Delivery cresce em 76% das franquias de alimentação em 2023
Restaurantes que adotam o delivery chegam a ter um terço da receita vinda do canal. Redes faturaram R$ 61,9 bilhões no ano passado, mas custos têm pesado Mesmo com o retorno dos consumidores ao atendimento presencial, o delivery segue em curva de crescimento nas franquias de alimentação, de acordo com a 13ª edição da Pesquisa Anual Setorial de Foodservice 2024, uma parceria Associação Brasileira de Franchising (ABF) com a consultoria Galunion. O estudo foi apresentado durante a ABF Franchising Week, evento que acontece nesta semana em São Paulo.
O segmento registrou um crescimento de 19% no faturamento em 2023, atingindo R$ 61,9 bilhões, tanto em redes de Food Service quanto em Comércio e Distribuição. O número de unidades soma 45,7 mil, 12% a mais do que em 2022. O número de redes também registrou um avanço de 9%, passando de 857 para 938.
O levantamento deste ano contou levou em consideração uma amostra de 64 redes, que representam 11.260 pontos de venda. Quase metade dessas lojas (49%) está em pontos de rua, 34% estão em shopping centers e 17% em centros comerciais. Há uma variedade entre as culinárias oferecidas, com destaque para cafeterias/chás (14%), variada/brasileira (13%) e asiática (13%).
Entre os respondentes do estudo, 95% dizem utilizar o delivery como canal de venda, sendo que o formato representa em média 31% do faturamento das unidades. 57% das marcas usam aplicativos próprios e de terceiros, enquanto 43% utilizam apenas outras plataformas para efetuar as entregas. O iFood foi citado por 100% dos negócios, seguido por WhatsApp (52%), aplicativo e próprio site (41%), Rappi (40%) e telefone (34%).
De 2022 para 2023, 76% das marcas relataram crescimento do canal, sendo que para 33% o avanço foi de mais de 10%.
De acordo com Simone Galante, CEO da Galunion, apesar de as vendas presenciais terem a aumentar, o delivery se tornou um forte agregador de receita para as franquias por ter se tornado um hábito regular na vida de consumidores de gerações diferentes.
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“Com base nisso, levantamos outras informações para entender quais os novos desafios de gestão do delivery. Para 76%, são os dados para se comunicar com consumidores. É por isso que muitas marcas estão investindo em aplicativos próprios de entrega e programas de fidelidade, que fornecem informações dos clientes e auxiliam a estreitar o relacionamento com o público-alvo”, diz Galante.
Ao todo, 94% das marcas dizem que programas de fidelidade são importantes dentro da estratégia da empresa. “Entre os demais desafios constam a implementação de pedidos por WhatsApp para 52%, e antecipação de recebíveis, como débito e Pix, nos marketplaces para 29%”, afirma a especialista.
Margens estreitas
A maioria (88%) das marcas registrou aumento de vendas em 2023, sendo que 22% reportaram crescimento acima de 15% no faturamento anual. Entretanto, as empresas enfrentam forte pressão dos custos: 97% aumentaram o lucro, mas apenas 16% tiveram crescimento acima de 15%.
“Vemos que o setor de food service é saudável e apresenta bons resultados, apesar dos desafios de inflação, aumento de custos e impostos. Em grande parte dos casos, as marcas não conseguem diluir esse montante e repassar ao consumidor, trabalhando com margens apertadas”, afirma Tom Moreira Leite, presidente da ABF.
As marcas pesquisadas apontaram que o Custo de Mercadoria Vendida (CMV), que inclui descartáveis, gastos logísticos e mão de obra direta, com base em valores sob faturamento bruto, passou de 34,4% em 2022 para 34,3% em 2023. Já o custo com pessoas saltou de 18,9% para 19,6%. Em relação a despesas de ocupação versus faturamento bruto, lojas em shopping centers registram taxa de 16%, em rua chegam a 10% e em galerias ou outros locais orbitam na faixa dos 13%.
Somando todos os percentuais da amostra, 94% das redes dizem ter dificuldade de reter talentos. Oito em cada dez (81%) investem em premiações para metas atingidas, 50% em treinamentos de melhores práticas de liderança e 48% no desenvolvimento de gestão.
“Entre os tipos de capacitação promovidos pelas marcas aos colaboradores de unidades próprias ou franqueadas, 100% dos respondentes dizem ter foco no operacional e 95% em atendimento e vendas, sendo eles presenciais, gravados ou ao vivo/online”, diz João Baptista, coordenador da Comissão de Alimentação da ABF.
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