Escolas de esporte surfam no sucesso das Olimpíadas e veem aumento da demanda
Negócios de skate, surfe e ginástica artística observam alta procura por novos alunos O Time Brasil encerrou sua participação na Olimpíada de Paris 2024 com 20 medalhas: três ouros, sete pratas e dez bronzes. O fim das competições ocorreu há poucos dias, mas empreendedores do ramo esportivo já conseguem visualizar os impactos positivos dos Jogos, principalmente em modalidades em que os brasileiros conquistaram pódio, como skate, surfe e ginástica artística.
Suelen Naraísa de Almeida, 40 anos, dona de uma escola de surfe que leva seu nome em Ubatuba, no litoral paulista, espera que a procura de alunos cresça de 30% a 40% até o final deste ano. “O surfe está em uma crescente muito grande”, diz. A empreendedora, que cobra de R$ 120 a R$ 170 por hora de aula, espera que a demanda seja potencializada pela chegada do verão.
Roberto Teixeira, ou TX, 51 anos, fundador da Escola Brasileira de Skate, que oferece aulas em dois espaços próprios e também em escolas regulares, relata que, desde que o skate entrou no rol de modalidades olímpicas, houve muitos impactos positivos, incluindo a maior abertura dos colégios. “Isso fez toda diferença na nossa operação. Tínhamos muita dificuldade de sermos recebidos nas escolas, até para conversar sobre a proposta, sobre a introdução do skate [na vida das crianças e adolescentes]. Hoje em dia, nós é que somos procurados”, diz.
Suelen Naraísa de Almeida é bicampeã brasileira de surf e formada em educação física
Reprodução / Site Escola de Surf Suelen Naraísa
Ele afirma que a escola tem sentido crescimento na procura desde os Jogos Olímpicos. “Tivemos um aumento de 20% de buscas em nossos pontos de atendimento, tanto no WhatsApp como no telefone, e também um aumento de pedido por aulas avulsas. A nossa expectativa é de um crescimento de 40% no faturamento de 2024, em relação ao ano anterior.”
Em complemento, Teixeira pontua: “Imaginávamos que os efeitos das Olimpíadas seriam sentidos apenas no período das matrículas do ano que vem, no início do ano, mas agora tivemos um aumento bem sensível. Escolas que tinham apenas 10 alunos matriculados nas aulas de skate, hoje estão com 20”. As aulas particulares custam em torno de R$ 200. Já nas escolas regulares, o tíquete médio por aluno é de R$ 300.
Saiba Mais
Os donos da escola Ginástica Artística Paulo Picciafuoco (GAPP), Patrícia Picciafuoco e Michael França, 36 anos, são outros empreendedores a sentir os bons ventos olímpicos. Segundo França, nos últimos dias, aumentou em 50% a procura pela modalidade. “Hoje, todas as nossas turmas têm uma lista de espera, pois temos limites por aula e mantemos assim para manter a qualidade no trabalho. A Olimpíada ajudou muito a deixar esse esporte em evidência”, conta.
Escola Brasileira de Skate (EBS)
Reprodução / Facebook / Escola Brasileira de Skate
Desde o início das competições realizadas na capital francesa, sobretudo após o início das apresentações da ginástica artística, o empreendedor afirma que a GAPP observou um crescimento exponencial do negócio. “Conseguimos realizar e fechar algumas turmas que estavam sem procura, tendo um aumento real de 25% de alunos matriculados, comparado com o mesmo período no ano passado”, ressalta.
As mensalidades na GAPP variam conforme a turma, tempo de treino e nível, atendendo desde os 5 anos até pessoas adultas. Em média, o valor da mensalidade é de R$ 250. No momento, o estabelecimento conta com mais de 200 alunos.
Atleta Paulo Picciafuoco em 1961
Reprodução / Facebook / Acervo histórico do Clube de Regatas Tietê
Eventos, parcerias e brindes podem ajudar
Para aproveitar a onda de interesse proporcionada pelos jogos, a dica é investir em um marketing temático, que consiga aproveitar o clima olímpico que ainda paira no ar – e que deve perdurar durante os Jogos Paralímpicos, que começam no próximo dia 28 de agosto. “Nada melhor do que utilizar esse interesse como um gancho para promoção, desconto ou produto personalizado”, diz Marcio Moreno, consultor de negócios do Sebrae-SP.
Outra dica é mapear eventos e torneios locais e inserir a sua marca, com patrocínios e oportunidades de colaboração. “Além de patrocinar, pode promover eventos locais também. Isso proporciona uma integração na comunidade e é uma oportunidade de trazer resultados para o seu negócio.”
As redes sociais também podem ser utilizadas, com informações sobre os resultados dos jogos, curiosidades de edições anteriores e histórias inspiradoras de atletas que pratiquem a modalidade do seu negócio, por exemplo. Sempre se atentando ao que pode ser utilizado, sem ferir propriedades protegidas.
Moreno aponta que o desafio é manter a chama olímpica acesa por mais tempo, depois que o furor passar. “O ano é olímpico”, diz o especialista. Dessa forma, o empreendedor pode promover os jogos por meio de decoração, eventos esportivos, brindes ou produtos que ainda remetam a algo que lembre o período para estender a memória das medalhas – e o potencial de ganhos.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da PEGN? É só clicar aqui e assinar!