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Desejo de comprar tênis de marca leva jovem de SP a criar confeitaria que fatura R$ 120 mil

Desejo de comprar tênis de marca leva jovem de SP a criar confeitaria que fatura R$ 120 mil


Com investimento inicial de R$ 400, o confeiteiro, conhecido como Chefe de Quebrada, conquistou grandes marcas, como Nike e Nubank, e criou um modelo de negócio exclusivo A gastronomia está na vida do paulistano Natã de Souza, conhecido como Chefe da Quebrada, desde muito cedo. Ele vendia biscoitos na escola aos 12, e passou por diversos empregos temporários em restaurantes, onde ganhou experiência em processos como organização de estoque e normas sanitárias. Souza chegou a empreender com venda de bolos de pote, mas o desejo de comprar um tênis fez com que ele enxergasse um diferencial para o seu negócio. Hoje, o jovem de 22 anos trabalha com marcas famosas, como Nike e Nubank, e faturou R$ 120 mil em 2024.
Souza conta que aprendeu a fazer bolos assistindo ao trabalho nos restaurantes, com vídeos no YouTube e ajudando sua mãe na preparação de aniversários de familiares. Ele começou a empreender na confeitaria vendendo bolos de pote na rua. Para não ser reconhecido, saia do Jabaquara, na Zona Sul, onde mora, para vender em Mogi das Cruzes, cidade no extremo Leste da capital paulista.
Produção do confeiteiro de bolo de pote
Natã de Souza
A ideia de criar um diferencial para sua marca, no entanto, veio a partir do desejo de comprar um tênis. Souza conta que estava prestes a gastar R$ 400 em um calçado da Nike, mas que hesitou ao chegar no caixa. “Eu não queria mais trocar meses de trabalho por um único produto”, lembra. Foi então que teve a ideia de recriar o modelo em chocolate, algo que, no começo, soava como absurdo para quem estava ao seu redor.
Amigos e familiares duvidavam, dizendo que ele sequer tinha dinheiro para comprar um tênis comum. Ainda assim, decidiu investir o valor que gastaria na compra do calçado na criação de sua marca. Mesmo sem um mercado consolidado para doces inspirados em tênis e cultura streetwear, acreditava que havia espaço para sua proposta.
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Com a pandemia, as vendas nas ruas perderam força. O empreendedor percebeu que precisava de visibilidade digital e começou a enviar doces personalizados para podcasts, especialmente aqueles voltados ao universo do rap e do hip-hop. Foi assim que conheceu Júlia Reis, que trabalhava nos estúdios do Flow Podcast.
Um dia, enquanto montava doces para um evento, recebeu uma mensagem de Júlia: um amigo dela, que trabalhava no marketing da Nike, queria conhecer seus doces. O contato levou a uma reunião e, antes mesmo que a marca pudesse contratá-lo formalmente, ele já estava fornecendo doces para um evento da empresa. “O primeiro presente que eu ganhei da Nike foi o tênis que eu havia deixado de comprar para iniciar minha loja. Então, para mim, foi muito uma confirmação do universo”, relembra.
Finger cake, o primeiro doce que fez para a marca Nike
Redes sociais
Hoje, o confeiteiro atende outras marcas além da Nike, como Nubank, Oakley, WillBank, Farfetch, Meta e Lacoste, e seu modelo de negócio foge do convencional. Em vez de divulgação massiva nas redes sociais, ele aposta na exclusividade. Seu Instagram não exibe muitos detalhes sobre os doces, e ele prioriza o contato por e-mail para negociações com empresas. Isso garante que as oportunidades que chegam até ele sejam de marcas que já entendem o valor do seu trabalho.
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Precificação
Quando começou a trabalhar com bolos, Souza teve que aprender a precificar seus produtos sem perder o lucro. No início, vendia os bolos de pote por R$ 10, mas logo percebeu que precisava ajustar o valor para garantir lucro. “No começo, eu só cobria os custos, mas depois entendi que meu tempo e esforço também precisavam ser valorizados”, diz. Esse aprendizado se tornou essencial quando passou a atender grandes marcas e a cobrar um valor compatível com a exclusividade do seu trabalho.
Hoje, seus doces personalizados custam entre R$ 35 e R$ 60 a unidade, dependendo do nível de detalhamento e complexidade da modelagem. Para eventos corporativos, os pedidos costumam ser feitos em grande escala, com preços personalizados de acordo com a demanda e a exclusividade da criação. Em seu portólio há itens como brownie coberto por chocolate, bolo esculpido, trufas e outras criações em moldes.
A estratégia de marketing de Souza é baseada na mecânica de marcas de luxo: o acesso aos produtos é seletivo, criando um desejo ainda maior em torno do que ele faz. Esse posicionamento também se reflete na precificação. “Hoje, eu não vendo só um doce, vendo uma experiência. O valor que cobro inclui o conceito, a personalização e a entrega impecável”, explica.

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