Einstein faz parceria com a Mayo Clinic em plataforma para transformar a saúde
A Mayo Clinic Platform_Connect visa acelerar a inovação por meio da análise de dados clínicos qualificados e seguros O Hospital Albert Einstein se juntou à rede global Mayo Clinic Platform_Connect, uma iniciativa que conecta grandes instituições de saúde do mundo para acelerar a inovação por meio da análise de dados clínicos qualificados, seguros e anonimizados. A plataforma inclui sete hospitais de referência, grande parte deles filantrópicos. São eles: Mayo Clinic (EUA), Mercy (EUA), Sheba Medical Center (Israel), University Health Network – UHN (Canadá, Sing Health (Singapura) e Seoul National University Hospital (Coréia do Sul).
A plataforma permite que pesquisadores e profissionais da saúde utilizem dados de saúde de pessoas de diferentes regiões do mundo para direcionar o desenvolvimento de soluções inovadoras.
“Por exemplo, um trabalho que muitas vezes é criticado dentro dos Estados Unidos porque só usa a população ocidental, que tem condições de ir a um centro de pesquisa, vai poder contar com a miscigenação que a gente tem no nosso país, com dados dos pacientes que são atendidos aqui no Einstein, ou com aqueles que são atendidos no Canadá, ou na Coreia do Sul, ou em Israel, etc. Isso é um grande passo dentro do setor de pesquisa”, explica Sidney Klajner, presidente do Einstein.
Estima-se que a rede reúna informações de aproximadamente 40 milhões de pacientes, cujos dados permanecem dentro de cada instituição participante e passam por processos rigorosos de anonimização e proteção, como o time shift, que dificulta a identificação das informações.
“A gente não expõe nenhum dado, nem envia o dado pra outro país. Então, se eu quiser ter acesso a esses 40 milhões de pacientes, eu consigo, dentro dessa plataforma, para desenvolver soluções de saúde que sejam boas para a saúde como um todo”, pontua Klajner.
John Halamka, presidente da Mayo Clinic Platform, espera que as plataforma aprimore a prática de cada instituição participante e capture conhecimento.
“Queremos criar inovações inovadoras e acelerar o empreendedorismo. E queremos transformar globalmente a saúde”, afirma Halamka. “Queremos usar os dados do passado, garantir que a privacidade seja protegida e que os pacientes sempre venham em primeiro lugar. Podemos reunir dados protegidos por privacidade em todo o mundo para que os pacientes do passado ajudem os pacientes do futuro? Podemos criar inovações a partir desses dados que serão usadas para o atendimento clínico, para que os pacientes encontrem o atendimento mais fácil, rápido e eficaz? Esse é o tipo de coisa que gostaríamos de fazer.”
Em relação à “captura” de conhecimento, Halamka explica que esse é o segundo objetivo da plataforma, que seria “capturar o conhecimento de cada instituição e compartilhá-lo amplamente” para “criar um ecossistema de inovação fácil e disseminar essa inovação.”
“Há três especialistas na Clínica Mayo que podem ouvir você falar e, com base em como você fala, diagnosticar doenças neuromusculares como ELA ou Parkinson. Não é o que você diz, é como você diz. Existem apenas três especialistas assim. Bem, essas três pessoas podem estar no Brasil hoje? Não. Mas e se pudéssemos capturar o conhecimento delas e disponibilizá-lo no Brasil hoje para que qualquer paciente aqui pudesse se beneficiar da experiência delas?”, diz.
O Einstein não é apenas participante da plataforma, mas membro fundador, o que representa um passo importante na ampliação da representatividade da América Latina em pesquisas globais baseadas em dados. Hoje, a população latino-americana é historicamente sub-representada em estudos de inteligência artificial e tecnologia aplicada à saúde.
“Como parte da rede, podemos impulsionar o desenvolvimento de projetos de saúde mais equitativos, ampliando a oferta de recursos digitais para vacinas e medicamentos, por exemplo, além de acelerar as possibilidades de alavancar e de transformar a assistência baseada em dados”, afirma Klajner.
Halamka ressalta que o Einstein fornece não apenas dados, mas também expertise clínica, contando com alguns dos melhores médicos e enfermeiros, assim como os outros sete membros participantes contribuem com “qualidade de dados, expertise e espírito empreendedor” de suas respectivas regiões e áreas de atuação “para criar inovações inovadoras que transformem a saúde globalmente”.
Como o principal hospital da América Latina, oferece dados, especialistas e empreendedores. Da mesma forma, o UHN é o principal hospital do Canadá; o Hospital Universitário Nacional de Seul é a principal instituição da Coreia do Sul; o SingHealth, em Singapura, atende cerca de um terço da população e inclui o Hospital Geral de Singapura, o principal hospital do país; e, nos Estados Unidos, a Clínica Mayo é o hospital número um, enquanto o Mercy é o principal sistema de saúde. Juntos, esses oito participantes contribuem com qualidade de dados, expertise e espírito empreendedor para criar inovações inovadoras que transformem a saúde globalmente.
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Saúde personalizada
Os dados de populações geográfica e etnicamente diversos ajudarão a criar medicamentos, produtos, serviços e soluções de cuidados de saúde mais personalizados. Além disso, permitirá aos cientistas uma riqueza de informações para pesquisa, inclusive para doenças raras, graves e complexas.
“Cada membro do Connect traz profundidade e amplitude aos dados em nosso ecossistema”, pontua Halamka. “Isso é fundamental para aumentar a precisão, reduzir vieses e construir soluções justas e aplicáveis. Essas soluções significam melhor atendimento e melhores resultados para pacientes em todos os lugares.”
O Einstein já cumpriu etapas importantes do projeto, com a implementação de sistemas do Data Behind the Glass, revisão da governança de dados, integrações, entre outros. Agora, roda três projetos-piloto para testes em ambiente interno. Paralelamente, está sendo feita a preparação dos dados para compatibilização com a plataforma, garantindo que possam ser utilizados em futuros estudos e colaborações.
“A rede permite uma troca de conhecimento sem precedentes entre instituições de ponta, promovendo avanços científicos e tecnológicos que beneficiarão pacientes no Brasil e no mundo”, completa Klajner.