Consumidora compra bolsa de quase R$ 3 mil para presentear sua mãe e se revolta com embalagem desleixada
Cliente compartilhou frustração com a embalagem do produto em vídeo no TikTok. Publicação já soma mais de 1,2 milhão de visualizações. Especialista comenta Uma cliente resolveu comprar uma bolsa de US$ 500 (equivalente a R$ 2.889,10) da marca de luxo Kate Spade, nos Estados Unidos, mas teve uma surpresa desagradável ao perceber a forma como o item foi embrulhado.
Em um vídeo compartilhado no TikTok, a consumidora, identificada apenas como Sandalia (@sandaliaaa), demonstrou indignação e revolta com a qualidade do pacote, composto por um papel de seda amassado.
“Kate Spade, explique-se. Essa é uma bolsa de US$ 500”, inicia a jovem, relatando ainda que pagou um valor adicional de US$ 6 (cerca de R$ 35) para garantir o embrulho do presente. A publicação foi feita em 20 de dezembro de 2024 e soma mais de 1,2 milhão de visualizações.
A cliente dispara: “Não posso ter uma dustbag ou uma caixa? Paguei a mais pelo embrulho de presente, e este é o embrulho”.
De acordo com o site da Kate Spade, a taxa de US$ 6 para embalagem de presente inclui uma caixa e uma mensagem personalizada da marca, que pode ter até 150 caracteres impressos em um cartão com envelope. A marca ainda informa que “a maioria dos itens é embrulhada em papel de seda exclusivo, selada com um adesivo e embalada em uma caixa de presente”.
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A cliente não deixou claro se realizou a compra em uma loja física ou no site da marca. Em entrevista recente ao Daily Dot, ela voltou a falar da frustração com a embalagem da bolsa comprada para presentear sua mãe no Natal.
“Fiquei simplesmente chocada com a forma como foi embalado, já que paguei pelo embrulho para presente. Também foi minha culpa por abrir o pacote pouco antes do Natal, porque eu pensei que não precisava verificar duas vezes. Definitivamente, um bom lembrete para eu não ter preguiça de embrulhar o presente da minha própria mãe!”, declarou.
Ela contou que a situação foi resolvida. Após a repercussão do vídeo, a marca entrou em contato com ela e enviou todos os itens necessários para o embrulho do produto, além de uma bolsa da nova coleção. “A equipe da Kate Spade também foi muito gentil em sua resposta ao vídeo viral. Eles entraram em contato comigo pelo TikTok e me enviaram tudo o que eu precisava para embrulhar o presente da minha mãe a tempo para o Natal”, disse.
A publicação rendeu diversos comentários e dividiu opiniões entre os internautas. “São os funcionários que não são pagos o suficiente para se importar”, escreveu uma pessoa. “Talvez seja hora de dar um passo à frente para o luxo de nível básico adequado como a Gucci?”, comentou outra.
Outros usuários também compartilharam experiências similares em outras lojas. A Kate Spade não se respondeu ao Daily Dot.
Lojas são obrigadas a fornecer embalagem de presente?
Segundo o professor de Direito da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) Gustavo Kloh, que também é membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/RJ, a loja não é obrigada a fornecer a embalagem para presente, mas deve informar antecipadamente sobre a cobrança e os itens ofertados ao cliente.
No caso da cliente norte-americana, o especialista avalia que a marca precisa cumprir com o que foi prometido à cliente por meio do pagamento da taxa adicional. “A partir do momento que qualquer fornecedor promete alguma coisa, ele tem que cumprir pelo princípio da informação e da vinculatividade da informação no direito do consumidor”, pontua.
No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não aborda diretamente essa questão, deixando a escolha a cargo dos lojistas.
Para Paulo Motta, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), a oferta de embalagens para presente de forma gratuita oferece conforto e satisfação durante a compra. “Se você faz uma compra que é devidamente embalada, isso cria um grau de satisfação do consumidor com essa empresa”, afirma.
Motta ainda acredita que o serviço pode se tornar um diferencial da marca, ampliando as possibilidades de fidelização do cliente. “Mesmo não sendo obrigatório, a oferta desse serviço gera ganhos para a empresa, que pode se destacar no mercado. É também uma forma de comunicação, do marketing da empresa”, diz.
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