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Bar de SP aumenta faturamento com drinques que levam 48 horas para ficar prontos

Bar de SP aumenta faturamento com drinques que levam 48 horas para ficar prontos


Márcio Silva, premiado bartender e sócio do Exímia, explica como as bebidas são feitas. De acordo com ele, tudo é finalizado na frente do consumidor Inaugurado há seis meses no Itaim Bibi, em São Paulo, o Exímia Bar tem adotado uma estratégia alternativa para otimizar o rendimento financeiro. Especializada em alta coquetelaria, a casa aposta em um processo diferente na preparação da base dos drinques, o que faz com que as bebidas tenham uma “textura única”, de acordo com eles, e sejam consumidas rapidamente, entre 10 e 15 minutos.
De quebra, de acordo com os sócios, promove-se uma experiência mais agradável à boca, levando os clientes a consumirem mais. Como consequência, o negócio vem atingindo um tíquete médio 100% superior (às vezes até maior) que o valor médio registrado em outros estabelecimentos do gênero.
O Exímia é um restobar do do Grupo Locale, que tem como sócios Gabriel Fullen, Nicholas Fullen, Manu Buffara e Márcio Silva — bartender que figura há seis anos consecutivos no “Bar World 100” como um dos profissionais mais influentes do setor. A proposta da casa é valorizar a cultura de bares nacionais, com criações exclusivas de coquetéis e culinária inspirados na pluralidade brasileira.
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Silva explica que a descoberta de texturas em coquetéis é algo que trabalha há alguns anos, até mesmo antes da pandemia. Seu objetivo sempre foi gerar uma experiência de consumo melhor, de forma que a textura da bebida seja mais apreciada durante a ingestão.
Como é feito
Cada coquetel do Exímia passa por um processo de pré-preparo, sendo apenas finalizado na frente dos clientes. Os drinques, que custam entre R$ 47 e R$ 50, têm um tempo médio de preparo de 48 horas e são mantidos em uma câmara fria antes de serem servidos.
O processo preparatório começa com misturas a 20°C, que permanecem por pelo menos 24 horas nesta temperatura, para que ocorram infusões e filtrações. As bebidas, então, são engarrafadas e levadas para a câmara fria a 5°C, onde ganham textura com a compressão térmica.
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“Os drinques são servidos entre 5°C e – 4°C, dependendo do coquetel e da técnica adotada na finalização. Esse controle cria um choque térmico na boca do cliente, intensificando aromas e sabores”, descreve Silva.
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A ingestão se torna mais intensa e rápida e, por ser mais aprazível, o consumo de um coquetel tende a demorar entre 10 e 15 minutos. Existe aí uma redução significativa de tempo, já que os drinques geralmente são criados para serem consumidos por 25 a 30 minutos.
“Ao tornar o consumo mais prazeroso e ágil, as pessoas naturalmente pedem mais, o que eleva o tíquete médio do bar”, afirma o sócio-bartender.
Além da textura, foi adotada uma uma nova abordagem em relação ao volume alcoólico das bebidas – para isso, a equipe usa vinhos, saquês e até cervejas de frutas na elaboração dos drinques, por conterem um teor alcoólico moderado e acidez capazes de melhorar texturas e sabores.
“Não é apenas misturar; o principal é ter uma base destilada de produtos naturais e utilizar o vinho e outros fermentados para ajudar a obter uma suavidade aromática, em que os ácidos dessas bebidas trabalham os açúcares naturais que já estão ali macerados e ligados ao álcool do destilado”, pontua.
Tíquete médio elevado
Graças à prática, o Exímia alcançou um tíquete médio que pode chegar ao dobro da média de outros bares de coquetelaria em São Paulo – entre R$ 80 e R$ 100. “Temos clientes que, logo na primeira visita, aproveitam para experimentar vários coquetéis da carta, aumentando naturalmente o consumo”, comenta.
Para Silva, a compreensão sobre a textura e o uso da temperatura de consumo são fundamentais para criar a experiência oferecida. Além do mais, tudo é finalizado na frente do cliente, para oferecer a oportunidade de explicar sobre conceitos e técnicas, e promovendo momentos de interação.
O negócio recebeu um investimento inicial de R$ 3 milhões, sendo que o espaço foi projetado para manter o preparo sob controle de temperatura. “É nesse ambiente que ajustamos cada etapa, desde a infusão até a compressão das bebidas a frio, garantindo a consistência das texturas e dos sabores em todos os coquetéis”, diz o sócio.
Dividido em dois andares, o Exímia explora uma atmosfera intimista, onde DJs se apresentam de quinta a sábado no piso superior. Todos os dias, o menu etílico propõe ser uma viagem pela história dos drinques clássicos, reinterpretados com insumos locais e o olhar antropológico da equipe de coquetelaria.
Acompanhando as bebidas, o cardápio gastronômico é assinado pela chef (e também sócia) Manu Buffara, que se inspira na trajetória pessoal no restaurante Manu, de Curitiba, na elaboração de porções para compartilhar.
A casa não divulga faturamento, nem abre quais são as metas futuras. Silva afirma que o plano de negócios original está sendo seguido conforme previsto, mas revela o desejo por expansão internacional. Nesse sentido, espera abrir unidades similares em cidades como Dubai, nos Emirados Árabes, e Miami, nos Estados Unidos, além de explorar o mercado europeu.
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