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Câmeras digitais viram febre entre a Geração Z e movimentam pequenos negócios: procura dispara até 563%

Câmeras digitais viram febre entre a Geração Z e movimentam pequenos negócios: procura dispara até 563%


Equipamentos têm aumento expressivo na procura em lojas especializadas, puxado por nostalgia, estética e influência nas redes Após anos morando no fundo da gaveta, as câmeras digitais estão vivendo um verdadeiro revival. Os modelos compactos e antigos, que marcaram a infância e adolescência de quem cresceu nos anos 2000, voltaram a conquistar o público – principalmente os jovens que buscam imagens com estética nostálgica e diferenciada.
Segundo dados da OLX, a busca por câmeras da linha Sony Cybershot, um dos modelos mais populares da era digital, cresceu 563% no primeiro bimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2024. Já na Shopee, a média diária de buscas por câmeras digitais teve um aumento de mais de 50% desde janeiro de 2024. O Mercado Livre foi procurado, mas não abriu os números. Nas três plataformas é possível encontrar modelos antigos a preços variados: alguns passam de R$ 6 mil.
Empreendedores têm sentido os efeitos desse aumento repentino e percebem uma influência clara das redes sociais na demanda. “A busca é sempre por se destacar, tendo resultados diferentes de um rolê, de um evento, de uma festa”, afirma Athos Souza, dono da loja Festival de Filmes Vencidos (FFV), especializada em fotografia analógica. Segundo ele, o fenômeno é semelhante ao que ocorreu com as câmeras de filme nos últimos anos. Agora, o interesse se volta às digitais, muito por conta da estética diferente que proporcionam e da influência de criadores de conteúdo.
“Essas câmeras acabam indo para o que a gente chama de hype. Influencers postam imagens feitas com elas, e isso gera um efeito imediato na procura”, diz Athos. Entre os modelos mais buscados na loja do empreendedor, estão não só as compactas digitais como a Canon G7X e as Sony Cybershot, mas também câmeras analógicas como a Olympus MJU e as raríssimas Contax e Leica.
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O reflexo direto disso é sentido no caixa: as vendas da FFV, que antes registravam uma venda semanal desse tipo de produto, passaram a ter demanda diária por câmeras digitais antigas. Para repor o portfólio de produtos, apesar da falta de fabricação atual dos equipamentos, o negócio se sustenta com a revenda: Souza garimpa peças e modelos em lojas grandes que estão prestes a fechar as portas. Para o empresário, a escassez dos equipamentos também valoriza o produto.
A jovem empreendedora Nicoly Zuliani, de 21 anos, é dona da Digicamlights, uma loja online dedicada à venda de câmeras digitais antigas. Ela acompanha esse crescimento de perto – e desde antes do boom.
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“Eu uso câmeras digitais desde 2022, quando achei uma Sony Cybershot antiga da minha mãe. Desde então, não parei mais”, conta. Com o aumento da procura, Zuliani decidiu abrir uma loja só para isso. “A Digicamlights sempre foi um desejo pessoal. Vendo o que eu amo e utilizo com muita frequência.”
Com a explosão do interesse por câmeras digitais entre 2024 e 2025, as vendas da empreendedora dobraram. Assim como no caso de Souza, na FFV, o portfólio da Digicamlights funciona com base em revenda, abastecido por peças selecionadas de outras lojas e pessoas que têm guardadas e querem fazer dinheiro.
Segundo Zuliani, os modelos mais procurados são as Sony Cybershot e a Canon G7X – essa última, inclusive, com preço disparado nos últimos meses: o que antes custava até R$ 4 mil, hoje ultrapassa R$ 10 Mil. “Muitos clientes buscam alternativas mais acessíveis, os famosos ‘dupes’ que custam de R$ 300 a R$ 500 reais, porque a G7X se tornou bem cara”, diz ela.
Estilo próprio em tempos de padronização
O apelo por exclusividade e originalidade em um mundo cada vez mais padronizado pelas lentes dos smartphones também ajuda a explicar o fenômeno, na visão dos empreendedores. Para Athos Souza, a diferença no resultado final da imagem é o principal atrativo.
“Câmeras digitais antigas entregam um resultado diferente por conta da lente, do sensor, da necessidade do uso de flash. Enquanto no celular tudo parece igual, essas câmeras trazem personalidade à imagem. Isso faz com que cada foto pareça única”, afirma.
Ainda há um charme nostálgico. “As pessoas querem reviver os momentos do passado, ou ao menos sentir como era fotografar naquela época. Isso tem muito valor emocional”, diz Zuliani.
O perfil dos compradores também mudou, de acordo com eles. Se antes as câmeras eram procuradas por entusiastas ou fotógrafos amadores, hoje o público é formado por criadores de conteúdo que desejam capturar imagens para além da memória – querem estilo, diferenciação e um toque de vintage.
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Com esse novo interesse, câmeras digitais antes esquecidas em gavetas ou prateleiras se tornam itens disputados – e, muitas vezes, valiosos. A era dos pixels pode até parecer coisa do passado, mas se depender dos jovens, ela está mais viva do que nunca.

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