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Ele trabalhava com o pai em um ferro-velho e hoje tem uma fintech para facilitar o acesso de PMEs a crédito

Ele trabalhava com o pai em um ferro-velho e hoje tem uma fintech para facilitar o acesso de PMEs a crédito


Anderson Pereira é o CEO da Kapitale, startup de antecipação de recebíveis que acaba de estruturar um FIDC para sua operação Anderson Pereira conheceu a dor que pretende resolver ainda na adolescência, quando passou a ajudar o pai com a gestão financeira do ferro-velho que ele comanda até hoje. Originalmente fundada em 2014, a Kapitale é uma fintech com foco no pequeno e médio empreendedor, mas precisou passar por um hiato para que o cenário regulatório permitisse a sua operação, ressurgindo em 2022.
Ele conta que o pai estudou até a quarta série do ensino fundamental e sempre teve dificuldades com números. Era o filho quem ia até o banco e ajudava também os amigos do patriarca, o que acabou o aproximando do universo financeiro e o levou a trabalhar na startup Intoo. Entre 2013 e 2015, atuou como head comercial na empresa que auxiliava PMEs a conseguir crédito.
“Eu tinha reuniões com empreendedores e ouvia que os bancos não os entendiam. Depois falava com os bancos para pegar cotações de crédito e ouvia que os empreendedores não ofereciam garantias e não entendiam como funciona o sistema financeiro”, relembra. Ele fundou a Kapitale em 2014, mas encerrou o negócio dois anos depois por causa da exigência de licença bancária para operar.
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Depois de uma passagem de 10 meses como head de inovação do Banco Santander, Pereira assumiu como CEO da Universia, plataforma que conecta estagiários e jovens aprendizes a empresas, onde esteve até 2022, quando percebeu que queria mudar o rumo da carreira.
Ele retornou para o tema de crédito durante um MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT), quando estudou as assimetrias no mercado brasileiro. Foi neste período que descobriu a mudança na legislação e decidiu retomar o projeto da Kapitale. Com a fintech, participou do Field X, programa de aceleração em Harvard, e recebeu destaque, conquistando um aporte de US$ 600 mil que ajudou a atualizar o negócio.
Na opinião de Pereira, existem alguns motivos para o acesso ao crédito por PMEs ser mais restrito no país: a dificuldade para conseguir informações confiáveis dos requerentes, a falta de garantia, a ausência de educação financeira e o alto custo para atender os negócios que não passam por auditoria.
“Os bancos representavam quase metade da carteira de crédito em 2012 e hoje eles perderam market share. O mercado de debêntures, securitização, Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) e diversos outros instrumentos estão crescendo com investidores institucionais e pessoas físicas que compram dívidas. Ainda estamos no começo do desenvolvimento desse mercado de capitais que terá um papel fundamental no financiamento de PMEs”, afirma.
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A Kapitale nasceu como uma plataforma digital que permite que o varejista cadastrado seja informado sobre a agenda de recebíveis de cartão de crédito, com dados de diferentes adquirentes reunidos em um lugar. “Se meu pai tivesse um suporte nesse sentido há 30 anos, teria tomado melhores decisões”, opina.
A fintech acaba de lançar o seu produto de antecipação de recebíveis. A solução transforma o dinheiro em Kapis, uma moeda de troca equivalente ao real. O saldo pode ser utilizado para abastecer estoque com fornecedores conveniados, que ficam com créditos a receber da Kapitale – os pagamentos são feitos com deságio. Caso o cliente prefira receber a antecipação em dinheiro, é cobrada uma taxa que varia de acordo com a análise de crédito de cada estabelecimento.
A startup lançou um FIDC de R$ 50 milhões para ser o motor de fornecimento de capital, com funding próprio dos investidores da companhia, mas existe o desejo de captação externa conforme a operação crescer. “Sempre optamos por utilizar capital próprio. Usamos o próprio balanço no início e agora montamos o fundo. Vamos liberar os R$ 50 milhões para PMEs em até 12 meses para antecipação e financiamento de distribuição com conveniados, eventualmente expandindo para outros produtos de crédito”, pontua.
Segundo o fundador, a fintech atende centenas de clientes, com concentração nos segmentos de saúde e cosméticos. Neste ano, a Kapitale levantou US$ 500 mil em uma rodada bridge com anjos brasileiros e investidores americanos. Pereira estima quadruplicar a operação de 2023 e chegar ao breakeven nos próximos 12 meses.
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