainda revela o objetivo de mudar a sede do negócio para a capital paulista em 2028. São Paulo é a maior vitrine de franquias do Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Para concorrer com negócios consagrados de pastel de São Paulo, a aposta de Prass é a variedade. Fundada em Sapiranga (RS), com um tíquete médio de R$ 25, a Hora do Pastel tem em seu cardápio porções de fritas e mais de 82 sabores e 300 combinações diferentes de pastéis (inclusive doces). A empresa vende em média, 240 mil unidades no mês — cerca de sete a oito mil unidades por dia.
Em 2023 a marca faturou R$ 15 milhões e em 2024 a projeção é que essa receita chegue a R$ 18 milhões. 70% do faturamento vem do delivery, 8% de vendas realizadas no balcão, 12% em mesas e 10% por “takeaway”, quando o cliente faz o pedido no estabelecimento e leva a refeição para casa ou para outro lugar.
Prass diz que sempre foi movido a desafios. Por isso resolveu manter os planos em meio à reconstrução da rede no Rio Grande do Sul.
Ele conta que atua com vendas desde os 14 anos, e sempre precisou ter “recomeços” em sua trajetória. Por ter conhecimentos com informática e uma boa desenvoltura, com 17 anos, o jovem começou a trabalhar em Caxias do Sul como auxiliar de representante comercial na área de construção civil. Porém, o que poderia ser visto como proatividade, acabou se tornando um “tiro no pé”.
“Eu cataloguei todos os e-mails de arquitetos e construtores e enviei um e-mail marketing me apresentando para eles. E foi ótimo, consegui conhecer muita gente, só que fui demitido porque o texto continha muitos erros gramaticais. Eu sabia falar muito bem, mas, como eu tinha estudado até a 8ª série, ainda pecava na hora de escrever”, relembra Prass.
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O empreendedor afirma que resolveu ressignificar o acontecido, passou a estudar e focou em terminar o ensino médio. Aos 20 anos, com a rescisão, ele abriu seu primeiro restaurante em sociedade com a namorada que tinha na época. Um ano e oito meses depois, o casal se separou e vendeu o negócio.
“Nós cuidávamos de tudo, o negócio super deu certo, mas a pessoa que comprou não conseguiu ir para frente. Seis meses depois me devolveu o restaurante com dívidas porque não conseguiu pagar nada”, comenta.
Prass voltou para as vendas e por dois anos trabalhou somente para pagar as contas do seu antigo negócio. Em seu tempo livre, o empreendedor aproveitava para estudar sobre empresas, processos e franchising. Em 2018, após pagar todas as dívidas, o empresário decidiu que estava na hora de voltar para o mundo do empreendedorismo e ao lado de sua esposa, Thaís Silveira, com um investimento inicial de R$ 4 mil, abriu a Hora Do Pastel.
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No início, o casal fritava os pastéis em casa mesmo, no outro ano alugaram um ponto e hoje, seis anos depois, a rede conta com 18 unidades, sendo 17 franquias, em 12 cidades do Rio Grande do Sul.
Loja Hora do Pastel
Divulgação
“Assim como tantos outros desafios, nós superamos os danos das enchentes por causa de todo o planejamento que temos. Nós nunca abrimos as portas esperando acontecer, sempre trabalhamos duro e as coisas vão surgindo”, afirma o empreendedor.
Para fazer parte da rede, o investimento inicial é a partir de R$ 149 mil. A marca oferece o formato de standard, para lojas menores, e premium, que permite um maior número de mesas. Para ambas, segundo Prass, o retorno do investimento é em até 18 meses e o tempo de implementação de uma franquia é entre 90 e 120 dias.
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