Família fatura R$ 800 mil por ano vendendo massas feitas com as receitas das tataravós
Fundada em 2012, a Benini Massas começou na sala de casa. Hoje, o negócio cresce com produção artesanal em larga escala e mira expansão no mercado nacional e internacional De origem italiana, a família Benini sempre teve as massas como parte do seu dia a dia. Inspirados pela tradição, em 2012, os irmãos Gabriel, 28 anos, e Thiago Bueno, 32, com o apoio da mãe Tânia Benini, decidiram transformar a herança familiar em uma ideia de negócio. A partir de receitas das tataravós e bisavós italianas, os empreendedores fundaram a Benini Massas, que começou com uma produção artesanal na cozinha de casa.
Com um investimento inicial de cerca de R$ 5 mil, para comprar um cilindro de massas e um computador, o negócio começou atendendo amigos e familiares com um único tipo de massa, o talharim. Logo, a clientela foi expandindo e os empreendedores precisaram buscar um novo endereço para empresa. “Começamos como microempresa [ME], mas as coisas foram crescendo. Chegamos a um ponto em que tínhamos, de domingo a domingo, a qualquer hora do dia, clientes entrando e saindo da nossa casa. Tínhamos mais de 10 freezers na sala de estar”, diz Gabriel Bueno.
Em 2017, a empresa abriu um ponto comercial na cidade de Taubaté (SP). Na loja, a marca comercializa massas congeladas e prontas para consumo, além de molhos, frios e vinhos. Além da venda no varejo, a empresa atende restaurantes, empórios e mercados do Vale do Paraíba, região entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Atualmente, o negócio vende mais de 50 formatos de massas e 100 recheios — que vão de combinações tradicionais, como quatro queijos, até opções mais sofisticadas, como costela, muçarela de búfala com raspas de limão siciliano, queijo brie com damasco e nozes, e parma e brie. “Desde o início, sempre prezamos por manter a receita original, que é a mesma até hoje, garantindo o sabor autêntico e a qualidade que fideliza os clientes. Não utilizamos corantes, conservantes ou qualquer aditivo industrial, somente ingredientes frescos e selecionados, o que faz com que nossas massas tenham um sabor mais puro e natural”, afirma Bueno.
Para manter a produção artesanal, a empresa conta com quatro colaboradores direcionados para as atividades manuais da fabricação, que vão do preparo ao corte das massas. “As únicas máquinas que temos é um cilindro, que usamos para produção em larga escala e para afinar a massa, pois usar um rolo não seria viável para a quantidade que produzimos, e uma batedeira para a mistura”, aponta o fundador. Por mês, o negócio produz cerca de 1,5 tonelada de massas.
Para manter o ritmo de crescimento, a empresa aposta em três novas estratégias para este ano: a ampliação dos serviços oferecidos na loja física, expansão da distribuição na frente B2B e entrada no mercado internacional.
Até agora, as vendas diretas para pessoas físicas se concentravam no delivery de pratos prontos e na venda de massas congeladas para retirada. Neste mês, a empresa incorporou à loja de Taubaté cinco mesas para consumo no local. “Atender também como restaurante vai permitir uma experiência mais completa que pode aproximar ainda mais o público do nosso produto”, diz Bueno. Segundo projeções do empreendedor, a operação de restaurante deve receber de 300 a 400 pessoas por mês.
A empresa planeja expandir o alcance da distribuição para outros negócios, indo além do Vale do Paraíba. De acordo com o fundador, a empresa está em processo de negociação com empórios e mercados “premium” de cidades próximas. “Por se tratar de um produto artesanal, entendemos que esses espaços trabalham com um público que tem tudo a ver com nossa marca. A expectativa é começar as vendas na cidade de São Paulo ainda neste ano”, afirma.
Outro passo importante para o futuro da empresa é a expansão internacional da marca. Gabriel Bueno, que está de mudança para Orlando (EUA), afirma que iniciará uma nova operação no mercado norte-americano. A empresa ainda estima o total de investimento necessário para a entrada no novo país, que contará com uma produção local das massas. Segundo o empreendedor, apesar da capacidade produtiva da cozinha no Brasil conseguir atender o novo mercado, o custo com a exportação seria muito elevado. “Levando daqui, a massa chegaria lá com um custo médio para nós de US$ 18. Produzindo lá, nosso custo ficará entre US$ 4 e US$ 5”, indica.
A expectativa é que as vendas nos Estados Unidos comecem no final deste ano. Lá, a expectativa é chegar até o final de 2026 com um faturamento mensal de US$ 15 mil (cerca de R$ 85,2 mil). Com as novidades, a empresa, que faturou R$ 800 mil em 2024, projeta ultrapassar a marca de R$ 1 milhão em faturamento em 2025.
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