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Criada na pandemia, Torta do Pai prevê faturamento de R$ 200 mil e sonha com franquia

Criada na pandemia, Torta do Pai prevê faturamento de R$ 200 mil e sonha com franquia


Pai e filho empreendem juntos e entregaram 20 mil tortas em quatro anos A Torta do Pai, um negócio que nasceu no início da pandemia como alternativa de renda para Antônio Sérgio Carvalho, então com 64 anos e motorista de aplicativo, sobreviveu a várias fases difíceis. Tendo como sócio o filho Diego Salgado, 42, a expectativa é fechar o ano faturando R$ 200 mil, após superar a marca de mais de 20 mil tortas entregues.
Tudo começou em maio de 2020, quando Carvalho se viu obrigado a se afastar de seu trabalho, devido aos riscos que a covid-19 oferecia para pessoas de sua idade. À época, a operação envolvia apenas pai e filho. Cabia ao patriarca produzir artesanalmente a receita que aprendeu com os genitores. Tudo acontecia na cozinha de casa, com estrutura básica e sem equipamentos profissionais.
Já Salgado era responsável pelas entregas. Ciclista ativo há quase 25 anos, deslocando-se sempre por São Paulo sobre duas rodas, adotou o modal para levar as encomendas até os clientes.
O negócio ficou conhecido graças a uma publicação do filho no X, que rendeu 10 mil curtidas, 400 compartilhamentos, 800 mensagens do Brasil inteiro e cerca de 300 pedidos em um único dia. “Inicialmente, tive de filtrar as encomendas para o centro expandido de São Paulo. Depois, as entregas foram feitas em toda Grande São Paulo e é assim até hoje. Foi uma verdadeira força-tarefa: meu pai tinha autonomia para produzir apenas 12 tortas por dia”, relembra Salgado.
A situação rendeu uma quantidade de pedidos que levou cinco semanas para ser atendida, enquanto outras encomendas surgiam. “Só zeramos a fila em setembro, depois de quatro meses de funcionamento”, revela o filho.
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Crescimento de equipe e estrutura
O primeiro investimento só veio dois meses depois, com a compra de um forno com maior capacidade e uma batedeira para a massa, justamente para acelerar as entregas. Em agosto, aconteceu a primeira contratação, uma ajudante de produção que continua até hoje na equipe.
O filho, que é jornalista, assumiu uma rotina puxada para dar conta de tudo no início do negócio. “Eu trabalhava em uma empresa à tarde e à noite, então, entregava as tortas até a hora do almoço. Aos sábados e domingos, pedalava o dia todo, mais de 100 km em cada um dos dias”, relembra.
Chegou a percorrer 168 km em 12 horas. Nestes quatro anos, a quilometragem sobre a bicicleta impressiona: mais de 18 mil km. “No início, fazia as entregas sozinho. Foi assim por oito meses. Depois, contratamos mais um ciclista, que ficou responsável pelas entregas no centro expandido de São Paulo de segunda a sexta, e eu fazia tudo no fim de semana”, conta Salgado.
Em fevereiro de 2022, a Torta do Pai adotou o uso de motocicletas para otimizar o tempo de entrega, mas algumas distribuições pontuais ainda são feitas pelo filho.
Loja física não deu certo
Em dezembro de 2021, os empreendedores decidiram abrir uma loja no mesmo bairro em que residem, mas logo perceberam que o modelo não se justificava: não houve melhoria nos números, o lucro se manteve similar, mas a carga de trabalho foi muito maior. Além disso, enfrentarem dois casos de furto no local (da bicicleta e de um computador) em duas semanas seguidas.
“Fechamos quatro meses depois. Foi mais um aprendizado do que um erro. Investimos cerca de R$ 50 mil na reforma e na estrutura da loja, mas vimos que era melhor continuar em casa, onde já tínhamos tudo montado”, afirma Salgado. Metade do investimento não foi perdido, uma vez que agora a cozinha está mais equipada, com freezer maior, mesas e forno extra, entre outros recursos.
É de lá que saem diariamente de 15 a 20 tortas, ritmo bem mais tranquilo de quando chegaram a ser produzidas 180 nos dias iniciais de pico. Hoje são 12 sabores, em dois tamanhos, 500g e 750g. O primeiro cardápio oferecia bem menos opções, com recheios apenas de frango ou palmito, ambas com ou sem requeijão.
A mais vendida é à base de ave e laticínio, que responde por 40% da produção, seguida pela de palmito, com 20% do total. Ambos os sabores, aliás, eram os tradicionais feitos pelos avós de Salgado e herdados pelo pai dele, que anteriormente as preparava de vez em quando para almoços familiares.
O tíquete médio atual é de R$ 60, o que levou ao faturamento de R$ 200 mil em 2023, valor que deve se repetir neste ano. Enquanto Carvalho e sua ajudante seguem firmes na cozinha, o filho-sócio comanda as redes sociais. Contam ainda com ajuda de uma secretária, que atende os clientes nas redes e WhatApp (única forma de encomendar os produtos) e organiza as entregas.
Planos futuros? “Fazer a Torta do Pai virar uma franquia. Acreditamos muito na marca e na história. Diante desse desejo, meu pai pode se dizer realizado com o negócio”, finaliza o filho.
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