Empreendedora de 62 anos protagoniza vídeo de gírias da geração Z e viraliza: ‘Monas, é isso aí’
A Glitter Glitter, marca criada por mãe e filha, vende produtos sustentáveis “Oi, monas. Somos a Glitter Glitter, uma marca de produtos ecológicos e sustentáveis especializada em brilho”. O que era pra ser uma brincadeira das empreendedoras Aleusa Theodoro e Julia Duarte, que são mãe e filha, para movimentar o perfil recém-criado da empresa no TikTok se transformou na primeira postagem viral delas na rede social. Com um vídeo inspirado nas gírias da geração Z — pessoas nascidas entre 1995 e 2010 —, a Glitter Glitter atingiu um milhão de visualizações e ainda recebeu um comentário da cantora Pabllo Vittar.
Na publicação, feita no dia 4 de janeiro, a contadora Aleusa Theodoro, 62 anos, aparece falando sobre os produtos da marca usando um vocabulário de expressões e frases conhecidas pelos mais jovens, mesmo não entendendo o significado de algumas delas. “Agora, um mico: o glitter tradicional demora mais de 400 anos para se decompor e não consegue ser filtrado porque é um microplástico”, declara no vídeo.
Diante da repercussão do post, a idealizadora da Glitter Glitter, Julia Duarte, 30 anos, conta que o alcance entre os usuários foi uma surpresa para a dupla. Isso porque, segundo ela, a conta foi criada a menos de um ano e está com 11,2 mil seguidores. “A viralização foi meio sem querer. A gente não imaginava que ia chegar nesse número. Eu crio conteúdo para o TikTok na minha vida particular. Quando pensei em fazer o vídeo para a marca, achei que chegaria a 100 mil visualizações numa condição muito boa”, diz.
Quanto ao processo criativo, ela relata que buscou referências em outros conteúdos nas redes sociais e se inspirou em outros vídeos de pessoas que não entendem a linguagem dos mais jovens na internet. “Ela foi muito genuína, sem saber absolutamente nada do que estava escrito ali. Foi meio que uma coisa de primeiro take, porque ela não estava sabendo o que ia falar”, relata.
Initial plugin text
A publicação, que rendeu diversas interações dos usuários, impulsionou a produção de novos conteúdos no TikTok. Em resposta ao comentário da cantora Pabllo Vittar — “Que diva”, escreveu a artista — Theodoro ainda gravou um segundo vídeo no dia 11 de janeiro. Os internautas elogiaram a performance da empreendedora e a criatividade da marca.
Duarte ainda destaca que gostaria de produzir mais conteúdos com a mãe, mas tem sido mais difícil por causa do aumento das vendas no período do Carnaval. “Talvez mais adiante, a gente crie outras coisas pra manter”, afirma.
Criada em outubro de 2018, a Glitter Glitter nasceu do desejo de Julia Duarte de usar brilho no Carnaval sem causar impactos negativos ao meio ambiente. Para isso, ela buscou uma fórmula que fosse biodegradável e sustentável, já que muitos glitters e purpurinas são feitos à base de microplásticos e podem levar milhares de anos para se decompor na natureza.
“Gosto muito de Carnaval e essa era uma culpa que não queria carregar”, relembra.
A partir desses questionamentos, a empreendedora passou a pesquisar sobre o assunto e buscar marcas que tivessem uma proposta mais sustentável para saber quais matérias-primas poderiam ser utilizadas na fabricação do gitter. Nesse período, ela descobriu a mica, um mineral que dá brilho a produtos de vários segmentos, incluindo a maquiagem.
“A mica é amplamente utilizada na indústria cosmética e foi assim que começou. E aí, no primeiro ano, minha mãe sempre foi muito minha parceira de negócios e virei para ela e falei: ‘Acho que vale a pena testar essa ideia de Carnaval aqui para ver se rola, se as pessoas estão interessadas’”, conta.
O investimento para iniciar o negócio foi de R$ 500, segundo ela.
Initial plugin text
A preocupação com o consumo consciente ainda se estende para a produção das embalagens, que são feitas de papel celofane e materiais recicláveis. De acordo com a empreendedora, o glitter produzido pela marca leva 23 dias para se decompor.
Na loja online, a empresa oferece opções de bioglitter, ecopaetê, sprays corporais, kits e acessórios como bonés, pincéis, fixadores, que custam a partir de R$ 6. Ainda produz itens brindes para empresas sob encomenda.
Mesmo com o maior movimento no Carnaval, a empreendedora planeja estratégias para manter uma constância de vendas ao longo do ano, como a realização de campanhas para outros grandes eventos, o lançamento de novos produtos e até parcerias com outras marcas. Com isso, projeta um faturamento de R$ 250 mil neste ano.
Leia também:
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da PEGN? É só clicar aqui e assinar!
