Demissão por ‘vingança’ acende alerta para rotatividade e preocupa empregadores, diz pesquisa
Funcionários avaliam a decisão como uma reação legítima a ambientes de trabalhos tóxicos Um funcionário resolve pedir demissão abruptamente por conta de alguma insatisfação ou até como forma de protesto contra a empresa. A prática, chamada de demissão por vingança ou “revenge quitting”, é caracterizada pela saída repentina e falta de aviso prévio sobre o desligamento do trabalhador.
Embora não seja um fenômeno novo, o cenário atual tem preocupado os empregadores diante do aumento da rotatividade no mercado. Uma pesquisa recente da Monster, empresa de recolocação de trabalho, aponta que 47% dos trabalhadores norte-americanos aderiram ao método “vingativo” e pediram demissão no último mês de março “para expressar frustração ou insatisfação com seu empregador”. Os dados foram divulgados em artigo publicado pela Inc.
O levantamento ainda mostra que 87% dos mais de 3,6 mil entrevistados consideram o pedido de demissão uma reação legítima a ambientes de trabalhos tóxicos. Entre as demais justificativas para a prática destacam-se: má gestão ou liderança (31%), desrespeito e desvalorização do trabalhador (23%), promessas e expectativas não cumpridas (5%), salário baixo ou falta de benefícios (4%), equilíbrio entre vida profissional e pessoal precário (3%) e falta de oportunidades e crescimento na carreira (2%).
Por outro lado, os entrevistados relataram os motivos que os impediriam de pedir demissão de forma abrupta, sendo eles um ambiente de trabalho positivo e agradável (63%), reconhecimento da sua atuação no trabalho (47%), contratação de um novo chefe (46%), aumento do salário (46%) e possibilidade de avanço na carreira (42%).
Ainda de acordo com o artigo, a decisão dos trabalhadores em sair da empresa abruptamente pode ter relação com o objetivo de criar buracos inesperados na equipe, impactando na produtividade dos negócios e forçando o empregador a iniciar um processo de recrutamento.
Já em outra pesquisa, realizada em janeiro deste ano pela Software Finder, 30% dos respondentes esperavam que demissões por vingança ocorressem em seus trabalhos durante 2025. Segundo os entrevistados, os casos anteriores envolviam funcionários iniciantes, com 24%, além do destaque para pessoas da Geração Z, com 21%, e trabalhadores que voltaram ao escritório após período remoto (20%).
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