‘É um ótimo momento para startups nascerem’, diz Marcello Gonçalves, da DOMO.VC
Apesar da queda nos investimentos nos últimos anos, mercado apresenta sinais de estabilidade no volume de capital aportado em empresas de base tecnológica Após o boom de injeção de capital em startups entre 2020 e 2021, seguido pelo chamado inverno das startups nos anos de 2022 e 2023, quando os aportes se tornaram mais escassos, os investidores se encontram em um período em que o dinheiro investido ainda não deu retorno para os financiadores dos fundos de venture capital, o que dificulta a entrada de novo capital no jogo. Apesar disso, é possível ver sinais de recuperação no volume aportado, regressando a uma média histórica no Brasil.
O momento é propício para a criação de novos negócios, na opinião de Marcello Gonçalves, cofundador e sócio da DOMO.VC. “É um ótimo momento para startups nascerem. Um pouco difícil para captar, mas esperamos que o dinheiro volte e os investimentos melhorem no segundo semestre deste ano”, declarou durante painel sobre venture capital na América Latina, nesta segunda-feira (28/4), no Web Summit Rio 2025. A cobertura na Editora Globo é apresentada pela Vale, com apoio do Itaú BBA.
Com a necessidade de dar retorno para os investidores do fundo, as gestoras de capital de risco começam a vislumbrar possibilidades de saídas (exits). Gonçalves destaca que é importante que investidores entendam que as aberturas de capital na Bolsa de Valores (IPO) são mais difíceis no Brasil.
“O mercado de ações está longe de ser desenvolvido na América Latina. Quando os fundadores falam que o exit será por IPO, eu corto 20% do meu valuation pessoal porque não é real”, opinou. “Com dor no coração, eu digo que não haverá IPOs tech no Brasil.” Para ele, a saída é buscar a abertura de capital nos Estados Unidos. Para isso, porém, é preciso alcançar um estágio específico, com metade da receita em dólar, proveniente de clientes internacionais, além da presença em mais países.
Mike Packer, sócio da QED Investors, concorda que há dificuldade para a abertura de capital por startups na América Latina, mas apontou que existe uma questão de timing. “Acredito que existe qualidade dos empreendedores e mercado para construir uma empresa que chegue ao IPO, mas há o timing. Uma dúzia de empresas estão perto disso. Mas empresas grandes, sustentáveis, são boas para o ecossistema, não importa se não houver IPO”, afirmou.
Ele acrescentou que o mercado encontra formas “criativas” de agir quando precisa de capital e que a sustentabilidade financeira é a chave para as empresas.
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