Economia circular sobre duas rodas: organização social já restaurou 150 mil bicicletas em 25 anos
A Working Bikes coleta bicicletas descartadas, capacita voluntários e envia milhares de unidades para comunidades em situação de vulnerabilidade. Parte das bikes são vendidas na loja da entidade Uma organização sem fins lucrativos localizada em Chicago, nos Estados Unidos, vem mudando vidas com uma missão simples: consertar bicicletas. Desde 1999, a Working Bikes coleta, restaura e distribui bicicletas usadas para comunidades carentes ao redor do mundo. Ao longo de 25 anos de atuação, mais de 150 mil bicicletas passaram pelas mãos da equipe — boa parte delas resgatadas de aterros sanitários, calçadas ou doadas por moradores da cidade.
Cerca de 12% dessas bicicletas são vendidas na loja da organização. Já 15% são doadas a moradores de Chicago por meio de parcerias com programas sociais que garantem o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade a um meio de transporte acessível.
A operação é movida, em grande parte, por voluntários. Qualquer pessoa pode participar das oficinas de conserto — para ajudar ou para aprender. Um pequeno grupo de funcionários fixos é responsável por garantir que os modelos à venda estejam em condições adequadas ou tenham características únicas.
“Acho que sempre há uma necessidade em Chicago”, diz Trevor Clarke, diretor da Working Bikes, em entrevista à CBS Chicago. “Existem comunidades desfavorecidas aqui que realmente não têm acesso a transporte, e vimos esse aumento com a chegada da nova população, então tínhamos uma necessidade urgente de pessoas que estavam chegando a Chicago.”
“Acho que temos cerca de 2,5 mil bicicletas guardadas até que possamos doá-las localmente ou esperando para serem consertadas.”
O impacto da Working Bikes, no entanto, ultrapassa as fronteiras. Cerca de 100 mil bicicletas reformadas foram enviadas a parceiros internacionais em países como México, Venezuela, Albânia, Uganda, Angola, Egito e Cuba. Além das bikes e peças de reposição, a organização oferece treinamento técnico para que as comunidades consigam manter as oficinas locais em funcionamento.
Um exemplo é o Bwindi Women Bicycle Project, em Uganda, que capacita mulheres para a manutenção de bicicletas. “O foco está realmente no emprego para as mulheres”, explica Clarke. “Elas montam as lojas, nós ajudamos a fornecer o treinamento, continuamos a fornecer as bicicletas — e as mulheres que foram treinadas há oito anos treinam este novo grupo para uma nova loja.”
As bicicletas enviadas ao exterior são entregues com ferramentas e conhecimento técnico. Cada unidade é revendida a preços compatíveis com a economia local, e muitas organizações parceiras também oferecem microcrédito para os compradores.
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