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Empresa cria produtos eletrônicos sustentáveis com materiais como bambu e grãos de café

Empresa cria produtos eletrônicos sustentáveis com materiais como bambu e grãos de café


Fundada em Curitiba (PR), a Händz Brasil fabrica cabos, carregadores e fones de ouvido utilizando matérias-primas naturais Formado em comércio exterior, Rodrigo Lacerda, 38 anos, trabalhou durante muito tempo em empresas multinacionais, sobretudo na área de trade marketing. Há cinco anos, decidiu embarcar no empreendedorismo, fundando a Händz Brasil. Com sede em Curitiba, no Paraná, o negócio atua na fabricação de produtos eletrônicos com matérias-primas naturais, como bambu, madeira, grãos de café, algodão, fibras de trigo e de cânhamo, que é uma derivação do caule da cannabis.
Entre os itens vendidos estão cabos, carregadores, fones de ouvido e caixas de som. Para além da comercialização B2C e B2B, a marca quer se consolidar no mercado de brindes sustentáveis, produzindo versões personalizadas para organizações que desejam presentear clientes e parceiros. Entre as empresas atendidas nessa frente estão marcas como Coca-Cola e iFood.
“Eu queria uma empresa que conseguisse mostrar um pouco do meu lifestyle, pois eu sempre gostei muito de esportes e da vida ao ar livre. Depois de muitas idas à China, comecei a desenhar uma linha de produtos eletrônicos. Demorei cerca de dois anos para conseguir chegar a um produto final”, explica Lacerda.
Após o período de planejamento e construção da marca, o fundador definiu que a empresa atuaria no modelo de importação. “Hoje a China é um dos nossos maiores fornecedores, pois foram eles que começaram a desenvolver esses tipos de produtos com materiais recicláveis. Eu tenho o trabalho de curadoria e desenvolvimento dos produtos. [Antes de lançar a marca] eu visitei diversas fábricas de lá, para garantir que todos os nossos fornecedores pudessem cumprir as normas de sustentabilidade”, conta.
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Em 2019, a empresa lançou nove tipos de produtos. No entanto, com a chegada da pandemia de covid-19, no início de 2020, o negócio desacelerou o ritmo de produção durante quase sete meses. “Quando eu reabri [a Händz] e as coisas voltaram ao normal, a marca deslanchou. Após a pandemia, a gente percebeu que as pessoas começaram a utilizar muito mais produtos eletrônicos, justamente por conta das reuniões online e até mesmo para ouvir música em casa. A partir desse momento, também começamos a conscientizar mais as pessoas sobre o propósito da marca”, reforça.
Segundo o relatório “Monitor Global de E-lixo”, produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgado no início de março deste ano, em 2022 o mundo gerou cerca de 63 milhões de toneladas de lixo eletrônico em todo o mundo, e o Brasil está entre os principais países poluentes, com cerca de 2,4 milhões de toneladas produzidas por ano. Com base nisso, a Händz atua na produção de produtos eletrônicos feitos com materiais naturais, que possam entrar em uma cadeia sustentável após o fim da vida útil.
“Às vezes os produtos eletrônicos acabam se tornando descartáveis, porque uma pessoa usa e descarta logo em seguida por não ser um item com qualidade. Então, desde que eu comecei a idealizar esses produtos, eu fui buscando seguir em uma linha sustentável, principalmente na qualidade. A ideia é estar na vanguarda e unir a modernidade com um produto sustentável. Nós tiramos todo tipo de plástico dos nossos produtos, não utilizamos nem mesmo nas embalagens”, reforça Lacerda.
Todos os produtos da Händz são fabricados internacionalmente, mas idealizados no Brasil. No entanto, no longo prazo, o empreendedor tem a expectativa de trazer a produção ao território nacional. “Queremos ter produtos 100% brasileiros. Mas, por enquanto, existem alguns entraves que acabam fazendo com que seja mais em conta, financeiramente falando, continuar com produção na China”, afirma.
Um dos principais desafios da Händz, segundo ele, foi construir a credibilidade da marca. “A primeira barreira que a empresa enfrentou foi tirar a ideia de que um produto chinês é um produto que não funciona e de má qualidade. Praticamente tudo [entre os produtos eletrônicos] é feito na China, até o iPhone, por exemplo.”
Atualmente, o negócio, que mantém um escritório em Curitiba (PR) e vende seus produtos para os consumidores por meio do e-commerce, com entregas para todo o Brasil. No entanto, 80% do faturamento da empresa vem da frente B2B, com a disponibilização dos itens eletrônicos em lojas físicas, também espalhadas em quase todos os estados do país.
“A gente faz todo o processo de importação e desembarque, depois trazemos para o nosso estoque em Curitiba e distribuímos para o Brasil inteiro. Vendemos os nossos produtos para cerca de 500 lojas”, conta Lacerda. No e-commerce, o gasto médio por cliente é de R$ 250. Já no B2B, varia de R$ 5 mil a R$ 7 mil. Em 2023, o faturamento da marca atingiu R$ 6 milhões, com previsão de R$ 10 milhões para 2024.
“O caminho da sustentabilidade é um caminho sem volta. Hoje as empresas estão se adaptando a todas as questões do ESG, porque, se elas não se adaptarem, terá algum problema no futuro. Os clientes têm buscado empresas que estejam compromissadas com produtos que tenham algum tipo de conceito [socioambiental] por trás. A tendência é que as empresas busquem alternativas para melhorar o ecossistema como um todo”, diz o empreendedor.
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