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Biólogo do Amapá projeta faturar R$ 500 mil com startup que vende mel de açaí

Biólogo do Amapá projeta faturar R$ 500 mil com startup que vende mel de açaí


Richard Frazão, que estuda abelhas há mais de 20 anos, é o fundador da Néctar da Amazônia. A fabricação de mel é realizada por cerca de 300 produtores parceiros, somando aproximadamente 4 mil colmeias Depois de anos ajudando comunidades da Amazônia a estruturar seus próprios negócios com abelhas nativas, o biólogo e pesquisador Richard Frazão, de 46 anos, decidiu seguir o mesmo caminho. “Apoiei muitos projetos e levei transferência de tecnologia para que outras pessoas pudessem gerar renda. Em um momento, percebi: acho que agora é a minha vez também”, diz.
Frazão é CEO da Néctar da Amazônia, startup criada para estruturar e comercializar a cadeia do mel no Amapá — inclusive o mel de açaí, que ele descreve como um produto raro e exclusivo da região. A empresa hoje comercializa para consumidores finais e empresas. As vendas são realizadas pelo site, por meio de redes sociais, em eventos e feiras. Os produtos da Néctar da Amazônia já chegaram a estados como São Paulo e Rio de Janeiro e foram exportados para Canadá, Estados Unidos e Japão.
A startup faturou R$ 275 mil no ano passado, e pretende encerrar 2025 com receita de R$ 500 mil.
A Néctar da Amazônia é uma das startups presentes no Inova Amazônia Summit 2025, evento realizado em Macapá (AP), entre os dias 21 e 23 de maio.
A relação de Frazão com as abelhas começou em 2001, quando ele ingressou no curso de Biologia da Universidade Federal do Amapá. Desde então, dedicou-se ao estudo das abelhas sem ferrão da Amazônia. “As abelhas são meu objeto de vida e trabalho. Sempre estive envolvido com ciência e bioeconomia, e agora consegui unir isso ao empreendedorismo”, afirma.
O projeto da Néctar da Amazônia começou de forma prática há cerca de quatro anos, quando Richard decidiu comercializar o próprio mel. Até então, atuava prestando consultorias, elaborando projetos e apoiando outras iniciativas. ”Então fiz cursos no Sebrae, participei de programas de aceleração e cheguei a receber um prêmio de empreendedor de impacto.”
O mel da Néctar da Amazônia é produzido com abelhas nativas, sem ferrão. A produção varia de acordo com as estações do ano. “As abelhas dependem das flores para sobreviver. Na região amazônica, há duas estações bem distintas. No inverno, as flores ficam encharcadas e as abelhas sofrem, exigindo manejo adequado. No verão, há abundância de flores e alta produção”, diz o empreendedor, acrescentando que um projeto bem estruturado leva de seis a oito meses para começar a gerar renda com a extração de mel.
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Como conhecia bastante o mercado e a concorrência, o empreendedor percebeu que teria que encontrar formas de se diferenciar. A escolha pelo açaí veio a partir de observações em campo e da própria pesquisa científica.
“O açaí depende de polinização, e estudos feitos por mim e por colegas apontaram para uma biodiversidade muito alta nas flores do açaí. Mapeamos quais espécies estão polinizando o açaí e começamos a levar as colmeias mais para próximo do açaizal”, afirma. “O mel produzido ganhava características únicas de sabor e aroma. Isso despertou meu interesse em transformar o mel de açaí em um produto diferenciado no mercado.”
Os primeiros produtos feitos com mel de açaí ficaram prontos em dezembro do ano passado. Segundo o empreendedor, o interesse de consumidores e chefs curiosos por novos sabores foi imediato, já que o produto tem um gosto cítrico.
A produção da startup é realizada por cerca de 300 produtores parceiros, somando aproximadamente 4 mil colmeias. “Estamos organizando a cadeia de produção local, dando visibilidade ao potencial florístico da Amazônia e levando renda para diversas comunidades”, afirma.
A empresa também pretende lançar novos derivados do mel, como hidromel, espumantes e cervejas com mel fermentado, com foco em vendas para a indústria.
O empreendedor agora pretende se aproximar de investidores, para conseguir R$ 895 mil e ter suas próprias colmeias. “Vamos participar de uma rodada de investimentos para acelerar ainda mais o crescimento. A floresta tem muito a oferecer e o mundo ainda precisa provar o sabor do nosso mel.”
*A jornalista viajou a convite do Sebrae
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