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Ela é brasileira, ele é argentino: casal monta marca de calçados no RS de R$ 8,8 milhões

Ela é brasileira, ele é argentino: casal monta marca de calçados no RS de R$ 8,8 milhões


A Perky nasceu em 2011, em Porto Alegre, e hoje conta com nove lojas físicas e um e-commerce. Expansão da marca se dá por meio de franquias O casal Gabriela Giovannini, 36, e Rodrigo Casas, 43, se conheceu em 2008, durante uma viagem da gaúcha para Buenos Aires, onde ele nasceu. No ano seguinte, Casas, que é jornalista, se mudou para Porto Alegre para viver perto da namorada. Pensando em fontes de renda que poderia ter na capital do Rio Grande do Sul, viu o empreendedorismo como uma oportunidade de carreira.
Juntos, fundaram a Perky, marca de calçados e acessórios autorais com produção em uma fábrica própria, localizada em Estância Velha (RS). O negócio conta com 9 lojas físicas (duas próprias e sete franquias) e o e-commerce, que renderam um faturamento de R$ 8,8 milhões em 2024.
A rotina é bem dividida entre os empreendedores — Giovannini cuida da parte criativa e de marketing, enquanto Casas se dedica à gestão do negócio. “Estamos sempre juntos em nossa rotina e ainda cuidamos de duas filhas pequenas”, diz a empreendedora, em entrevista a PEGN.
A ideia de negócio ocorreu quando o casal percebeu que as alpargatas (um tipo de calçado confortável que tem a sola de borracha e a parte de cima de tecido) estavam se tornando uma tendência, ainda em 2009. “Tradicionalmente, o calçado era muito utilizado por pessoas que trabalhavam no campo no Sul do Brasil e em países como Argentina e Uruguai. Algumas marcas de moda internacionais, como a Chanel, já trabalhavam com esse produto, mas não era algo muito popularizado”, afirma Giovannini.
No início de 2010, o casal optou por revender as alpargatas de uma marca argentina para lojas multimarca no Brasil, e percebeu que o produto era bem aceito pelo público. Porém, eles começaram a ter problemas com a empresa fornecedora, que incluíam dificuldades de diálogo, defeitos dos produtos e atrasos na entrega. Em busca de soluções, o casal cogitou criar uma fabricação licenciada da marca de alpargatas argentinas, mas não conseguiu entrar em acordo.
“Decidimos que a melhor alternativa era ter a nossa marca própria de alpargatas, e criamos a Perky em 2011”, diz Casas. O investimento inicial foi de R$ 80 mil, de recursos próprios, e a produção era feita por uma fábrica terceirizada. O nome Perky, em inglês, foi escolhido com o objetivo de representar algo “vivo, alegre e ousado”.
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Alpargata da marca gaúcha Perky
Divulgação
O foco da empresa continuou na revenda em multimarcas e, para isso, os empreendedores contataram revendedores que pudessem representar a Perky, posicionando a empresa ao lado de marcas que tivessem um público similar como Converse, Crocs e Melissa. “Também expandimos a nossa linha de produtos com itens que fizessem sentido para o público. Por exemplo, bolsas que combinassem com os nossos calçados”, diz Giovannini.
Porém, o modelo de produção terceirizada e venda por canais multimarcas estava comprometendo a margem de lucro dos empreendedores. Ao mesmo tempo, o interesse pelas alpargatas estava diminuindo. “Antes, os produtos da Perky ficavam nas vitrines ou na frente da loja. Depois, perderam a visibilidade e foram para o fundo”, diz Casas, que começou a pensar em estratégias.
Em 2015, a Perky abriu a primeira loja física, localizada em Porto Alegre, para atender diretamente os clientes finais.
O casal optou por expandir por franquias e, em 2018, inaugurou um quiosque da Perky em um shopping também em Porto Alegre, para servir como divulgação. Em 2020, inclusive, a unidade se tornou a primeira franquia da organização.
“Percebemos, desde o início, que a Perky vendia bem em multimarcas com circulação de turistas”, diz o empreendedor. Com isso, as outras lojas foram instaladas em locais que atraem viajantes, como as cidades de Gramado, Rio de Janeiro, Búzios e Cabo Frio.
Com a expansão pelas lojas físicas própias, o negócio parou de focar em vendas por multimarcas.
Loja física da Perky
Divulgação
Apesar de ter sido criado em 2016, o e-commerce da Perky só se tornou relevante durante a pandemia de covid-19. Hoje, o site é responsável por quase 30% do faturamento — e a proporção continua subindo. Em relação aos primeiros cinco meses de 2024, o e-commerce da Perky cresceu 42% em 2025.
Para aumentar a margem de lucro, os empreendedores optaram por ter uma fábrica própria dos calçados. O espaço ficou pronto em 2022. “A princípio, trabalhamos apenas com nossa linha de alpargatas, até a gente conseguir ajustar bem a equipe, costura e fluxo de produção. É um trabalho bem complexo”, diz a empreendedora. Em meados do segundo semestre de 2024, todas as linhas de calçados começaram a ser fabricadas no espaço próprio, que conta com 25 profissionais.
Agora, o plano do casal é aumentar a divulgação em meio a potenciais franqueados, e abrir pelo menos mais duas lojas em 2025. Nos próximos cinco anos, o objetivo é abrir de 4 a 6 espaços anualmente.
“Por enquanto, nosso foco continua no Sul e no Sudeste, mas vemos potencial de levar a Perky para diversos locais turísticos com praia e calor, especialmente no Nordeste”, diz Casas.
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