Ela aprendeu a fazer massagens nas folgas do trabalho como doméstica e hoje comanda franquia de spas
Gizelle Monteiro criou, junto com Pedro Vasco, a rede Eliá Spa, que tem hoje 14 unidades, sendo 3 próprias. A rede fatura R$ 21 milhões por ano O lado empreendedor de Gizelle Monteiro, 41 anos, nasceu pela necessidade. Em 2002, com 19 anos, ela se mudou para Porto, em Portugal, com os três filhos. Lá, começou a trabalhar como empregada doméstica. Quando tinha folgas, ela buscava aprender técnicas de massagem, primeiro com uma amiga e depois em cursos de metodologias como ayurveda e reflexologia. O que começou como uma busca por renda extra acabou virando uma carreira empreendedora. Hoje, depois de trabalhar em spas e abrir empresas, Monteiro comanda, ao lado do marido, Pedro Vasco, o Eliá Spa. A rede de 14 unidades faturou R$ 21 milhões em 2024.
Natural de Iporá, em Goiás, Monteiro viajou a Portugal com dinheiro emprestado de amigos. Seus pais já moravam lá. Por um ano, a jovem se dividia entre cuidar de seus filhos, trabalhar como doméstica e aprender técnicas de massagens, até conseguir emprego como massagista em um hotel. “Eu ficava em uma salinha minúscula e mal tinha espaço para agachar. Trabalhava durante o dia e de noite aprendia novas técnicas”, diz.
Ao se especializar em massagem ayurvédica, técnica indiana aplicada no tatame, e em reflexologia, prática que consiste em aplicar pressão em pontos específicos dos pés, mãos ou orelhas, a profissional se diferenciou. Logo, tornou-se gerente de um spa no Porto.
Com o trabalho, guardou “tudo o que podia” e, em 2004, abriu seu próprio spa, ao lado de uma amiga. Cada uma investiu € 5 mil. Com o lucro do negócio, elas reformavam o espaço e instalavam novos equipamentos. A parceria durou dois anos e não prosperou por divergências entre as sócias, diz Monteiro.
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Após fechar esse negócio, Monteiro começou a ministrar treinamentos para profissionais de hotéis. Em 2006, ela deu aula para Pedro Vasco — que se apaixonou pela atividade e pela instrutora. Vasco, que trabalhava como químico alimentar, decidiu sair do emprego e iniciar uma carreira no ramo de bem-estar. Juntos, os dois auxiliaram no treinamento dos funcionários do spa do hotel Alfândega de Fé, no norte de Portugal, por dois anos.
Retorno para o Brasil
Como os filhos de Monteiro haviam voltado para o Brasil, a empreendedora decidiu que era hora de retornar também. Em 2009, a família se mudou para Brasília. Naquele mesmo ano, o casal foi contratado pela marca brasiliense Nuwa Spa para auxiliar na reestruturação técnica do negócio. “Refizemos todos os protocolos, rituais e atendimento. Treinamos toda a equipe e, com essas mudanças, dobramos o faturamento do negócio”, diz Monteiro.
Dois anos depois, com um investimento inicial próprio de R$ 60 mil, o casal fundou a escola SPA & CIA, no Shopping Pier 21, em Brasília. Em 2012, mudaram a marca para Eliá Spa, focando em massagens e rituais de relaxamento.
Gizelle Monteiro comanda o Eliá Spa ao lado do marido, Pedro Vasco
Divulgação
Em 2019, a empresa se lançou no franchising. Hoje a marca tem tíquete médio de R$ 300 e um portfólio de 50 serviços — entre eles massagens relaxantes, banho com sais e escalda-pés. São 14 unidades, sendo três próprias, em São Paulo, Distrito Federal, Tocantins, Paraíba e Orlando, nos Estados Unidos.
No país norte-americano, a marca está focando no modelo Eliá Med Spa. Aberto em outubro de 2024, o empreendimento une serviços de bem-estar e estética, além de tratamentos médicos como exames laboratoriais, consultas e ultrassonografias. Foram investidos US$ 350 mil (R$ 2,1 milhões na conversão de hoje) nessa unidade — Monteiro e Vasco possuem 25% do negócio, e investidores locais entraram com a maior fatia do capital.
Em 2024, a marca faturou R$ 21 milhões. A expectativa é atingir uma receita de R$ 30 milhões em 2025. A empreendedora agora pretende dobrar o número de unidades no Brasil. Cada franquia tem investimento inicial estimado em R$ 750 mil. A lucratividade é projetada em torno de 20%, com payback entre 18 e 24 meses.
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