Empreendedora cria máquina de fazer dreads e fatura mais de R$ 184 mil em seis meses
Gabriela Gomes já comercializou 56 produtos para oito países desde o lançamento. Agora, projeta triplicar vendas até o fim do ano Gabriela Gomes, 36 anos, viu a oportunidade de ter o próprio negócio ao acompanhar de perto as dificuldades da rotina de trabalho da companheira e sócia, a trancista Esther Gomes, 27, que sofria com dores e lesões nos braços provocadas pelo movimento repetitivo na confecção de dreads. A técnica, popularizada pelo movimento rastafari, costuma ser feita à mão em cabelos naturais e sintéticos com auxílio de agulhas. Para facilitar o processo, a empreendedora decidiu criar uma máquina automatizada em junho de 2021.
“Passei a acompanhar cursos que ela ministrava e percebi o quão era dificultoso, além das demandas com os clientes. Em alguns momentos, ela sofria com tendinite e precisava suspender os atendimentos até melhorar. Aí fiz uma pesquisa no mercado, vi que não tinha nenhuma máquina desse tipo e perguntei por que não fazer uma?”, relata.
A invenção, batizada de Fastlocs, levou três anos até ficar pronta, e só começou a ser vendida em outubro de 2024. De lá para cá, 56 unidades já foram adquiridas por clientes de oito países (Brasil, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Austrália, Tailândia, Portugal e Porto Rico), totalizando uma receita de mais de R$ 184 mil em vendas. Para este ano, a expectativa da empreendedora é comercializar 150 máquinas. O item, que possui adaptador bivolt e quatro espessuras para as mechas, custa R$ 3.297 à vista e é vendido apenas de forma online.
Quanto ao investimento feito no negócio, a empreendedora explica que iniciou a divulgação da máquina em abril de 2024 para atrair possíveis clientes e levantar a quantia necessária em um modelo de pré-venda no Instagram. Nesse período, ela passou a enviar directs para influenciadores e celebridades a fim de aumentar a visibilidade da ideia.
Em meio às tentativas de contato, ela chamou atenção do criador de conteúdo Carlinhos Maia, que possui 35,6 milhões de seguidores na rede social. Ele fez uma menção ao negócio em setembro de 2024 em um de seus stories. De acordo com Gomes, a estratégia surtiu efeito e impulsionou o alcance das publicações da Fastlocs. Um vídeo, postado em novembro do mesmo ano, atingiu 26,9 milhões de visualizações. “Isso fez com que o algoritmo me enxergasse e distribuísse meus posts”, frisa.
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Produção
Para produzir as máquinas, a empreendedora reservou um espaço na sala da sua casa, localizada na cidade de São Paulo. Até chegar ao resultado atual, ela tentou alguns protótipos, com destaque para a primeira versão em madeira. Ela ainda diz que aproveitou os conhecimentos adquiridos em trabalhos anteriores para aprimorar o produto.
“Sempre fui muito curiosa. Antes de empreender, já trabalhei na área de construção civil e fui aprendendo um pouco de cada coisa. Um dia estava com o eletricista, em outro ajudava o pintor, engenheiro”, afirma.
Além de todo processo de produção, Gomes é responsável pelas vendas e logística, bem como da gestão do salão em sociedade com a companheira, que ainda contribui com o design e a estética visual do produto. O estabelecimento está localizado no bairro da Sé, na zona Central da capital paulista.
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Funcionamento
Gomes explica que a Fastlocs realiza sozinha o trabalho dos fios, com uma produtividade que pode chegar a um dread por minuto — uma redução significativa em comparação à técnica manual que leva até 20 minutos para finalizar a mecha.
A empreendedora destaca que a máquina otimiza o tempo de trancistas e dreadmakers, ampliando o aumento do número de atendimentos por dia, reduzindo a necessidade de esforço físico.
“Ela é uma máquina com uma fonte, um controlador de velocidade e possui quatro espessuras, sendo de 6, 8, 10 e 13 milímetros. Então, conforme a pessoa aumenta, a máquina vai girando e fazendo o dread”, acrescenta.
A máquina produz dreads em cabelos orgânicos e sintéticos
Divulgação
Com olhar para o futuro do negócio, a empreendedora deseja expandir as vendas por meio de estratégias de tráfego pago no médio prazo. Ela conta que segue investindo grande parte da receita gerada pelas vendas. Em 2024, o investimento foi de R$ 70 mil para a compra de componentes para fabricação de novas máquinas.
“Estou investindo o dinheiro que vai entrando porque quero trabalhar em escala e atuar com tráfego pago, para conseguir ter máquinas a pronta entrega”, reitera.
