3 dicas para quem quer internacionalizar uma startup, segundo investidores
Nem sempre ter sucesso local significa que o mesmo vai acontecer fora do país de origem. Saiba como se preparar para esse passo importante na escala de uma empresa Ainda não é possível dizer qual será o real impacto das medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no ecossistema de startups — e os investidores não têm se mostrado abertos a se aprofundar no assunto —, mas Carlos Simonsen, cofundador e sócio da Upload Ventures, acredita que o novo cenário geopolítico pode apresentar oportunidades para aqueles que buscam capital estrangeiro ou expandir para o mercado internacional.
“O mundo fica menos globalizado, o mercado local fica menos competitivo e, nos Estados Unidos, pode haver queda na competição com startups asiáticas”, apontou durante o painel “Scaling in LatAm and beyond” (Escalando na América Latina e Além, em tradução livre), realizado nesta segunda-feira (28/4), no Web Summit Rio 2025.
O papo também contou com a participação de Alexandre Noschese, cofundador da ONEVC e sócio da Across Capital Partners, e foi mediado por Mariana Iwakura, editora-chefe de Pequenas Empresas & Grandes Negócios. A cobertura do Web Summit Rio 2025 na Editora Globo é apresentada pela Vale, com apoio do Itaú BBA.
Durante o painel, Noschese apontou algumas características que as startups precisam ter para conseguir internacionalizar o negócio: capacidade financeira para se manter em outro país, tese do produto ou serviço provada no Brasil – e ela precisa ser adaptável a outros contextos. “O sucesso local não garante o sucesso fora. Expandir pode ser um multiplicador para o bem ou para o mal”, opinou.
Veja dicas a seguir:
Entender a demanda
Para Simonsen, antes de se internacionalizar, é essencial entender se a sua startup resolve um problema mundial. Em alguns países com mercados menores, como Chile e Israel, isso costuma ser pensado desde o início. A dica é estudar a cultura local antes de iniciar o trabalho de expansão para evitar investimento em vão.
O sócio da Across Capital Partners citou a regra 80/20: 80% da solução precisa ser a mesma utilizada no mercado original, para permitir a escala, mas 20% deve ser direcionado para o mercado em que se deseja penetrar. Para isso, contratar uma equipe local pode ser uma boa saída para entender o comportamento dos potenciais usuários na nova geografia.
Buscar clientes
Um bom caminho é começar a internacionalização por meio de clientes que operam globalmente – por isso, a jornada pode ser mais fácil para startups B2B, que atendem outras empresas. Iniciar a operação por meio de um cliente facilita o momento inicial, o mais caro no processo de expansão internacional.
Erros para evitar
Simonsen apontou que um erro comum é a startup levantar capital e querer contratar os grandes profissionais do país-alvo antes de ter clientes. A queima rápida de caixa sem projeção de receita costuma resultar em uma história ruim. Outro equívoco cometido por startups que desejam internacionalizar é assumir que o que deu certo no Brasil vai funcionar em outros países.
Por fim, ele citou que depender muito da figura do fundador pode ser um tiro no pé. “Para vender o negócio fora da geografia original, um time local de vendas é muito importante para penetrar onde você não tiver fit cultural”, concluiu.
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