Apresentações impactantes: especialista ensina como prender a atenção do público em seis passos
Felipe Coimbra de Sá, da Agência Chave Mestra, reúne orientações práticas para transformar apresentações em experiências envolventes e memoráveis Divulgação
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Em um mundo onde a atenção do público dura poucos segundos, criar apresentações que realmente engajem é um diferencial competitivo. Segundo uma pesquisa da Prezi, 91% dos profissionais acreditam que uma apresentação bem elaborada é fundamental para conquistar a audiência — e 76% afirmam que já presenciaram apresentações tão ruins que perderam totalmente o interesse no conteúdo. Outro dado relevante vem da Universidade de Minnesota, que aponta que o uso estratégico de recursos visuais pode aumentar a retenção de informações em até 42%.
Diante desse cenário, saber construir uma apresentação que vá além de slides cheios de texto e gráficos genéricos é essencial. Para ajudar profissionais, empreendedores e líderes a se destacarem, Felipe Sá, sócio-fundador da Agência Chave Mestra, empresa especializada na criação de apresentações estratégicas — lista sete dicas para impressionar e prender o público do início ao fim.
“Uma apresentação não é só um apoio visual para a fala — ela é uma ferramenta estratégica. Quando bem feita, transmite profissionalismo, fortalece ideias e pode até mudar decisões”, reforça Felipe.
1. Começar pela definição de uma mensagem principal
É muito comum as pessoas desenvolverem uma apresentação sem terem a clareza de qual é a mensagem principal que deve ser transmitida ao longo da apresentação. Antes de iniciar o desenvolvimento da apresentação, é necessário ter essa mensagem escrita com clareza e simplicidade. A partir dela, constrói-se a narrativa com argumentos que conduzam o público para essa mensagem.
Nem sempre a mensagem precisa estar explícita; muitas vezes, é possível utilizar informações que levem o público a decifrá-la. Esse tipo de artifício, quando empregado adequadamente, garante um poder de memorização fantástico, pois não se trata de dizer ao público o que ele deve pensar, mas sim de proporcionar a oportunidade de reflexão e conclusão a respeito da mensagem. Isso é utilizado em bons filmes. Isso é utilizado por psicólogos em sessões de terapias quando querem instigar uma mudança de hábito. Essa artimanha também pode ser utilizada para tornar a apresentação mais envolvente.
2. Contar com a estrutura das boas histórias
Antes de mostrar dados e gráficos, recomenda-se envolver a audiência com uma narrativa. Começar com um problema real, um case ou até uma pergunta instigante cria conexão imediata. A estrutura da jornada do herói é um ótimo norte para ajudar na organização da narrativa, sem a necessidade de seguir todos os 12 passos. A estrutura pode ser simplificada: contextualizar uma situação inicial (“Era uma vez”); apresentar o problema (“até que…”); demonstrar os impactos desse problema e os esforços para solucioná-lo, criando empatia com o público (“com isso nós… e ….”); apresentar a solução (“sendo assim…”); e demonstrar os benefícios que a solução proporcionou (“por causa disso agora nós podemos…”)
3. Ser simples, mas não simplista
É importante evitar sobrecarregar os slides com informações. Cada tela deve apresentar uma ideia central, com visual limpo e impactante. Clareza é mais eficaz do que complexidade. Três recursos estão à disposição: a palavra escrita no slide, a imagem aplicada e o discurso oral. É preciso saber como combiná-los e relacioná-los de forma que um favoreça o outro — e não que se sobreponham.
4. Usar o design a favor da mensagem
Cores, tipografia e imagens devem estar alinhadas ao conteúdo que se deseja transmitir. O design não se resume à estética: trata-se de uma ferramenta de comunicação. Seguir uma linha visual consistente contribui para reforçar a mensagem e criar uma atmosfera coerente com o que se pretende comunicar.
5. Destacar os dados mais importantes
Gráficos bem construídos contam histórias por si só. Ao apresentar números, recomenda-se dar destaque visual ao que realmente importa, para facilitar a interpretação e conduzir o olhar da audiência.
6. Praticar
É comum assistir a apresentações como as do TED Talks e acreditar que os palestrantes possuem um dom natural para a oratória. No entanto, todos eles ensaiam repetidamente antes de subir ao palco: cada palavra, gesto, respiração e pausa são meticulosamente planejados. Treinar, praticar e repetir são etapas fundamentais antes de apresentar qualquer material. Ainda assim, manter certa flexibilidade é essencial para garantir naturalidade no discurso.
“Mais do que transmitir informações, uma boa apresentação é capaz de criar conexões reais com o público, influenciar decisões e gerar impacto duradouro. Em um ambiente cada vez mais competitivo, dominar essa habilidade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência para profissionais que desejam se destacar, comunicar com clareza e engajar com propósito”, finaliza Felipe.