Empreendedora cria papelaria virtual após ter síndrome do pânico e hoje vende até para o exterior
A Papeleti é focada em produtos artesanais e já chegou a fazer 600 planners em um mês Quando tentou voltar da licença-maternidade após o nascimento do primeiro filho, em 2010, Jana Santana, 46 anos, não conseguiu. Com crises de pânico e ansiedade, ela ficou em casa por um ano inteiro até descobrir a habilidade para trabalhos manuais. Hoje, comanda a Papeleti, uma papelaria virtual focada em produtos artesanais que já conquistou clientes em todo o país – e até no exterior.
Santana percebeu que sua produção tinha público quando recebeu comentários positivos sobre as lembrancinhas do aniversário do seu primeiro filho.
“Não tinha nenhuma experiência [com trabalhos manuais], mas as lembrancinhas foram uma terapia. Começaram simples, com garrafas PET, e as pessoas pediram para eu fazer também para outras festas”, relata.
O trabalho que havia começado como um complemento ao tratamento, a levou também a ajudar outras mulheres. Jana ministrou por dois anos aulas de artesanato em uma ONG enquanto via seu pequeno negócio crescer, sempre com a recomendação de amigos e clientes. Em 2017, deixou as aulas para se dedicar exclusivamente ao trabalho remunerado e investiu em uma página no Instagram.
Com maior alcance do trabalho, recebeu um pedido inédito: uma professora pediu um caderno customizado e artesanal. Após este trabalho, estudou mais sobre customização e atraiu mais clientes.
“Comecei a trabalhar em paralelo as agendas e as lembrancinhas, mas chegou um momento em que não dava para conciliar os dois, ficou pesado”, explica. Assim, o ateliê Colher de Chá virou a Papeleti, em 2019.
“Escolhi a papelaria porque foi o que mais me despertou uma vontade de crescer, conhecer um outro mundo. E foi mais ou menos nessa época que começaram a chegar os planners no Brasil”, explica.
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Para fazer o negócio decolar, ela fez contratou uma consultoria em negócios e estruturou seu trabalho. “A partir daí, comecei a pensar como empresa e não mais como uma atividade de tempo livre. Fiz a consultoria, abri um site, me estruturei.”
Em 2023, a empresa passou a contar com uma funcionária fixa durante a alta temporada, de setembro a fevereiro – época do “volta às aulas”. Com clientes no Brasil e no exterior, incluindo grandes empresas, já chegou a fazer 600 planners em um mês. Os produtos variam entre R$ 30 e R$ 170.
A empreendedora explica que organização é a melhor dica para não gerar ansiedade diante de um produto que é sazonal. Mesmo com a redução no faturamento, ela cria estratégias para não zerar vendas no restante do ano.
“Ao longo do ano a gente continua oferecendo produtos para algumas empresas. Neste ano, investimos em empresas que têm eventos, então deu uma boa desafogada no faturamento”, revela Santana. E acrescenta: “Também investimos em outras áreas de organização, produtos que não são datados, e chamamos a atenção para os produtos do ano seguinte”.
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Com o crescimento da Papeleti, a empreendedora migrou a operação de dois cômodos da sua casa para uma sala comercial. “Hoje eu consigo ter uma visão muito melhor da empresa e perceber onde estão os erros. Um dos maiores desafios para a pequena empreendedora é trabalhar sozinha, então a gente precisa enxergar com maturidade a necessidade de crescer, seja com pessoas ou espaço”, aconselha.
Futuramente, ela pretende ampliar o catálogo de produtos e ter até uma loja física.
“A ideia é ter produtos ali na loja e a pessoa poder personalizar na hora. Porque quando ela entra no nosso site e compra, tem um período de produção que gera ansiedade, aguardando chegar. Com a loja física, quem estiver perto pode levar o produto na hora.”
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