Ex-jogador de futebol americano empreende com açaí nos EUA e quer abrir franquias no Brasil
Ryan Black conheceu o fruto em 2000 e fundou a Sambazon. Hoje o produto é vendido em mais de 50 mil pontos de venda nos EUA A empresa vende açaí, tem “samba” no nome e foi fundada por um atleta, mas não é brasileira. O norte-americano Ryan Black, ex-jogador de futebol americano da universidade do Colorado descobriu o açaí no ano 2000, enquanto surfava em Porto de Galinhas (PE). A popularidade do fruto e as propriedades nutricionais chamaram a atenção do empreendedor. Hoje, aos 50 anos de idade, ele comanda a Sambazon, que vende em quase 50 mil pontos de venda e iniciou a expansão com franquias.
Pouco depois de conhecer o fruto em Porto de Galinhas, Black se lembra de ter ido a Fernando de Noronha, e de ter consumido açaí todos os dias em que esteve lá. “O vendedor me disse que saia cerca de 300 por dia. Então eu pensei ‘uau, todo mundo aqui ama açaí’. Se fazia sucesso naquela ilha, também poderia fazer no nosso país”, relembra.
Ao voltar para os Estados Unidos, Black começou a sondar possibilidades de negócio, mas não encontrou ninguém que soubesse o que era o açaí. Ele passou cerca de seis meses jogando na Europa e aproveitava o tempo livre para fazer estudos sobre o alimento.
“Fui até [a Univerdade de] Oxford porque eles estavam estudando as propriedades do açaí como uma ‘superfood’, com nutritivos eficientes. Foi a primeira vez que consegui informações químicas sobre o açaí. Descobri gorduras boas, antioxidantes, muitas fibras e zero açúcar. Pensei que poderia ser interessante para atletas e uma alternativa ao smoothies, que tinham muito açúcar”, contou o empreendedor em entrevista a PEGN, durante o evento Multi-Unit Franchise Conferece, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
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Decidido a levar o açaí para os Estados Unidos, Black foi até Belém, no Pará, para conhecer as produções locais. “Tem uma frase lá que diz ‘quem foi para Belém do Pará e tomou açaí, ficou. Então meu coração ficou lá um pouquinho. Em 2001 importamos um contêiner”. Esse foi o começo da Sambazon.
Hoje, empresa já distribui para cerca de 50 mil pontos de venda nos EUA, sobretudo supermercados, exporta para mais de 50 países – incluindo o Brasil, e abriu a primeira loja conceito em San Diego, na Califórnia, em 2011. No ano passado, iniciou a expansão por meio de licenciamento no país, e atualmente são 16 unidades em operação, principalmente em aeroportos e universidades.
Agora, Black tem negociado franquias da marca, tanto nos Estados Unidos – a primeira deve ser inaugurada em junho em Nova York –, quanto internacionalmente, inclusive no Brasil. Ele estima que o investimento inicial para abrir uma loja no mercado brasileiro será em torno de R$ 250 mil.
Nos últimos vinte anos, a Sambazon ganhou forte concorrência, com marcas brasileiras que atravessaram fronteiras e fincaram bandeira nos Estados Unidos, como a Oakberry. Black avalia que a expansão global de novas marcas é uma oportunidade para eles, pois aumenta o conhecimento sobre o produto.
Ryan Black, CEO da Sambazon: empresa tem parceria com 20 cooperativas na Amazônia
Divulgação
O empreendedor conta que uma forte característica da Sambazon, que foi sendo desenhada com o tempo, é a sustentabilidade. De acordo com ele, o nome da marca é um acrônimo para Sustainable Management Of The Brazilian Amazon (Gestão Sustentável da Amazônia Brasileira, em tradução livre).
Hoje, cerca de 20 cooperativas e comunidades amazônicas são parceiras da empresa com certificação de origem e de mão de obra. “Antes tinha muitos intermediários no processo. Resolvemos trabalhar junto com as comunidades”, conta.
A primeira fábrica local foi aberta em 2004, e a segunda em 2019. A produção anual é de quase 20 mil toneladas. Black não revela investimentos ou o faturamento da marca – embora diga que a empresa cresceu 25% em 2024 em relação ao ano anterior. Atualmente a Sambazon tem 600 funcionários. Além de Black, que é o CEO, o negócio tem como sócios Jeremy Black e Travis Baumgartner.
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